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Espelho na parede, me diga todas as maneiras de me distanciar.

- Fantograma.

Encontrar Ana naquele estado foi completamente assustador

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Encontrar Ana naquele estado foi completamente assustador. Merda! Eu quase a atropelei. Como se não bastasse a garota ter quase sido assassinada, precisava vir um idiota de carro distraído para acertá-la em cheio.

Lisa está sentada ao meu lado, enquanto Ana está em um dos quartos do hospital levando alguns pontos pelo corte em sua testa e realizando alguns raio-x. Tom e Michelle disseram que estarão aqui dentro de alguns minutos, mas Scarlett não deu as caras, não mandou nem uma mensagem sequer desde que tudo aconteceu. Tom acredita que ela está sem sinal de internet.

Vejo um homem de terno entrando na emergência com a testa trincada de preocupação e noto uma semelhança entre ele e a escritora. Decido me levantar e ir até ele.

Quando o ouço dizer o nome e sobrenome da Ana, toco em seu ombro, fazendo-o se virar. Explico o pouco que sei e relembro que nos encontramos na delegacia há alguns meses, que eu estava com a filha dele e ele parece se lembrar.

— Caramba! Que coincidência — ele diz, apertando a mão que eu estendi.

— Verdade. — Sorrio. — A médica disse que assim que tiverem notícias vem avisar.

Ele confirma com a cabeça e avisa que vai até à máquina de café, perguntando se eu também quero um. Se ele soubesse o que eu fiz com o coração da filha dele, me estrangulava aqui sem nem pensar duas vezes. Nego o café e volto ao banco, sentando-me ao lado de Lisa.

Minutos depois, Tom e Michelle entram de braços dados, com as expressões preocupadas. Trocamos abraços rápidos e sorrisos tensos, aflitos demais para dizer algo.

O pai de Ana se junta a nós e a médica finalmente aparece com novidades para dar. Ao que parece, a escritora está ótima. Só precisou levar alguns pontos e fraturou o pulso, mas dentro de algumas semanas, estará bem.

Enquanto o senhor Gomes vai ver sua filha, fico sentado nesse banco, inerte a grande parte das coisas.

— Quem será que estava atrás dela? — Tom pergunta, mas pareceu que estava se auto questionando.

— Não sei. Na mensagem ela só disse que era uma garota — Michelle murmura, pensativa.

— Acham que pode ter sido a Evangeline?

— Não sei, ela não costuma sujar as próprias mãos... — murmuro.

— Courtney? — Lisa sugere, brincando com os fios loiros.

— Tapada demais para tentar assassinar alguém.

— Bom, ela pode ser uma ótima atriz — Lisa argumenta.

Uma Garota Discriminada [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora