12 | Sherlock Holmes, é você?

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Você vê, mas não observa...

- Sherlock Holmes.

Ação de graças, onde a família sempre se reúne para agradecer as coisas boas que acontecem em suas vidas, uma grande hipocrisia para quem passa o ano inteiro reclamando

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Ação de graças, onde a família sempre se reúne para agradecer as coisas boas que acontecem em suas vidas, uma grande hipocrisia para quem passa o ano inteiro reclamando.

Faz uma semana desde a manifestação sobre a morte de Dalila e os outros injustiçados. Meu braço está 100% melhor, assim como Ana, que está com o físico recuperado do incidente no penhasco. Em compensação, sei que sua mente está um caos.

No dia seguinte à confusão na manifestação, Ana nos contou sobre ter visto Courtney com o braço engessado saindo de uma sala com uma senhora, que provavelmente seria sua avó. Ela disse que a garota do penhasco poderia ser ela, mas Lisa ressaltou que Courtney tem olhos escuros, o que nos fez ficar desanimados até Tom citar lentes de contato.

Tudo isso é uma bagunça e não sei se esse recesso foi bom ou ruim. Nos afastou de todos da escola, inclusive Evangeline, Zayn e Courtney, o que dificulta em níveis extremos a nossa investigação. O mais bizarro é que parece que eles sabem que estão sendo investigados porque desde que os feriados começaram todos pararam de falar comigo e Lisa.

Vi que Evangeline e Flynn foram para Orlando passar o feriado com os parentes maternos, já Courtney não atualiza o Snapchat há algumas semanas, o que realmente é muito suspeito.

Saio do meu quarto, pegando meu celular e digitando uma mensagem para a brasileira, quando ouço gritos desesperados. Minha mãe!

O celular cai da minha mão, trincando sua tela e eu corro escadaria acima, com o coração pulsando feito louco. Flashes daquela noite, há exatamente 1 ano me entorpecem, fazendo tudo rodar. Parece um déjà vu.

Giro a maçaneta, mas ela não abre. O desespero toma conta do meu corpo e eu forço a porta, arrombando-a e fazendo um estrondo. Morales, nosso empregado mais antigo, vem ver o que aconteceu e encontramos minha mãe deitada em sua cama, dormindo tranquilamente com os inúmeros comprimidos em uma mesinha de cabeceira.

Respiro fundo, soltando o ar com força em seguida. Deve ter tido outro pesadelo. Os antidepressivos estão com a dosagem mais elevada e ainda não sei se isso é bom ou ruim.

— Certifiquem-se que ela não encontrará mais as chaves para trancar a porta, Morales — murmuro, com as vozes me consumindo.

Passo a mão entre os fios que já estão necessitando de um corte e mando a mensagem que ia enviar para a escritora, guardando o celular em seguida e vestindo o casaco preto e grosso. Odeio o frio desse lugar

Pego as chaves e olho em volta, sentindo tudo distorcido. Não suportando nem mais um segundo nessa casa. Há muitas lembranças boas, mas as ruins se sobressaem. Estou cogitando a ideia de nos mudarmos, quem sabe assim minha mãe consegue se recuperar.

Uma Garota Discriminada [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora