Uma Garota Discriminada [COMPLETO]

14 | Fique longe de mim ou sofra as consequências

É isso aí, acho melhor ter medo de mim. Quem está no controle?

- Halsey.

Meus dias vem sendo uma tortura após a outra. O que penso que Lisa fez com Courtney... Isso foi o cúmulo. Ela não confessou nada, mas está mais distante do que de costume e isso não é nada bom.

Para piorar toda a minha situação, Ana pensa que estou escondendo algo dela e de seu grupo, pelo menos foi isso o que respondeu quando perguntei o que havia de errado.

Respiro fundo e tento me controlar ao máximo para não quebrar nada. Engraçado. A única pessoa que estava ao meu lado desde sempre era Lisa, jamais imaginei que ela pudesse fazer algo assim.

Ontem, quando a confrontei outra vez depois que Courtney morreu, ela me afirmou que eu estava maluco e que não conseguiria tirar a vida de alguém. Porém, algo em seu tom de voz me faz ficar com essa dúvida cruel. Até onde a garota iria por vingança?

Sua fala gélida e sem emoção também me deixou pensativo...

"Ano novo, alvos novos."

O barulho do sinal me faz despertar dessa terra torturante de pensamentos, inundando meu peito com um alívio tão esperado. Não suportava mais ouvir sobre fórmulas, números e algo mais.

Ao sair da sala de aula acabo esbarrando em alguém. Seguro em seus braços finos para impedi-la de cair e encaro seus olhos ardilosos.

— Senti saudades do seu toque — Line revela, com sua voz melosa.

Torço o nariz, mas sorrio mesmo assim. Sei que ela sabe sobre parte de nosso plano, mas se puder evitar escândalos, estarei evitando.

— Não precisa fingir que ainda sente algo por mim, mas não esperava seu silêncio, Jacobzinho.

Ela faz uma careta, rindo em seguida, parecendo ainda mais perversa do que de costume.

O que está acontecendo com essas garotas?!

— Não tenho nada pra falar.

— Não? Tem certeza? Nem sobre sua melhor amiga ter matado uma das únicas pessoas que me importava?

Engulo em seco, olhando ao redor para ter certeza de que ninguém a ouviu.

— Você não tem provas e nem eu! — Revido, apontando um dedo em sua direção.

— É... Por enquanto — ela garante, rindo e tocando em meu casaco vermelho. — Sabe, não sei se você se lembra, mas normalmente consigo tudo o que quero.

Tiro suas mãos do meu corpo, sentindo a repulsa crescer. Como pude beijar essa boca que fala tanta merda?

— Não tenho tempo pra isso agora.