Dumbledore

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O dia estava estranhamente calmo, passei a manhã toda com Pansy, Blaise e Draco jogando xadrez bruxo na Comunal. Saímos de lá apenas para comer e mesmo assim nada de interessante parecia acontecer.

Malfoy estava tenso, parecia preocupado e ansioso, mas mesmo assim tentava ao máximo sorrir para mim quando me olhava.

De noite voltei para o meu dormitório com Pansy. O céu estava nublado e cheio de nuvens cinzas, embora eu gostasse daquele clima eu tive sensação ruim.

Parkinson já havia caído no sono mas eu nem havia colocado o pijama ainda. Quando estava prestes a tirar minha saia, Draco apareceu sem bater na porta e mandando que eu ficasse em silêncio.

—Temos que ir.- ele falou pegando meu coturno e estendendo para mim.

—Para onde?- perguntei calçando as botas.

—Por favor, não me pergunte.- ele não olhava nos meus olhos para falar.

Saímos do meu dormitório com cuidado para não acordar Pansy e Draco segurou na minha mão. Nós andávamos rápido, ele estava quase me arrastando pelos corredores de Hogwarts.

As mãos de Malfoy tremiam enquanto subíamos as escadas, dava pra ver a tensão estampada em seus olhos. Mesmo que não parecesse eu estava com medo, não sabia o que estava acontecendo e nem para onde ele estava estava me levando.

Paramos em frente à Sala Precisa e eu reparei que Draco respirou fundo antes de entrar. Eu fiquei em absoluto silêncio enquanto ele descobria um grande armário de madeira escura com detalhes nas portas, nunca havia visto aquilo ali.

—Aly, você tem que ficar aqui.- ele finalmente estava olhando nos meus olhos agora, eu reparei nos olhos levemente vermelhos dele, como se estivesse tão nervoso à ponto de chorar.

—Draco, o que tá acontecendo?- eu perguntei segurando o rosto dele com as duas mãos.

—Eu te amo.- ele me beijou, eu estava confusa, por que ele estava fazendo aquilo?

—Me fala o que tá acontecendo, Malfoy.- falei firme.

—Você precisa ficar aqui, me perdoa.- Draco beijou minha cabeça e depois saiu me deixando sozinha no silêncio.

Eu não fui atrás dele, se precisava tanto que eu ficasse ali então iria ficar. Analisei o enorme armário por mais alguns minutos antes que as portas se abrissem sozinhas.

Eu me afastei vendo a névoa escura que saia de dentro dele, eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Minha cabeça doía junto com meu estômago de preocupação, eu cerrei os punhos e apanhei minha varinha.

Logo minha confusão foi substituída por preocupação. Eu vi Bellatrix, Greyback e outros dois comensais se materializarem da névoa, meu coração bateu forte de preocupação.

—Bellatrix.- segurei minha varinha com força, mas não ousei apontar para ela, afinal eu não podia atacar outra Comensal.

—Nao vai me dar as boas-vindas a sua escola?- ela riu abafado.

—O que fazem aqui?- perguntei firme, alguma coisa estava acontecendo ou iria acontecer, eu só não sabia o que.

—Draco não te disse?- ela riu de novo.- Vamos, não podemos perder o show.

Bellatrix me puxou pelo braço e eu fui com ela e os Comensais pelos corredores de Hogwarts até a Torre de Astronomia.

Eu queria lutar, seja la o que eles quisessem em Hogwarts não era coisa boa, mas eu não podia fazer nada. Além de eu ter que fingir que era uma deles, eram quatro contra uma.

Entramos na Torre de Astronomia e antes de subir as escadas eu ouvi vozes, especificamente a voz de Draco e Dumbledore, meu coração gelou.

Malfoy falava para Dumbledore sobre o Armário Sumidouro, o qual os Comensais haviam usado para entrar na escola de magia.

Começamos a subir as escadas lentamente, Bellatrix na frente e eu logo atrás enquanto ouvíamos o diretor falar.

—Draco, à alguns anos eu conheci um rapaz que fez todas as escolas erradas, por favor me deixe ajudar.- Dumbledore falou.

—Eu não quero sua ajuda! O senhor não entende, eu tenho que fazer isso.- agora era a voz de Draco, tinha a voz firme e ao mesmo tempo soava como se estivesse com medo.- Eu tenho que matar o senhor, ou ele me matará.

Eu parei de andar por um segundo antes de ser empurrada pelos dois Comensais mascarados atrás de mim.

Minha coluna se arrepiou. Eu havia duvidado de Harry quando ele me disse que Draco queria matar Dumbledore, eu não quis acreditar que a pessoa que eu mais amava no mundo estava por trás de todas as tentativas de assassinato contra o nosso diretor, mas eu estava errado.

Engoli seco, Malfoy estava sendo ameaçado de morte se não fizesse aquilo, me senti culpada de não ter notado tudo aquilo acontecendo bem de baixo do meu nariz.

Quando chegamos ao topo da Torre, a primeira visão que eu tive foi de Draco apontando sua varinha para Dumbledore que estava desarmado, aquilo fez meu coração doer.

—Bom, olha o que temos aqui.- Bellatrix falou como não fosse nada.- Muito bem, Draco.

Ele tinha os olhos tristes, realmente não tinha escolha para o que estava fazendo e vê-lo daquele jeito foi como um avada no peito. Eu fechei o rosto e tentei não demonstrar fraquezas, mesmo que estivesse com um enorme aperto no peito.

—Boa noite, Bellatrix, acho que fará as apresentações, não fará?- Dumbledore falou.

—Adoraria, Albus, mas acho que estamos com o horário apertado!- a voz esganiçada da Lestrange atingiu meus ouvidos.- Faça!

—Ele não tem coragem, igual ao pai dele.- Greyback falou.- Deixe que eu acabo com ele do meu jeito.

—Não! O Lorde das Trevas foi claro, o garoto tem que fazer.- Bellatrix falou.- Este é o seu momento, Draco, mate-o.

Eu vi as mãos de Draco tremerem, temi por ele. Mas em um momento de esperança, olhando pelo chão de madeira, eu vi Potter e Snape.

Pela pequena fresta eu vi Snape pedir para Harry fazer silêncio, aquilo me deu esperança de que nada ruim aconteceria aquela hora.

—Mate-o, Draco, agora!- Bellatrix gritou novamente.

—Não.- Snape apareceu logo atrás de mim.

Draco se virou, eu vi seus olhos parcialmente vermelhos, estava quase chorando.

—Severo, por favor.-Dumbledore pediu.

Eu cerrei os olhos para Snape, na minha concepção ele era como eu e estava infiltrado ajudando Dumbledore, mas aquilo saiu da minha mente quando o vi sacar a varinha e laçar a maldição da morte no diretor de Hogwarts.

—Avada Kedavra.- eu vi a luz verda sair da varinha dele.

Eu respirei fundo, pegando todo ar que podia por causa do choque. Senti minha cabeça pesar e meus punhos cerrarem para conter a lágrima que estava prestes a sair.

Dumbledore caiu da Torre de Astronomia, o homem que eu tanto admirava, o bruxo que havia me contado sobre o mundo mágico e sobre meus pais bruxos. Uma lágrima escorreu rapidamente pelo meu rosto mas eu pude limpar antes que alguém visse.

Only One - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora