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Isso faz eu me sentir nervosa. Você tem aquele olhar em seus olhos...

- BANNERS.

Jacob e eu nos entreolhamos, assustados e confusos

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Jacob e eu nos entreolhamos, assustados e confusos. Os sons das sirenes preenchem o ambiente e eu sei na mesma hora, que a minha decisão de ficar em casa teria sido mais sábia.

Os paramédicos mandam as pessoas se afastarem do corpo, por mais que ele já esteja sem vida. Não tive coragem de ver quem era, mas vi os cabelos loiros esparramados pelo carpete negro, que agora tem uma grande mancha vermelha, escura e seca.

Seguro no braço de Jacob por instinto, sentindo os olhares em nós. Ele tira o braço do meu lado e eu engulo em seco, com medo de ele realmente ser o babaca que todos descrevem, na frente dos outros. Ele passa os braços ao redor da minha cintura e começa a caminhar para fora comigo, instruindo-me a não levantar o olhar. É isso o que eu faço. Não olho.

Estou apavorada por deixá-lo ver que eu também sou sensível, já que desde que nos conhecemos eu sempre tive pulso forte, mas algo me diz que eu posso confiar nele. Tem algo apitando na minha cabeça, dizendo que ele é como eu. Carrega alguns traumas e se esconde atrás do rótulo de babaca egocêntrico.

Ele abre a porta do carro para mim e eu entro, ainda sem olhar para trás. Quando finalmente prendo o cinto de segurança ao redor do meu corpo, consigo respirar normalmente e olhar para frente. Jacob faz o mesmo, ligando o carro e dando ré.

O meu celular vibra e eu o pego, vendo que tem algumas mensagens do meu pai e dos meus novos amigos. Não os culpo por terem me deixado sozinha na festa, eles só queriam se divertir e não tinham como saber que eu sinto pânico em ser observada. Respondo que eu estou bem e que já estou indo para casa. Amanhã eu lido melhor com eles.

— Você está bem? — Jacob pergunta, segurando em minha mão.

— Sim — respondo, encarando a janela.

— Está com fome?

Paro de encarar a janela e começo a encará-lo, que está com um olhar sereno e um vestígio de sorriso no rosto.

— Um pouco. Achei que ia me empanturrar nessa festa, mas me enganei — confesso e ele ri. Deveria rir mais vezes, ele fica bonito rindo.

— Conheço um lugar que tem o melhor chocolate quente do mundo — ele comenta, trocando de marcha e me encarando por breves segundos.

— Que fique bem claro que será só chocolate quente, lamento informar — ressalto, voltando à minha personalidade habitual.

— Tudo bem, Ana — ele concorda e eu reprimo um grito. Ele pronuncia o meu nome de uma forma tão linda, fofa e doce.

Seguimos boa parte do caminho em silêncio, apenas escutando a música que está tocando no rádio. Uma dos Beatles, o que me faz sorrir. Se eu fosse uma garota "normal", já estaria dizendo que temos uma coisa em comum. Porém, eu estou bem longe de ser uma garota "normal".

Uma Garota Discriminada [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora