17 | Não sei se posso confiar em você

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Oh! Dê um passo à frente, quem será o próximo?

- Sam Tinnesz

Passo a mão pelo rosto, respirando fundo e virando para o outro lado na cama

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Passo a mão pelo rosto, respirando fundo e virando para o outro lado na cama. Faz alguns dias que tudo aconteceu e todas as cenas que presenciei não saem da minha cabeça, torturando-me minuto após minuto.

Lisa e Zayn continuam presos, Tom desaparecido, Scarlett estranha demais, Michelle distante, e eu esperando a intimação junto com a ordem de prisão a qualquer momento. A ansiedade continua a todo vapor e talvez eu mereça.

Sei que corro sérios riscos de ser presa como cúmplice, afinal, meu vestido estava manchado com o sangue da vítima e minhas digitais na arma do crime. Não preciso ser nenhuma detetive ou advogada para saber que isso ainda me prejudicará para caramba.

Viro outra vez de barriga para cima, respirando fundo e tentando entender como minha vida pode ter mudado drasticamente em apenas quatro meses.

Antes de agosto eu estava no Brasil, sentada em uma praia maravilhosa, bebendo água de coco e fofocando horrores com Gabi. Agora estou nesse país congelado, repleta de pessoas conhecidas mortas por uma psicopata, que também está morta.

Levanto-me da cama, passando a mão entre os cachos crespos. Preciso ver Lisa. Tenho muitas perguntas e ela terá que me responder cada uma delas. A primeira de todas é: porque nos manipulou? Depois vem: está envolvida com o sumiço do Tom? Não espero que ela seja cem por cento honesta, mas consigo detectar quando estão mentindo através do olhar.

Saio do quarto e entro no banheiro, tomando um banho na mais alta temperatura. Mal posso esperar para o inverno acabar e me livrar dessa neve, frio e essas coisas todas.

Retorno ao meu quarto e visto as roupas mais quentes que tenho, focando o olhar no casaco do Red High School. O que essa escola tem se tornado? É um dos principais centros para crimes desde que a conheço. Ainda não entendo como nunca foi processada e como não fechou as portas.

Desço as escadas, entretida no celular e ouço um pigarro alto. Franzo a testa e ergo o olhar até meu pai quando entro na cozinha, mas quem vejo ao seu lado faz com que eu perca todas as forças nos músculos, consequentemente largando o aparelho que parece cair em câmera lenta.

Ali está ela, com toda a sua elegância da qual já não me lembrava. Sua pele está ainda mais pálida do que me recordava, seus cabelos loiros naturais estão perfeitamente alinhados e as roupas transbordam o cheiro do dinheiro ao qual ela sempre foi obcecada.

— Oi, filha. Vim buscar você.

Encaro meu pai com o cenho franzido, não entendendo o que está acontecendo aqui. Com a respiração começando a falhar, dou um passo para trás ainda atônita.

E então percebo os olhos do meu pai repletos de culpa.

— Você ligou pra ela?

Mal reconheço o tom em minha voz, que parece tão... magoada.

Uma Garota Discriminada [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora