Capítulo 9 - Sorvetes e....Chutes?

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- Kalliope me mandou a localização – solto uma resposta baixinho e continuo olhando para o lado de fora da janela do carro.

Talvez se eu não o encarar, eu sobreviva a esse longo trajeto que parece não dar em canto nenhum.

- Você vai continuar de cara emburrada ou a gente vai conversar? – ele pergunta com cinismo

- Primeira opção, com certeza

- Sabe, dizem que conversar fez com que a humanidade evoluísse, saísse do tempo das cavernas. Parece que você não concorda com isso

Me viro para o seu lado estreitando os olhos e o vejo me olhando de lado com a expressão tranquila

- Você alguma vez fala algo que preste? Ou isso está além de suas faculdades mentais?

- Eu falo sim, só que com pessoas normais

- O que quer dizer? – eu pergunto e fecho minhas mãos em punhos com raiva

- Ah vamos lá, você não é muito normal – vejo ele batucando descontraidamente no volante enquanto espera o sinal abrir – Aliás você me chamou de assassino, e jogou um balde de tinta em mim, não nessa sequência é claro.

- E você me jogou no meio da calçada, isso meio que nos coloca na mesma posição

- Eu não joguei, você que....

- Ah, cale a boca

Volto minha expressão emburrada para a janela e escuto o seu riso baixinho ao meu lado.

Que cara imbecil

- Você deveria ser mais gentil com as pessoas sabia? – ele começa a falar de novo e eu reviro os olhos

- Acredite, eu estou sendo bem gentil não falando com você

- Verdade? E porquê?

- Porque se eu for responder você vou acabar mandando você para o inferno – respondo em tom baixo e sinto ele começar a rir enquanto desliza o carro em direção a outra rua.

- Não entendo essa sua raiva

- Ah não entende? – eu pergunto ironicamente enquanto me viro de volta para ele – Sua explosão de raiva deixou bem claro a pessoa que você é

- Explosão de raiva?

- Sim, eu pedi desculpas quando derrubei o jarro e você saiu como um maldito mauricinho resmungando e ainda teve a audácia de me jogar no chão.

- Já disse que eu não joguei você, não tenho culpa se você é desastrada

- Eu não sou desastrada

- É sim, descobri isso quando tropeçou no próprio pé

- Não tropecei no meu.... Quer saber? Vá para o inferno – eu falo e praticamente corro assim que o carro estaciona em frente ao restaurante

Vejo Kallie sentada em uma das mesas dispostas do lado de fora e franzo a testa em confusão. Caminho até ela e pergunto olhando para a pequena menininha sentada no colo do pai.

- Como vocês chegaram aqui mais rápido?

- A gente não chegou rápido, vocês é que demoraram – Kallie responde olhando para o trouxa atrás de mim – Pegou o caminho mais longo Caleb?

- Pode-se dizer que sim – ele responde enquanto eu estou pensando em formas de esconder um corpo.

Talvez se eu colocasse o idiota no canto mais afastado da cidade, ninguém iria sentir falta.

(Des) EncontrosOnde histórias criam vida. Descubra agora