enquanto houver razões (romance gay)

Capítulo 29 - drive you home

"Todo caminho me leva direto ao seu coração. Então, eu não posso te deixar essa noite."
Jackson Wang - Drive you home

...

Thomas optou por escolher o lugar mais clichê possível, um parque de diversões. O parque era novo na cidade, pelo menos para mim ele era, já que inaugurou quando eu estava fora. E estávamos aqui, caminhando entre as várias pessoas que iam e viam. O sol ainda estava iluminando o dia, e as poucas nuvens indicavam que não iria chover tão cedo. Andávamos um ao lado do outro.

- O que achou? Enorme não? - pergunta sorrindo. Sua animação e sorriso me deixava empolgado.

Ele estava usando uma camisa preta sem estampa e uma jaqueta jeans verde exército, e estava de calça jeans preta. Estava absurdamente mais lindo que o normal. Eu estava apenas de camisa branca com uma estampa de câmera polaroid e uma calça jeans azul com um tênis da converse. Devo parecer relaxado, mas estava muito confortável.

- Sim, demais. Não achei que seria tão grande. - Digo.

- Então, vai querer algo para comer ou beber?

- Acho melhor não. Pelo menos não agora. - Digo. - Se formos rodar em algum desses brinquedos malucos e eu estiver com o estomago cheio não vai ser uma cena nada agradável.

Não que eu esperasse rodar em muitos brinquedos, mas caso surgisse à vontade pelo menos. Nunca fui um garoto que gostasse de muitas aventuras, então eu já imaginava que ficaria nas coisas mais tranquilas.

- Vamos tentar jogar aquele ali. - Digo apontando para a barraca de dardos. - Aposto que consigo estourar mais balões que você. - Provoco.

- Aposta aceita. - diz ele.

Fomos até a barraca e compramos dez dardos para cada um. Os balões ficavam em uma distância consideravelmente perto, mas não perto o suficiente para que fosse tão simples acertar. Ele começa a lançar os dardos e acerta dois dos três primeiros que lançou. Vou logo em seguida e acerto os meus três primeiros dados.

- Sou um ariano muito competitivo. - O provoco mais ainda.

Bem, não era mentira que eu era competitivo, porque de fato eu era. Mas provocar ele era uma diversão a parte. Vejo ele se concentrando bem em seus próximos lances e consegue acertar os três que joga. Seu sorriso satisfeito mostra que ele estava orgulhoso de seus lances.

- Sua vez, senhor competitivo. - diz abrindo passagem para que eu pudesse jogar meus dardos.

Me posiciono para jogar o primeiro dardo e acerto. O mesmo feito não acontece para as outras duas tentativas.

- Parece que acabei passando na sua frente. - Sussurra em meu ouvido.

Sim, ele estava com cinco pontos e eu apenas com quatro. Nos três seguintes eu consegui acertar dois e ele também acertou dois. E agora faltava só uma tentativa, um dardo para cada um. Não estávamos competindo seriamente, claro, mas o clímax que surgiu durante os jogos me fazia acreditar que estávamos disputando um prêmio de um milhão de reais.

Thomas joga seu último dardo, acerta o balão, mas ele não estoura. Comemoro discretamente. Quando jogo o meu último dardo, ele acerta diretamente o balão que estoura logo em seguida.

- ISSO! - comemoro. - Pelo menos um empate. - Digo.

- Achei que ia ganhar de você de 7 x 1. - Agora ele que estava me provocando.

- Ei, como tem coragem de pensar isso. - Repreendo.

Saímos da barraca sorrindo, foi divertido, fazia muito tempo que eu não me permitia curtir algo tão bobo. Eu saí satisfeito, um empate era nitidamente melhor que uma derrota. Caminhávamos lentamente observando cada pedacinho do espaço, observava as mães com seus filhos, grupos de amigos e casais sorrindo. Parecia ser um lugar onde a tristeza ficava do lado de fora.