39 - Castelo do ar

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   Seguindo de longe a luz branca, a investigação do fato suspeito era realizada cuidadosamente, depois de voarem uma grande extensão da Cidade Céus, o ser não identificado foi visto pela última vez próximo ao castelo do ar

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   Seguindo de longe a luz branca, a investigação do fato suspeito era realizada cuidadosamente, depois de voarem uma grande extensão da Cidade Céus, o ser não identificado foi visto pela última vez próximo ao castelo do ar. Uma grande construção alva, feito de nuvens revestidas por magia que tornava a estrutura resistente, flutuava no céu e ao seu redor o vento soprava de forma incomum, Silfo paralisou, pois havia muito tempo que não se aproximava do seu antigo lar, o castelo da família Arino, domadores de ar.

   Diante do desaparecimento incomum a suspeita era que o ser celeste havia entrado sorrateiramente no castelo, intimidados em ter que invadir uma propriedade, a investigação foi paralisada. O medo, mesmo que não fizesse mais parte da família do ar, Silfo ainda tinha alguém importante lá dentro, seu irmão mais novo, Chassã Arino o único representante da família e atual senhor feudal do ar.

   — Vamos por aqui. — Levando Sorah no colo, Silfo convidou Urion. — Eu sei como entrar lá.

   — Nós vamos invadir o castelo do ar? — Em êxtase, Urion exclamou. — Tá ficando louco? Você como desertor até pode escapar, mas Sorah e eu podemos ser presos!

   Mesmo temendo uma possível punição seguiram o plano de Silfo, rodeando o castelo posicionaram-se entre uma das masmorras. O vento soprava forte o que movimentava as nuvens que constituía as paredes, Silfo parecia ter algo em mente e então deixou Sorah sob os cuidados de Urion, enquanto ele vasculhava os arredores do castelo o seu propósito foi alcançado e então contou:

   — Encontrei! — Após exclamar o feito, Silfo orientou. — Bem aqui nesse ponto que estou indicando, há uma brecha entre as paredes coberta pelas nuvens, vamos entrar!

   Lançando-se na passagem, Silfo atravessou para dentro do castelo, no exterior o receio de invadir a propriedade de uma família tão poderosa ainda afligia Urion, mesmo com medo ele adentrou no castelo ao lado de Sorah. A magnífica construção os deixou boquiabertos, os jovens olhavam tudo ao redor, depois de alguns minutos a curiosidade sobre os recentes fatos despertou o questionamento:

   — Como você sabia dessa passagem? — Depois de perguntar, Urion lançou o raciocínio. — Por acaso você junto com os desertores além de hortas tem invadido moradias?

   — Não, nós não fazemos isso, a não ser que seja necessário. — Com certo receio, Silfo contou. — Eu conheço bem esse castelo, pois aqui já foi meu lar.

   — Que? — A revelação despertou a curiosidade de Sorah. — Você era da família real Arino?

   — Sim! — Silfo confirmou.

   A recente descoberta deixou a situação confusa, normalmente desertores eram seres servis revoltados com as regras do mundo mágico, os privilegiados com a realeza apoiavam o sistema incondicionalmente e jamais se sujeitariam a lutar pelos direitos igualitários ou nenhuma outra causa semelhante. Juntando as informações, Urion chegou à conclusão:

   — Você era o herdeiro direto do lendário Amon Arino. — Colocando a mão no queixo, Urion relatou o que sabia a respeito de Silfo. — Após o desaparecimento do seu pai, você recusou o cargo de senhor feudal do ar e provocou a revolta da esquadra vermelha, que agora é uma equipe desertora. Com todos os problemas que você causou ao sistema, a família do ar ficou sem nenhum representante apto ao cargo e para não perderem o prestígio seu irmão mais novo foi obrigado a se tornar o senhor do ar mesmo não tendo idade ou preparo para isso.

   — Exatamente. — Intimidado com a sua vida pública, Silfo apenas confirmou. — Você conhece toda a história.

   — É claro. — Urion deu uma risada ao terminar. — Todo mundo conhece.

   — Eu não... — Ao tentar contrariar, Sorah foi interrompida.

   — Menos a Sorah! — Corrigindo sua fala, Urion debochou. — Ela não sabe de nada, não sei em que mundo vive!

   Um barulho fez com que a conversa terminasse e os invasores buscassem abrigo em um quarto do castelo, a escolha do esconderijo foi desastrosa, pois logo viram a maçaneta girar. Chassã abriu a porta e assustou-se com a presença inoportuna de seu irmão e acompanhantes, ainda surpreso ele falou incrédulo:

   — Silfo?

   Não houve tempo para que Silfo respondesse, pois seu irmão foi transformando-se em ser mágico, com asas plumadas que lembrava a nuvens, a armadura de Chassã tinha detalhes dourados, o arco metálico que enfeitava suas costas foi rapidamente retirado e armado em modo de ataque. Sob a mira de um senhor feudal, Sorah e Urion rapidamente renderam-se ao levantar as mãos, Silfo por outro lado resistiu ao argumentar:

   — Acalme-se, eu não estou aqui para brigar.

   — "Seta Zefiro." — Chassã conjurou uma magia que fundou uma flecha de ar em seu arco, com a ativação na direção do irmão, ele ordenou. — Vá embora Silfo, e leve qualquer desgraça que tenha trazido com você!

   Sob a mira de uma poderosa magia, cujo efeito causava danos internos em suas vítimas, Sorah e Urion mantinham-se quietos, faziam o mínimo de movimento para evitar qualquer confronto com o senhor feudal. Mesmo sendo o alvo principal, Silfo não temia o disparo e continuou a negociar com o irmão:

   — Faz muito tempo que eu não apareço aqui, não viria sem motivo, então desative a magia e me escute.

   — Eu não quero ouvir nem mesmo a sua voz. — Demonstrando que a qualquer momento lançaria a "seta zéfiro", Chassã ameaçou. — Saia ou eu atacarei!

   — Há um ser misterioso nesse castelo, esse é o motivo de estarmos aqui. — Demonstrando comoção sentimental, Silfo terminou. — Depois de saber dos sequestros, eu fiquei preocupado com você.

   — Isso é mentira! — Chassã gritou. — Você não se preocupa com ninguém, nem com a sua própria família, você não tem palavra!

   A confusão chamou a atenção do ser celeste que apareceu do lado de fora do quarto, sua feição era feminina, seus cabelos eram longos e alvos, sua vestimenta era um manto claro e uma luz branca o envolvia como uma áurea, encarando Chassã, ela falou em um leve tom:

   — Encontrei você!  

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