Only One - Draco Malfoy

Gritos I

Acordei como em todos os dias, vesti o suéter que havia ganhado dos Weasley e me arrumei como fazia sempre.

—Aly, precisa vir aqui.- Tom me chamou para o seu quarto e quando entrei Malfoy já estava lá.

Draco estava sentado na poltrona e Riddle de pé nos encarando. Os dois tinham uma expressão pensativa, claro que era sobre a Horcrux.

—O que aconteceu?- perguntei.

—É um cálice.- Tom falou cruzando os braços.

—A Horcrux que está no cofre de Bellatrix, no Banco Gringotts, é a Taça de Helga Hufflepuff.- Draco falou.

—Como descobriram isso?- perguntei e Draco olhou direito para Tom.

—Não importa, o importante é que descobrimos.- ele mudou de expressão rapidamente.- O Lorde das Trevas vai estar ocupado, se formos rápido conseguimos pegar o cálice.

—Vai sonhando, precisamos de um plano, é impossível invadir o Gringotts.- cruzei os braços.

—Certo, vamos explodir aquela merda, sequestrar um duende e pegar o cálice, melhorou?- Tom sorriu de canto.

—Alya tem razão, Riddle, precisamos de um plano muito mais elaborado do que sair explodindo tudo.- Malfoy concordou.

Eu estava prestes a sugerir um plano muito melhor quando Bellatrix nos chamou no hall de entrada da Mansão Malfoy. Eu estava com uma sensação ruim, um aperto no peito, e foi quando chegamos no topo da escada que minha pressão caiu de vez.

Eu engoli seco, meu coração acelerou ao ver Hermione e Ron sendo segurados por sequestradores, e logo na frente de Bellatrix estava Harry ajoelhado. Hermione devia ter jogado algum feitiço de desfiguração nele, mas era óbvio que era Harry Potter ali.

—Então?- Bellatrix perguntou assim que chegamos perto de Harry.

Hermione e Ron que eram segurados bem atrás de nós não mexiam um músculo e não piscavam os olhos.

—Não é o Potter.- Tom foi o primeiro a dizer.

—Não, eu o reconheceria se fosse.- respondi como se não fosse nada, agradeci internamente por ser uma ótima mentirosa e conseguir não suar ao olhar nos olhos de Harry.

Draco olhou para mim antes de responder, ele sabia que se dissesse que aquele era o Potter e seus pais o entregassem a Voldemort, a dívida deles com o Lorde das Trevas estaria paga.

—Nao tenho certeza.- ele falou se voltando à Harry.

—Draco, chega mais perto, filho.- Lucius falou como um demônio na nuca de Draco.- Se formos nós a entregar Potter ao Lorde das Trevas tudo será perdoado, tudo voltará a ser como era, você entendeu?

—Não vamos esquecer quem de fato o capturou, espero, Senhor Malfoy.- um dos sequestradores falou.

—Nao se atreva a falar assim comigo na minha casa!- o Malfoy mais velho gritou antes de ser repreendido por Narcisa.

—Não tenha medo, querido, olhe bem.- Lestrange puxou Draco até Harry, os olhos de Potter perfeitamente reconhecíveis no meio da deformidade de seu rosto.- Se este aqui não for quem achamos que é e chamarmos o Lorde das Trevas ele matará todos nós.

—O que houve com o rosto dele?- Draco perguntou, eu tentava manter a respiração equilibrada pelo nervosismo.

—Já estava assim quando vimos, deve ter pego alguma coisa na floresta.- o sequestrador respondeu.

—Ou é uma azaração, foi você, querida? Me de a varinha dela, vamos ver qual foi seu último feitiço- Bellatrix se dirigiu à Hermione andando lentamente até ela enquanto ria.- Brincadeirinha.

Eu podia dizer com absoluta certeza que eu não tinha mais nenhum pingo de sanidade mental depois de tanto tempo convivendo com Bellatrix, mas aquele momento de tensão superava todos os outros.

—O que é isso?- a Lestrange gritou e minha atenção se voltou para o sequestrador que segurava uma espada, uma espada que era um tanto quanto familiar, já devia ter lido sobre ela.- Onde foi que conseguiu isso?

—Estava na bolsa dela quando vasculhamos e agora é minha.- o sequestrador ainda teve a oportunidade de sorrir antes de Bellatrix o atirar longe com um feitiço e atacar os outros sequestradores.

Ela pegou a espada de volta e os mandou embora com rapidez, eu, Tom e Draco assistimos com olhos arregalados, seja la o que fosse aquela espada era muito importante.

—Meninos, levem os garotos para o porão!- Bellatrix jogou Harry e Ron em cima de mim e Tom.- Quero ter uma conversinha com essa aqui, de mulher pra mulher.

Fomos empurrando os meninos para onde costumavam ficar alguns prisioneiros na Mansão, eu nunca sabia quando haviam prisioneiros por lá, mas é claro que sempre havia um pobre coitado.

Rabicho nos ajudou a levar os dois para baixo, o lugar mais frio e úmido dos lugares frios e úmidos, até me lembrava as masmorras de Hogwarts.

Sem dizer nada, jogamos os dois naquele lugar imundo e subimos as escadas de volta para onde estávamos.

—Preciso que façam uma coisa para mim.- puxei Draco e Tom.- Procurem Dobby, ele vai tirar Harry, Ron e Hermione daqui sem levantar suspeitas de que nós ajudamos.

—E você, o que vai fazer?- Malfoy perguntou e eu vi Rabicho descer e subir novamente as escadas, dessa vez levando um dos duendes do Banco Gringotts para onde estavam Bellatrix, Narcisa, Lucius e Hermione.

—Vou contar da Horcrux no Gringotts para o Harry, vocês vão logo pedir ajuda.- falei antes de descer as escadas de novo e para minha surpresa Harry e Ron não eram os únicos ali.

—Luna, Senhor Olivaras?-perguntei e eles chegaram a se assustar, mas sabiam que eu estava do lado deles.

—Aly, ajude a Hermione, por favor.- Ron pediu se virando para mim.

—Draco e Tom estão cuidando disso.- respondi.

—Espera, Malfoy e Riddle estão do nosso lado?- Ron até arregalou os olhos.

—Outra hora, Ron.- me virei para Harry.- Preste atenção, tem uma Horcrux no cofre da Bellatrix no Gringotts, é um cálice dourado, pertencia à Helga Huflepuff.- escutei outro grito de Hermione enquanto falava.- O que tem de tão importante naquela espada?

—É a espada de Gryffindor, ela destrói as Horcrux.- Potter falou ainda pensando no que eu havia acabado de dizer.

—Destruíram o medalhão, certo?- eles assentiram.- Ótimo, e quantas faltam?

—Faltam cinco, são oito Horcrux.- Potter falou e foi a minha vez de assentir.

Os gritos de Mione apertavam meu coração, eu tinha que subir e resolver de algum modo. Eu vi o medo nos olhos de Ron, os rostos de Luna e do Senhor Olivaras, todos com medo nos olhos, mesmo que fosse bem no fundo deles.

—Fiquem aqui, a ajuda já vem.- me virei para subir novamente as escadas.

—Ei Alya.- Harry me chamou.- Obrigado.