— A magia tem três cores fundamentais, vermelho, azul e amarelo, ao misturar essas essências formamos novas cores e somos capazes de conjurar as mais diversas magias. Cada ser tem uma proporção diferente dessas cores, por isso é preciso conhecer bem o seu interior para saber exatamente como se deve fundir essas essências.
Fixada na explicação de Silfo, as palavras faziam um certo sentido na mente de Sorah, mas a intrigavam sobre como poderia enxergar seu interior para descobrir sua proporção de cada essência. Viajando em suas teorias e hipóteses, ela interrompeu seu tutor ao questionar:
— Como eu saberei exatamente qual das cores predomina em mim?
— Bem, inicialmente nos baseamos na magia de nossa família. — Gesticulando as mãos para si, Silfo exemplificou. — Na família Arino temos grande parte de essência azul, seguida pela amarela e pouquíssimo de vermelho.
— Isso faz sentido. — Relembrando um episódio passado, Sorah contou. — Lembro que uma vez vi comentarem que a maioria da minha família tinha sangue azul e um pouco de amarelo o que formava o verde Esperança.
— De certo a família Esperança tem essa predominância, mas creio que você seja diferente e o amarelo deve ser sua essência maior.
— Eu sou diferente da minha família? — Intrigada com a tal afirmação, Sorah questionou novamente. — Como você sabe disso?
— Foi só um palpite. — Silfo deu uma falsa risada e disfarçou sua declaração anterior comentando. — Sempre que for executar alguma magia, você será capaz de ver a sua maior essência.
Naquele mesmo instante a garota fechou os olhos e forçou-se a enxergar o seu interior, mas tudo o que via era a escuridão e não importava o quanto ela se pressionasse aquilo parecia algo impossível de se visualizar. Quando o conselho de seu tutor a despertou:
— Não é assim que descobrirá sua essência. — Pegando a mão da garota, Silfo falou. — Mesmo de olhos abertos você será capaz de enxergar a cores se misturando dentro de você e percorrendo todo seu corpo até formar a magia.
Entre as imensas paredes de areia vermelha o triuno carregava consigo o invasor que haviam capturado e aprisionado num caixão de ferro. Acordado dentro da estrutura metálica, Urion estava em sua forma humana e usava toda a sua força para tentar escapar dali, mas o metal rígido parecia indestrutível.
Quione que segurava um dos lados do caixão sentia dificuldades em carregá-lo com o prisioneiro se debatendo tanto, na outra extremidade, Titânio se focava em continuar a missão e esquecia das dificuldades. Deixando de lado o propósito da equipe, Jhérfs soltou a ponta do caixão que ficou a cargo dos outros dois companheiros que agora faziam um extremo esforço para mantê-lo no ar.
— Você esqueceu da missão Jhérfs? — Titânio questionou num tom enraivecido. — Por que soltou o caixão?
— Eu acho que estamos exagerando em prender esse garoto. — Expondo seus pensamentos, Jhérfs explicou seu ponto de vista. — Não deveríamos ter agido com tanta agressividade, conhecemos esse garoto, ele e mais novo que a gente e não apresenta ameaça alguma, pelo contrário ele já nos ajudou em outra ocasião.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Há Magia
FantasyUm céu real e uma terra servil dividiram uma sociedade em mundo onde há magia. Em meio a conflitos o mundo mágico moldou-se em sua imensidão, cheio de histórias e tradições, seres mágicos convivem entre ordens e leis, ramificados por classes e famíl...