Pensamentos

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Eu detestei o Natal durante toda minha infância, passei a gostar um pouco depois que comecei a passar o feriado com os Malfoy, mas esse ano seria ótimo. Eu iria passar as festas com os Weasley, Harry, Hermione e meu pai na casa dele.

Eu estava tentando não pensar nisso naquele momento, afinal estava em um...encontro? Talvez...com Tom Riddle, mas ver as ruas de Londres enfeitadas me fazia pensar exclusivamente em passar o Natal com a minha família finalmente.

Eu e Tom tínhamos aparatado até lá. Não foi muito agradável ele me ver vomitando segundos depois de eu ter perguntado se ele tinha licença para conjurar tal feitiço, mas também ele não podia me culpar pois era minha primeira vez fazendo aquilo.

Riddle me levou para o lugar com menos trouxas de Londres, já era de se esperar, mas ao contrário do que eu realmente esperava, ele me levou para jantar no Caldeirão Furado.

Sentamos em uma das mesas mais reservadas e o lugar até que estava cheio, levando em conta que era um dia de semana. Haviam pequenas velas naquela mesa e parecia que Tom realmente tinha feito reserva para um encontro.

—Já tinha vindo aqui alguma vez?- ele perguntou ajeitando a camisa.

—Várias vezes como passagem para o Beco Diagonal, mas apenas uma vez para comer, com Harry e...- me interrompi rapidamente.

—Tudo bem Alya, eu sei que tem contato direto com o seu pai.- eu prendi a respiração por um segundo.

Fiquei pensando se ele também não tinha contato direto com o pai dele, se tivesse, talvez eu não devesse estar ali tão perto do inimigo. Ignorei esse pensamento por um momento.

—Você pensa o mesmo o que os outros sonserinos? Que eu sou...uma traidora de sangue.- perguntei serrando os olhos.

— Eu nao julgo você, se é isso que está perguntando.- eu ajeitei a postura.- Tenho certeza que você tem seus motivos para estar com quem andas, e você é leal apenas a quem é leal à você, eu admiro isso.

Um dos garçons nos serviu vinho. Não fazia ideia de como Tom havia enganado eles sobre nossa idade, afinal éramos dois adolescentes sozinhos em um pub bebendo álcool.

Logo depois jantamos carne e a sobremesa foi morangos com chocolate. Tom realmente havia pensado em tudo, e eu fiquei feliz com aquilo.

Eram poucas as pessoas que me conheciam bem para planejar uma noite com as minhas comidas favoritas na minha cidade favorita. Esses poucos eram meu pai, os gêmeos, Harry, Hermione e Rony, preferi ignorar que Draco deveria ser o primeiro nessa equação, mas fora ele eram apenas a minha...Família.

—Tom, você é mesmo meu amigo de verdade não é?- perguntei.

—Eu...-ele me olhou nos olhos.- Sou.

Eu tentei não corar e conter o sorriso, mas foi impossível não corar quando ele passou a mão pela minha perna por de baixo da mesa.

—Quero ser um pouco mais que seu amigo.- ele passou os dedos pela minha calcinha. Eu mordi o lábio inferior e soltei a respiração queimando por dentro.- Segundo corredor à direita, dois minutos.

Será que eu realmente queria aquilo? Sim, de qualquer modo, aquilo seria mais um jeito de tirar Draco da minha mente.

Quando virei o corredor Riddle me prensou na parede apertando meu pescoço e me beijando. Era um beijo quente e cheio de desejo, eu queimei por dentro, o único problema era que eu estava imaginando que era Malfoy quem estava me beijando.

—Você vai ser toda minha hoje.- ele passou o polegar pelos meus lábios molhados e aparatamos para o dormitório dele.

Fiquei um pouco zonza mas em poucos segundos ele ja havia me pegado no colo e me apoiado na parede gelada. Ele segurava minhas coxas enquanto eu passava os dedos nos cabelos...loiros?

Droga! Por que eu estava imaginando o Draco? As coisas ficaram realmente ruins quando eu abri os olhos e por um segundo eu pensei ter visto Malfoy na minha frente, pronto para tirar minha blusa.

—Para!- disse um pouco alto demais e Riddle se afastou.

—Merda Alya, eu pensei que quisesse isso também! Ta tudo bem com você?- ele perguntou parecendo preocupado e irritado.

—O jantar estava ótimo, me desculpa.- sai correndo do dormitório dele.

Tom era perfeito, tinha tudo que uma garota poderia querer, mas por que eu não conseguia desejá-lo como eu desejava Draco?

Meu olhos encheram de lágrimas ao lembrar que eu não estava falando com Malfoy, talvez fosse o vinho finalmente subindo à cabeça mas minhas pernas começaram a bambear.

—Ei Black!- ouvi uma viz masculina me chamar.

Estava passando pelo Pátio quando um garoto se aproximou de mim. Tinham outros dois com ele, mas estava tarde, nao devia ter mais ninguém ali.

Quando o menino se aproximou de mim eu entendi por que estavam fora das comunais tão tarde da noite, ele fedia álcool.

—Eu te conheço?- perguntei com a vista embaçada pelo choro e ele segurou meu braço com muita força e me prendeu entre ele e a parede, eu não tinha forças para sair.

—Vai me conhecer hoje.- ele começou a beijar meu pescoço bruscamente me fazendo chorar ainda mais.

Eu ouvia os amigos dele rindo enquanto eu implorava para que ele parasse e pedia por ajuda com a voz fraca. Ele passou suas mãos nojentas por todo o meu corpo o que me deu vontade de vomitar tudo que tinha comido no jantar.

Quando ele finalmente ia tentar tirar meu sutiã, algo o atingiu e o fez cair. Ele finalmente me soltou e eu desabei no chão chorando e tentando buscar oxigênio.

Os amigos saíram correndo tentando arrastar o abusador que trançava as pernas para andar.

Eu chorava de soluçar até que finalmente percebi que quem havia me salvado era Draco. Ele se sentou ao meu lado me abraçando e eu deixei que as lágrimas corressem livremente enquanto molhavam a camisa dele.

Eu o abracei tão forte, como se precisasse daquilo a muito tempo, e realmente precisava. Ele acariciou o meu cabelo para me acalmar e a abraçou mais forte ainda.

—Nunca vou te abandonar, princesa, eu te prometi isso.- ele murmurou, o que me fez chorar ainda mais, mas dessa vez de alívio.

Only One - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora