— Já passou da hora de você e do senhor perfeitinho acordarem.- uma voz grave disse.
—Agora não.- respondi ainda de olhos fechados e com voz de sono.
—E ainda dizia nas cartas que estava com saudade de mim...- eu finalmente abri os olhos pra ver Tom Riddle na minha frente.
Eu levantei rápido o abraçando e ele me abraçou de volta, havia sentido tanta falta dele, era quase um ano sem vê-lo.
—Ótimo, Riddle está aqui, quer dormir no meio da nossa cama?- Draco perguntou irônico.
—Dispenso, ainda mais agora que estão juntos.- Tom cerrou os olhos para ele fingindo uma expressão de nojo.
Os dois não se gostavam muito, sempre foi assim, mas eu não ligava tanto, contanto que não ficassem brigando o tempo todo perto de mim.
Ouvimos três batidas na porta e logo Narcisa entrou toda agitada, ela estava com um vestido nos braços e eu cerrei os olhos para aquilo.
—Ótimo, estão todos aqui.- ela falou nos encarando e recuperando o fôlego, parecia estar muito ocupada.- Draco e Tom, vocês tem que ir provar seus smokings, e Alya, seu vestido está aqui.
—Vestido para que exatamente?- perguntei, não sabia porque precisávamos de roupas de gala.
—Um baile promovido pelo Lorde das Trevas, para comemorar...- Narcisa tentou falar.
—A morte de Dumbledore.- Draco falou se levantando.
Eu abaixei a cabeça quando Cissa concordou e saiu do quarto, ainda não havia me conformado com aquilo.
Mas pensando por outro lado, um baile lotado de Comensais da Morte e seus colaboradores seria perfeito para que eu pudesse identificar alguns deles, ouvir conversas particulares e depois contar tudo para Ordem da Fênix.
—Vamos logo, Riddle, se nos atrasarmos para provar esses smokings minha mãe vai nos matar.- Malfoy falou se levantando e calçando os sapatos.
—Eu sei, passei esses meses todos como um cachorrinho de madame, ela me tratou como um menino mimado igual você.- Riddle revirou os olhos.
—Vai dizer que não gostou de ser cuidado...- provoquei Tom com um sorriso de canto.
—Não foi nada ruim, mas se disserem para alguém que eu disse isso eu mato vocês.- eu e Draco rimos abafado.
••••
O salão de baile da Mansão Malfoy estava lotado, aquilo me preocupou pois queria dizer que Voldemort tinha muitos seguidores.
Eu parei no topo da escadaria com meu longo vestido de festa passando os olhos por todos os convidados, mas se eu quisesse encontrar alguém ou identificar algum Comensal ali teria que me esforçar, afinal todos estavam usando máscaras.
—Esta é a sua, querida.- Narcisa apareceu do meu lado estendendo uma máscara branca detalhada para mim.- Quer um conselho? Estar no meio dessas pessoas nunca é uma experiência agradável, apenas finja um sorriso e não demonstre fraqueza. Você,Draco e Tom são só crianças, tomem cuidado com quem falam.
—Obrigada.- disse olhando para expressão reconfortante dela.- Não só pelo conselho, obrigada por cuidar de mim desde que eu tinha 11 anos e me acolher depois que meu pai morreu, nunca tinha agradecido antes.
—Não tem de que.- ela me deu o melhor sorriso e desceu a escadaria colocando sua máscara prata.
Eu respirei fundo antes de descer as escadas também, coloquei minha máscara e para minha surpresa Draco estava me esperando no final da escadaria. O terno dele era branco e sua máscara era preta e minimalista, o cabelo todo penteado para trás e os anéis nos dedos chamavam atenção de qualquer um.
—Posso te acompanhar?- ele sorriu e eu ri abafado.
—Só se prometer dançar comigo no fim da noite.- pisquei para ele.
—Draco, venha comigo, quero que conheça umas pessoas.- Lucius puxou o Malfoy mais novo que disse que já voltava.
Aquela era a primeira vez que eu via Lucius depois da morte de Sirius, aquele dia no Ministério da Magia foi a última vez que eu o vi antes de ser mandado para Azkaban. Ele estava diferente, não havia feito a barba e os cabelos estavam levemente despenteados, os dias na prisão claramente não haviam feito bem à ele.
Andei pelo salão ao som da música clássica que ecoava por todos os cantos, eu estava me sentindo em um campo minado. Mesmo com aparências cordiais e conversas leves eu sabia que todos ali eram perigosos de alguma forma, aliados dos Comensais da Morte ou até mesmo Comensais em pessoa.
—Você deve ser a aprendiz de Comensal.- um homem alto falou atrás de mim.
—Na verdade, sou apenas Comensal.- falei me virando e reparando na Marca Negra que a manga sua camisa levemente levantada revelava.- Assim como você, sou Alya...
—Sei bem quem você é, lutei com você no Ministério da Magia à mais de um ano, sou Antônio Dolohov.- ele apertou minha mão e eu logo o reconheci por trás da máscara, ele devia ter fugido de Azkaban com Lucius.
—O Lorde das Trevas fala muito bem de você, do filho do Malfoy e do próprio filho.-o homem que estava ao lado de Dolohov falou.- Augusto Rookwood, muito prazer.
—Acredito que seja porque nós somos o futuro dos Comensais da Morte.- falei enquanto apertava a mão de Rookwood, eu também havia lutado com ele no Ministério.
—Fico feliz em ver que você mudou de lado, Black, achei que fosse uma traidora de sangue como o seu pai.- Dolohov cuspiu as palavras e eu cerrei os punhos sem que eles percebessem.
—Sou leal à Lorde Voldemort como vocês, escolhi o lado certo, não?- forcei outro sorriso, sorte a minha que eu mentia muito bem.
—Claro.- Rookwood concordou sorrindo.
—Sirius Black era um fracassado, devia ter apodrecido em Azkaban apenas por defender aqueles sangue-ruins.- Dolohov falou.
Meus punhos cerraram mais, eu não suportava ouvir falarem mal do meu pai. Ele era um homem extraordinário que lutou do lado certo, meu sangue ferveu e o ódio começou a me controlar.
—Senhores, com licença, preciso falar com a minha namorada.- Malfoy apareceu me puxando pela cintura mas eu não me mexi.
—Estamos tendo uma conversa tão boa, Senhor Malfoy, junte-se a nós para humilhar alguns traidores de sangue.- Dolohov continuou falando, eu queria mata-lo ali mesmo.
—Como aquele Arthur Weasley que trabalha no Ministério, ele e sua família são uma piada, nem deveriam ser considerados sangue puro.- Rookwood falou rindo e eu respirei fundo para não lançar uma maldição nele.
—Sinto muito, com licença.- Draco finalmente me tirou dali me fazendo subir as escadarias.
Riddle nos viu subindo às pressas e nos seguiu, é claro que ele havia percebido que havia algo errado. Se Draco não tivesse me tirado dali rápido eu teria matado Rookwood e Dolohov apenas por insultarem minha família e meus amigos.
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Only One - Draco Malfoy
FanfictionAlya não era tão invisível como ela pensava, talvez ser melhor amiga de Draco Malfoy e ter uma inteligência espantosa fossem fatores importantes para chamar atenção em Hogwarts. A vida sendo uma sonserina com poucos amigos era simples antes de se me...