Capítulo 21 - my limb

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"Engraçado, entre nós dois você sempre foi o gentil. Coelhinho tímido."
Hayley Williams - My Limb

...

Amy insistiu para que eu viesse estudar com ela em sua casa, justo hoje sexta a tarde. Apesar de ter que colocar algumas coisas em dia referente aos últimos conteúdos de geometria analítica e álgebra linear, não queria ter de fazer isso hoje. Deitar-se e assistir alguns K-dramas seria meu único plano. Mas estou aqui, em sua casa, tentando me concentrar com em meio a tantos números.

Desde a última festa ela está um pouco inquieta como se precisasse me contar algo, mas sempre que pergunto se algo de fato aconteceu ela recua e nega. Tento não insistir muito, sei que ela vai falar comigo mais cedo ou mais tarde. Se por acaso não falar é porque realmente não aconteceu nada.

Estávamos sozinhos em sua casa, já era quase dezessete horas da tarde, provavelmente eu iria dormir aqui hoje, afinal não queria ter de passar o fim de semana estudando mais uma vez e terminar tudo hoje era meu atual desafio pessoal.

- Está esperando alguém? - pergunto ao perceber que ela não para de olhar o celular.

- Como? - ela realmente está distraída. - Não, só lembrei que a mãe pediu para que eu fosse fazer um depósito para ela e acabei esquecendo.

- Podemos parar um pouco e eu te acompanho, a gente aproveita e para em algum mercado. - Digo fechando os livros.

- Não é necessário, posso ir sozinha. Você pode ficar aqui esperando e até adiantando alguns assuntos.

- Mas quero ir, preciso ir ao mercado de toda forma. - Insisto.

Ela se resume em soltar um "você que sabe" e se levanta procurando sua bolsa. Eu estava com um pouco de dor de cabeça devido ao tempo que fiquei focando os livros, e havia esquecido meu óculos parar leitura.

Aviso a Amy que vou apenas molhar um pouco a cabeça no chuveiro para esfriar e tentar amenizar um pouco a dor enquanto o comprimido que tomei não faz efeito. Ela concorda e avisa que vai esperar na sala.

Me arrumei em menos de dez minutos e desço para encontrar ela. Para minha surpresa ela não estava na sala, e sim o Thomas. Que ótimo!

- Onde está Amélia? - digo enquanto me aproximo de onde ele estava. Meu coração está acelerado, e não sei dizer ao certo se foi a pressa para descer ou a presença do Thomas.

- Ela saiu, disse que eu a esperasse aqui que ia fazer algo para a mãe dela. - Responde ele ainda sentado no sofá sem fazer muitos movimentos. Apenas me acompanhando com os olhos.

Vou em direção a porta e tento abrir. Acredite ou não ela trancou a porta. Respiro fundo antes de virar para ele novamente, que continua na mesma posição apenas me observando.

- Gostei do seu cabelo. - diz sem muita expressão.

- Hum... Obrigado! - respondo cruzando os braços. - O que veio fazer aqui mesmo?

- Mudou-se para cá? Está falando como se a casa fosse sua. - Provoca ele com um sorriso torto.

- É como se fosse. - Retruco.

- "Como se fosse" não é o mesmo de ser. - fala arqueando apenas uma de suas sobrancelhas, ainda com aquele sorriso torto. Reviro os olhos e caminho até a cozinha.

Ele quase arranca um sorriso do meu rosto com sua provocação. Thomas me conhece como ninguém, ele sabe meus pontos fracos, sabe como usar as palavras certas para despertar em mim sentimentos e reações que estão adormecidas.

enquanto houver razões (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora