Oito dias depois do dia que Jack contou o plano para Milla em seu quarto, a mesma se sentou na banquinho da cozinha, na quinta-feira logo após Mark sair para sua habitual ida para a cidade — que durava até no mínimo duas horas antes do início do jantar— e iníciou o plano que Jack criou.
Ela conversou com Bob e o fez acabar usando a panela que a senhora Rivera usava para fritar seus bolinhos. Quando Bob estava distraído fazendo a massa, ela cobriu a mão com a manga da blusa e pegou o óleo que Mark escondia no fundo do armário para que a Benfeitora não o pegasse por engano, e então o colocou praticamente na direção dos olhos de Bob, para que ele não pegasse o óleo errado. Milla tinha sugerido várias formas para Jack de como isso podia dar errado, ela podia pegar a garrafa de óleo errada e todo o plano ia água abaixo, mas Jack tinha razão; por mais que a garrafa estivesse com a mesma marca que as outras, o formato era diferente. Milla só saiu da cozinha depois que Bob terminou de fritar os bolinhos e guarda a panela com o óleo no forno.
Quando chegou na sala que ficava os computadores, encontrou apenas um garoto de 14 anos jogando o jogo do Mario — que havia se tornado febre no orfanato desde o dia que Jack trouxe os três computadores para o orfanato — e o Jack que estava sentado no sofá escutando música no seu MP3 fingindo ter escolhido aquele lugar aleatoriamente e não por ser o único lugar na sala que a câmera do corredor conseguia filmar.
— Ah, aí está você, querido. — cumprimentou o beijando no canto da boca.
Jack sorriu para as câmeras. O gesto deveria ser apenas para parecer uma cena de dois adolescentes apaixonados, mas ele estava de fato feliz, Milla havia conseguido a primeira parte do plano.
+ + +
— Quase deu tudo errado. — essas foram as primeiras palavras que Jack ouviu de Millaria quando ela entrou em seu quarto batendo a porta atrás de si.
— O que aconteceu? — Jack perguntou fechando as cortinas e caminhando para se sentar na beira da cama.
— Ela queria jogar o óleo da panela fora para colocar um novo, pois tinha certeza que alguém utilizou sua panela e o pior, ela quase experimentou os doces na minha frente. — contou atropelando as palavras enquanto andava de um lado para o outro. — Se ela tivesse experimentado, teria morrido bem na minha frente, tudo estaria desmoronando. Poderíamos ser descoberto! Jack! Por que está tão calmo? Você está ouvindo o que eu estou te dizendo?
— Sim, Milla. Nada deu errado, portanto não há motivos para histeria.— Jack tirou o cabelo do rosto expondo as cicatrizes.
Ele precisava cortar o cabelo, ele odiava o cabelo daquele tamanho, o fazia parecer um dos garotos emo com quem Milla sai vez ou outra quando não estava junto com o grupo punk dela. Ela havia sugerido que ele deixasse o cabelo crescer, pois assim taparia as cicatrizes altas que cobrem um lado do rosto dele. " Você é muito bonito..." Ela havia dito para ele certa vez enquanto jogava o cabelo dele sobre as cicatrizes e cortava fazendo uma franja " Mas ninguém quer ver um garoto bonito com o rosto deformado, não importa quão mau ele aparenta ser."
— Você está me ouvindo? — Milla questionou trazendo Jack para a realidade.
— Não.— confessou levantando os olhos para ela.— Repete. — pediu fazendo ela revirar os olhos.
— Eu disse que depois que ela fritou os doces eu comentei que alguns garotos estavam usando a sala dela, daí fomos até lá...
— Isso não fazia parte do plano. — interrompeu. — Você pode ter estragado tudo fazendo algo imprudente dessa forma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sequestrada por Jack, o assassino
Mystery / ThrillerEu me chamo Hanna Cooper e fui sequestrada aos 21 anos. Eu tinha uma vida perfeita, frequentava as festas mais badaladas da cidade e vivia dentro dos mais poderosos círculos da elite de Nova Orleans, mas tudo isso me foi tirado em uma perfeita noit...