capítulo 20

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Depois que Jack passou a pomada em meus cortes, fui levada para o andar de cima, e agora me encontrava sentada desconfortavelmente na cadeira da mesa do jantar há mais de duas horas.

Eu me mantinha sentada de costa para onde Jack estava desde que sentei, não estava disposta a sentir dor desnecessariamente apenas para ver o que ele estava fazendo. Eu usava uma blusa que era toda aberta nas costas, era presa somente no pescoço. A blusa já foi de um fundo laranja vivo, mas agora estava desbotado. Desenhos de flores brancas estavam sobrepostas a cor principal e infelizmente a antiga dona era invejavelmente mais abençoada do que eu. A blusa era muito folgada na região dos seios o que fazia a blusa ficar horrorosa, já que ela possuía um V muito baixo; mesmo eu tendo prendido a parte de baixo da blusa dentro da calça, não a deixa menos horrenda.

Talvez se eu conseguisse prender o laço da parte inferior da blusa nas costas...

Espanto esse pensamento assim que surge, pois não tem como amarrar as duas cordinhas da parte inferior sem tocar nos cortes das minhas costas 

Jack havia pego essa blusa assim que ouviu minha barriga ronca e por mais que eu tivesse insistido para entregar meu lanche no porão, ele não aceitou e eu não estava disposta a dizer mais nada depois do olhar que ele me deu.

Um prato foi posto na minha frente e eu não posso fazer nada além de piscar e olhar para a comida: arroz, bife e salada enfeitam meu prato.

— Você sabe cozinhar? — pergunto estupidamente com horror.

Ele não diz nada, mas não precisa, a resposta está bem ali na minha frente.

Por que diabos ele iria preferir comer comida de micro-ondas se sabe cozinhar?

Eu provo da comida sobre o olhar de águia de Jack e o som que escapa dos meus lábios é constrangedor, mas é impossível não gemer com isso. Cacete! Tem tanto tempo que eu não como nada tão bom. Corto um pedaço do bife e o levo a boca.

— Hummm, isso é muito bom...— murmuro de boca cheia.

Jack não diz nada, mas não precisa, o olhar presunçoso em seus olhos diz tudo. Abaixo o garfo parando de comer quando me ocorre que Jack realmente sabe cozinha e ele provou das minhas patéticas tentativas de cozinhar. Merda, isso é tão constragendor. Eu não preciso me vê para saber que pareço um tomate. Não consigo olhar para Jack, para lugar nenhum além do meu prato. Eu encaro minha comida como se ela fosse culpada por isso.

— Você deve comer mais. — Eu olho para cima quando ouço Jack. O brilho de zombaria em seus olhos o denuncia. Jack sabe sobre o que eu estava pensado e isso torna tudo pior.

— Aonde aprendeu a cozinhar assim?— pergunto e ele da de ombros. — Ahh, então voltamos a estaca onde você não diz muito. — deixo escapar e desvio os olhos para a janela, agora novamente pregada.

Jack solta os próprios talheres e eu volto a olhá-lo. Ele está com um olhar questionador, o que me faz bufar uma risada.

— Isso... É exatamente assim...— digo apontando o garfo de forma deselegante na direção do rosto dele. — Você faz muito isso.

Eu tento imitar seu olhar, para enfatizar o que eu disse, mas acabo não conseguindo,o que provoca uma risada em Jack.

Estou paralisada enquanto o ouço gargalha da careta que fiz. Sua risada preenche toda a sala, de forma que é impossível você desviar o olhar. Eu já o ouvi ri antes, mas agora parece diferente. Sua risada rouca e sensual parece mais forte e verdadeira. Mesmo depois que Jack para, não consigo desviar o olhar.

— Algum problema? — pergunta sorrindo.

Eu pisco para longe e lembro de todas as coisas que ele me fez, quando sinto que minha armadura está perfeita, o olho novamente. Eu acho que deixo transparecer algo em meu olhar, pois Jack não está mais relaxado.

Sequestrada por Jack, o assassino Onde histórias criam vida. Descubra agora