Eu estava olhando as árvores da pequena janela da cozinha, comia em silêncio enquanto em algum lugar da casa meu agressor fazia alguma coisa sinistra e bolava planos para me ferir, ou qualquer coisa do tipo. Eu não havia o visto mais que o necessário desde ontem, ele também não exigiu minha presença enquanto tomava o café da manhã, almoçava, ou jantava. Meu jantar estava frio, é difícil comer com a boca machucada.
Quando terminei de comer, lavei toda a louça e sequei a mão. Eu implorava mentalmente para que ele não resolvesse assistir mais um de seus filmes chatos de assassinato naquela noite, eram filmes chatos, irritantes e eu odiava todos esses filmes horríveis de massacre. Mas infelizmente, meu agressor não compartilhava da mesma opinião que eu. Antes que eu pudesse cruzar a sala ele virou o rosto para mim.
— Venha cá. — chamou-me fazendo um sinal com a mão como se eu não fosse capaz de compreender suas palavras.
Continuei parada.
— Venha. Vamos assistir um filme.— chamou suavemente.
Como ele podia agir como se nada tivesse acontecido no dia anterior?
Dei pequenos passos até o meio da sala e me sentei no chão.— Você parece nervosa... — observou me encarando.
Ah, por que será, em?
— Não estou. — disse sem olhá-lo. Eu mantive-me virada para frente, ignorando sua existência.
— Levante. — ordenou enquanto ficava de pé.
Eu me pus de pé no mesmo instante em que ele segurava meu ombro e fazia com que eu me sentasse no braço do sofá. Eu tremia involuntariamente.
— Seus lábios estão muito machucados. — Ah, não me diga, pensei amargante enquanto ele tirava a mão do meu ombro e a outra do bolso.
Eu olhei surpresa para suas mãos, ele tinhas os dedos visíveis pela primeira vez, a luva cobria apenas metade dos seus dedos. Por que diabos ele usava luvas meio dedos? Eu não fazia ideia, mas eram bonitas.
— Suas luvas... Por que...
— Shhhh — cortou-me. Eu me calei. — Deixe-me cuidar disso.
Disse e tirou do bolso da calça jeans preta uma pomada.
— Vai ajudar com a cicatrização e a dor. — disse colocando um pouco de pomada no dedo e levando ao meu lábio inferior.
Eu apertei os olhos esperando pela dor, mas ele foi super delicado e senti apenas um incômodo. Quando terminou colocou um dedo sob meu queixo, me forçando a ergue-lo e em seguida afastou meus cabelos.
— Vai passar nos hematomas também? — perguntei ácidamente e ele inclinou o pescoço para me olhar nos olhos.
Consegui manter seu olhar por apenas três segundo até desviar.
— Não, eu gosto destes. — dei um sorriso frio como resposta. — Como se sente?
Como me sinto???
Não havia nada que me fazia enlouquecer mais do que quando ele fazia tal pergunta. Que direito ele tinha de me fazer essa pergunta quando era ele quem me causava tais dores? Nenhum. Ele não tinha o direito de fingir que se importava com minha dor. Não quando nem mesmo fingia estar arrependido de causá-las. Ele era um mostro!
— Como você acha?— eu pretendia retrucar com sarcasmo, mas as palavras saíram ácidas e muito raivosas.
Seus dedos se fecharam em meu rosto— o polegar de um lado e os outros quatros dedos do outro — e ele apertou até uma exclamação de dor sair da minha boca, apertou até meus olhos se encheram de lágrimas.
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Sequestrada por Jack, o assassino
Mystery / ThrillerEu me chamo Hanna Cooper e fui sequestrada aos 21 anos. Eu tinha uma vida perfeita, frequentava as festas mais badaladas da cidade e vivia dentro dos mais poderosos círculos da elite de Nova Orleans, mas tudo isso me foi tirado em uma perfeita noit...