Capítulo 25 - adore you

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"Apenas me deixe te adorar como se fosse a única coisa que eu faria na vida."
Harry Styles - Adore You

...

Thomas

Quando eu descobri que estava apaixonado pelo Adam? Bem, tínhamos aproximadamente 14 anos, e ainda estávamos no fundamental. Não acho que foi uma descoberta tão dramática como casualmente acontece em alguns adolescentes. Lembro de me sentir leve e feliz por ter esse sentimento por ele guardado no peito.

Nas férias do meio do ano fui para uma casa de praia com a família do Adam. A casa era do seu avô e normalmente eles iam passar as férias lá com o Pai do Adam. Desde que ele faleceu ano passado, ainda não tinham ido até lá. Não precisei insistir muito para minha mãe permitir que eu fosse, já que ela conhecia muito a mãe do Adam e sabia que nós éramos muito amigos.

Esse período do ano era a época que Amélia viajava com sua família para a fazenda da casa de seus avós e eu ficava em casa. Mas nesse ano foi diferente, pude sair para viajar sem meus pais pela primeira vez e adianto que tive uma das melhores férias de minha vida, se não a melhor.

A casa onde ficamos era beira-mar, bem espaçosa. Não era uma casa muito luxuosa, com móveis caros, mas era bem aconchegante. Havia um deck com poltronas, cadeiras e várias plantas ao redor do deck. Ao lado do deck tinha uma piscina.

No quarto em que fiquei com o Adam, havia uma varanda com a vista para o mar, nela tinha uma rede e algumas cadeiras com uma mesinha no centro. O quarto era bem espaçoso, tinha uma TV com videogame, alguns jogos e uma cama muito grande. Acredito que todos os quartos tinham vista para o mar.

A casa tinha um cheiro amadeirado, como se fosse móvel de época. E de fato acredito que eram. Não era um odor que chegasse a incomodar, mas parecia fazer parte de todo conjunto da obra. Não consigo pensar naquela casa e não lembrar de seu cheiro.

Eu e o Adam passávamos o dia intercalando entre ficar na piscina ou jogar videogame. Não íamos muito nadar no mar, porque tínhamos medo de nos afogar. Ficávamos mais areia, com diversas tentativas falhas de montar castelos de areia. Apesar de falhar miseravelmente em todas as tentativas, ainda sim era divertido.

Eu lembro de me sentir tão feliz que eu ficava com o maxilar doendo de tanto sorrir. Eu estava feliz por estar ali, e estava mais feliz ainda por estar vendo o Adam sorrir. Depois de todo sofrimento que ele passou com a perda do seu pai, ver ele sorrindo me fazia se sentir ainda melhor.

- Obrigado por ter vindo, Thomy. - Ele costumava me chamar de Thomy quando éramos mais jovens. Eu gostava desse apelido. Adam era o único que me chamava dessa maneira.

Ele não parava de me agradecer. Sempre que tinha uma oportunidade ele agradecia por estar ali com ele, por não o deixar vir sozinho, por ter aceitado o convite.

- Você não precisa agradecer, eu que deveria estar agradecendo. - Era verdade. Eu que deveria agradecê-los por me dar a oportunidade de dividir esses momentos tão bons.

Nós caminhávamos na praia juntos, saíamos procurando o vendedor de quebra-queixo como se estivéssemos procurando um tesouro perdido. E isso tornava a experiência de comer o doce ainda mais apreciável. Sabe quando os pequenos detalhes fazer uma diferença gigantesca? Então, nesse caso acredito que a forma como nos divertíamos indo atrás do doce era muito mais prazerosa que o conteúdo em si.

Passamos todos os dias da viagem juntos. As vezes com a família dele e a amiga da Mel, que também havia ido. Seu Abel e dona Eva, os avós do Adam, eram extremamente acolhedores. Seu avô sentava e contava as suas histórias de quando era jovem, como conheceu dona Eva. E seus olhos transbordavam todo sentimento que ele devia ter sentido na época.

enquanto houver razões (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora