24 - O concelho

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     A escuridão estava prestes a dominar, os últimos resquícios de luz no mundo mágico aos poucos se apagavam trazendo a noite, entre arbustos e árvores, Urion bufava ao reclamar:

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     A escuridão estava prestes a dominar, os últimos resquícios de luz no mundo mágico aos poucos se apagavam trazendo a noite, entre arbustos e árvores, Urion bufava ao reclamar:

     — Sério que tenho que vir até esses cafundós. — Sua caminhada por aquela localidade continuava.

     Um barulho estranho chamou a atenção do garoto que pausou seus passos para analisar a procedência de tal som que parecia aproximar-se, sem ação de alguma, ele paralisou, o ápice do medo foi alcançado quando sentiu um toque gélido em seu ombro, o berro alto fez os pequenos seres da floresta se afugentar seguido por Urion numa corrida do medo, quando uma voz suplicou:

     — Calma não precisa fugir, sou eu, Sorah!

     Ao ouvir a frase, Urion desistiu da fuga e retornou seus passos enquanto fingia descaradamente não ter sentido medo algum. Vendo o rosto da amiga esboçar um leve sorriso, ele completou sua falsa atuação:

     — Eu pensei ter ouvido um barulho por ali e com a fuga dos seres da floresta pensei que fosse alguma ameaça, então corri para protegê-los.

     — E o grito? — Questionou Sorah com o intuito de invalidar a história mentirosa.

     — Vamos esquecer isso. — Urion esquivou do assunto e engatou um novo. — Por que me chamou até esses confins?

     Esse novo assunto parecia delicado e apagou imediatamente o sorriso de Sorah e trouxe-lhe um olhar evasivo que buscava refúgio ao encarar o solo. Analisando a expressão da amiga, Urion notou o desconforto, mas não acrescentou nada apenas aguardava a resposta para a sua pergunta, então após alguns segundos, a garota decidiu contar:

     — Acho que me arrependi de ter desistido do instituto mágico. — Sua voz tímida entregava seu desconforto ao expressar o arrependimento. — Quero voltar e aprender junto com pessoal para me tornar mais forte.

     — Eu sabia que você iria se arrepender. — Com olhos acusadores, Urion advertiu. — Eu até tentei te impedir, mas por acaso alguém me ouve?

     — Eu sinto muito! — Sorah desculpou-se, a sinceridade em sua voz era comovente.

     — Tudo bem, só não precisa chorar. — A breve explicação ainda não fazia sentindo, Urion então insistiu nos questionamentos. — Mas ainda não entendi o porquê de estarmos aqui.

     — Com meu pai longe, você é o único com quem eu posso contar neste momento. — Sorah adiantou seus planos. — Pretendo pedir para voltar ao instituto mágico.

     — O embaixador Flamel jamais vai te aceitar de volta. — Rodeado de negatividade Urion enfatizou.

     — Eu sei. — Sorah então revelou o que pretendia fazer. — Irei falar diretamente com os seres que comandam este mundo, irei implorar para os senhores feudais me readmitirem no sistema mágico.

     — Ta doidona? — Incrédulo, Urion questionou ao esboçar o impacto que a tal afirmação lhe causou. — Como vai conseguir a proeza de falar com os líderes desse mundo, certo que você quebrou muitos tabus, mas isso ainda é algo totalmente fora do seu alcance.

     Diante da imensa barreira que Urion colocou a sua frente, Sorah esmoreceu, pois, seu objetivo parecia distante, seus planos arquitetados previamente não passavam de uma grande loucura e sumiram de sua mente. Enquanto encarava o resultado de suas escolhas notou algo que nunca a fez desistir, seus ideais, mesmo quando tudo lutava contra, ela sempre os seguiu e mesmo que nem sempre obtivesse resultados positivos foi isso que a levou a alcançar o inimaginável e então optou com continuar com seus planos ilógicos a ter que se arrepender novamente de ações que devia ter feito, sem muita confiança contou:

     — Quando eu desisti, passei por cima de tudo. — Com certa confiança no olhar, Sorah completou. — Agora que irei retomar tudo o que deixei usarei o mesmo caminho. — Diante da imponência vista, Urion não contraditou mais nada e Sorah pôde revelar seu novo caminho. — Esta noite os senhores feudais estarão em reunião no salão do concelho, eu irei invadir para poder falar com eles, e para isso preciso da sua ajuda.

     Depois de ter acreditado que tudo daria certo, aquelas palavras pareciam loucura mesmo vindo com tanta confiança, Urion não tinha nem como contrariar diante de tanta alucinação, mas sua expressão boquiaberta entregava sua opinião em relação aquele plano, após digerir aquelas palavras finalmente havia uma opinião com a qual pudesse expressar:

     — Dois recrutas, que mal sabem usar magia, irão invadir a sede do concelho e falar com os seres mais poderosos desse mundo. — Com um tom sarcástico, Urion terminou. — Então vamos lá!

     Mesmo descrente do sucesso, Urion apoiou a amiga e seu plano totalmente ilógico e seguiram floresta adentro, enquanto caminhavam, Sorah revelou alguns dados:

     — Estamos aqui nessa floresta para nos aproximarmos o máximo da sede do concelho sem sermos vistos, em um ponto estratégico subiremos aos céus o mais rápido possível para a invasão. — Enquanto abria as folhagens de arbustos para passar, Sorah continuava a falar. — Eu soube que todos os senhores feudais estarão reunidos hoje, por isso marquei neste horário, a chance perfeita.

     A longa caminhada pela floresta chegou ao fim quando ao longe avistaram a imensa estrutura submersa por um campo flutuante que estridente irradiava um azul cintilante pelos céus, pasmos com a beleza da sede do concelho, Sorah e Urion fizeram uma pausa para apreciar o prédio, quando enfim assimilaram a situação, Sorah adiantou-se e falou:

     — Chegou o momento!

     Com a frase veio a transformação, os dois mudaram para sua forma mágica para colocar o plano em ação. Voaram o mais rápido que podiam para que não fossem vistos, os dois cortaram os céus para as proximidades da sede, o momento de colocar o plano em ação havia chegado. 

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