capítulo 19

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Eu não sei por quanto tempo eu dormi, mas quando meus olhos se abrem, parece que não foi tempo o suficiente para eu descansar. Meu corpo inteiro dói, meus membros parecem pesados, meus olhos ardem como se areia tivesse sido jogada neles. Eu sinto o vento frio tocando minha pele nua, e franzo a testa. Eu estava nua da cintura para cima, deitada de bruços naquela cama de péssima qualidade e minhas costas ardiam e doíam pra inferno. Por um instante eu não consegui entender de onde vinha essa dor, por um segundo acreditei que fosse algum tipo de sonho bizarro onde eu conseguia sentir o que está envolta de mim, e então, esse instante e segundo desaparecem com as lembranças que invadem minha mente.

Flashes de mim batendo os pregos da janela invade minha cabeça, e então estou de frente para casa —sussurrando  todas as malditas palavras que me fizeram estar onde estou—, imagens de meu captor aparecem quando me viro para fugir, depois as imagens de mim implorando, e então Jack me punindo e depois mais nada.

Eu me movo lentamente enquanto tento me sentar na cama, um gemido de dor escapando de meus lábios. Quando finalmente consigo sentar sobre meus calcanhares pego o travesseiro ruim e o coloco na vertical para esconder meus seios. O simples movimento traz lágrimas aos meus olhos. Eu levo um dos meus braços para trás e estou prestes a tocar minhas costas com as pontas do meu dedo quando penso melhor e desisto. Eu suspiro quando estico meu corpo na tentativa de ver minhas costas, não consigo ver muito, mas meus olhos alcançam a parte inferior das minhas costas, próxima ao cós da minha calça preta; o que vejo já é o suficiente para me fazer soltar um gemido de lamentação e lágrimas surgirem em meus olhos. Minha pele está em um vermelho intenso e tem pelo menos duas linhas cruzadas manchadas de vermelho... sangue seco, penso quando tento me esticar mais. Minha pele parece está com alguns tons roxos, vermelho e amarelo, mas não tenho total certeza, já que não consigo ver direito, a única coisa que tenho certeza é que dói muito. Depois de um tempo tentando ver mais alguma coisa, acabo desistindo. Não sei quantos cortes tem além dos que estão próximo ao cós da minha calça e o que tem em meu ombro esquerdo. Os cortes não são profundos, o que me traz um alívio por saber que não terei nenhuma cicatriz, e eu não deveria ficar aliviada ou contente por isso, já que se não fosse por Jack eu não estaria sentido essa dor do caralho. Só de pensar nele uma raiva e um ódio profundo se apodera de mim e eu quase grito na tentativa de aliviar um pouco da raiva e da dor, a única coisa que me impede de fazer isso é a sombra que recai sobre o quarto.

— Você finalmente acordou. — sua voz é suave e soa de um jeito que não sei identificar, mas eu sei que não gosto.

Eu instivamente aperto o travesseiro contra mim e percebo que Jack não deixou de notar o movimento.

— P-por...quanto tempo eu dormir?— minha garganta arranha quando falo. Ela está seca e minha voz sai rouca e estranha aos meus ouvidos, faço uma careta de desagrado.

Ele me estende um copo de água, mas eu não olho para ele quando o pego, não confio em mim mesma para fazer isso sem explodir e acho que Jack não levará isso de boa e com toda certeza não se importará com o fato de eu já está ferida.

Quando termino beber toda a água, abaixo minha mão deixando o fundo do copo encostar na cama enquanto o tombo para repousar contra o travesseiro, assim que faço isso, volto a apertar o travesseiro com firmeza contra mim.

— Por quanto tempo eu dormir? — pergunto outra vez, desta vez, minha voz não está mais rouca e sim clara e fria.

— Três dias. — ele declara como se não fosse nada.

— O QUÊ? — grito sem me conter quando suas palavras se assentam sobre mim. — Três dias?— pergunto com horror. Olho para ele na esperança de vê algo, mas é inútil, já que ele ainda usá aquela maldita máscara.

Sequestrada por Jack, o assassino Onde histórias criam vida. Descubra agora