"Eu tenho cem milhões de razões para ir embora, mas querido, eu só preciso de uma boa razão para ficar."
Lady Gaga - Million Reasons...
Estávamos sentados na cozinha de casa. O Thomas estava de um lado da mesa, e eu do outro, bem na sua frente. Minha mãe estava na ponta, e a Mel do outro lado mais distante. Com exceção da Mel que estava rindo, todos nós estávamos sérios. O silêncio constrangedor é finalmente quebrado pela minha irmã.
- Então Thomas é o seu amigo sem nome? - pergunta Mel ironizando a situação. Ela logo é repreendida por minha mãe.
- Eu estou muito feliz por te ver aqui novamente Thomas. - diz minha mãe.
- Digo o mesmo senhora Victória. - Ele responde. Ele não parecia nem um pouco intimidado, talvez só nervoso.
- Vocês têm algo para nos falar? - pergunta.
- Nós conversamos e nos entendemos. Assim como com a Amélia. - Respondo.
- Mas você não anda de mãos dadas com a Amélia usando suas roupas. - Lembra.
Então ela fez questão de conversamos dessa maneira por ter percebido que eu e Thomas estávamos carinhosamente andando de mãos dadas?
- Desculpa se esse gesto lhe incomodou dona Victória. Ou se eu não poderia ficar aqui a noite. - Agora Thomas falava. - É verdade que nos entendemos, e que estou feliz em poder fazer parte da vida de vocês novamente..., mas eu amo o seu filho, e não quero frequentar sua casa apenas como um amigo dele.
Oi? Ele disse que me amava? Ele disse isso na frente de minha mãe e da minha irmã? Ele realmente falou tudo sem gaguejar e sem parecer intimidado? Ouço Mel sussurrar um "Chocada" e pôr a mão na boca em seguida.
- Suas demonstrações de afeto não me incomodam Thomas. E eu fico extremamente feliz por saber dos seus sentimentos pelo Adam. Não quero parecer dura demais, mas precisamos impor alguns limites. Certo? - continua falando, e eu apenas concordo balançando a cabeça. - Se vocês irão namorar, então devemos ter alguns limites ao se envolver daquela maneira aqui...
- Mãe! Não fizemos nada demais ontem, estávamos cansados e dormimos. E só. Como sempre fizemos. - Meu Deus eu não queria ter essa conversa.
Sinto meu rosto corar. Thomas, ao contrário de mim, parece ter se divertido com minha reação. Minha mãe sempre foi muito gentil, e agora não seria diferente. Ela deixou claro que não somos mais crianças e que devemos ter algumas limitações em casa. Não proibiu ou fez barreira para absolutamente nada. Como mãe ela alertou, pediu para termos cuidado na rua e demais locais desconhecidos, e desejou felicidade.
Mel foi mais emotiva e disse que sempre soube que ia sair algo. Obviamente ela estava só exagerando. Ficamos conversando por cerca de meia hora antes que o Thomas anunciasse que precisava ir para casa. Ele se despede delas com abraços e sorrisos.
- Obrigado por ter aceitado sair comigo ontem. - diz ele parado na calçada em frente ao portão de entrada de minha casa.
- Eu que agradeço por não ter desistido da gente. - Digo. Minha mão estava segurando a sua. - E sobre o que você disse lá dentro a minha mãe...
- O que eu disse? Sobre estar feliz de ver ela? - responde com um sorriso sarcástico.
- Você sabe. - Digo revirando os olhos.
- Hum. - Coloca o dedo indicador no queixo como se estivesse pensando e aproxima seu corpo do meu. - Que eu amo você? - pergunta falando baixinho. Novamente sinto uma carga elétrica percorrendo meu corpo. - Sim, eu te amo Adam.
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enquanto houver razões (romance gay)
Romance"Algumas vezes somos colocados diante situações difíceis que nos farão ter de escolher entre a razão e a emoção. Por sorte eu escolhi a opção certa e não vou abrir mão da minha escolha. Eu sou o Adam, não o Adam que costumava ser, sou um novo Adam...