Astéria nunca teve muitos problemas para lidar em sua vida; Tinha nascido em Veláris e seus pais sempre haviam sido ótimas pessoas.
Isso foi antes do ataque de Hybern.
Quando seus pais foram assassinados naquele ataque covarde, parte do brilho de As...
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Astéria manteve o sorriso confiante no rosto pelo dia todo. Apesar dele vacilar em alguns momentos, principalmente quando as pessoas na rua a olhavam com carinho e dor, Astéria ainda assim sorria. Já haviam se passado praticamente dezenove anos, mas o buraco deixado no coração não só dela mas de todos que conheciam seus pais ainda permanecia vivo.
Ela estava disposta a tentar deixar aquela infeliz data de lado naquele dia. O céu estava estrelado, mais brilhante do que qualquer outra noite daquele ano em Velaris. Tudo ficaria bem já que as estrelas cantavam e brilhavam. Astéria também ficaria bem, eventualmente.
A grã feérica de cabelos loiros e olhos que transbordavam bondade estava andando tranquila pelas ruas de Velaris. Um burburinho chamou sua atenção e ela se virou somente para encontrar o famoso quinteto da confusão e do caos, todos completamente bêbados. Ela deu risada; conhecia bem aqueles ali, aliás, praticamente os viu crescer.
Adrien, de todos os outros, era o que parecia mais bêbado. Ela sabia que se o fizessem a pergunta certa, ele certamente já soltaria seus maiores segredos, aqueles que ela tinha o privilégio de guardar para ele. Mas ela supunha que não havia problema, não quando Nyx e Luke estavam tão bêbados quanto Adrien. Jesminda e Ayla, por outro lado, tentavam sem muito sucesso carregar aqueles três patetas.
Astéria riu e continuou seu caminho. Sabia que eles eram capazes de lidar com aquilo sozinhos, como lidavam com tantos outros problemas.
Aquela era uma noite que Astéria gostaria de passar sozinha, de qualquer forma. Então ela continuou caminhando, comprimentando os feéricos que passavam por ela com um sorriso no rosto. Ela estava quase chegando quando viu a humana sair de um bar carregando uma guerreira illyriana com a ajuda de uma Grã Feérica. Ela sabia quem eram aquelas três também. Aisha, Alynia e Nestha Archeron.
-O que aconteceu com a Aly?- perguntou Astéria preocupada se aproximando delas. Aisha deu uma gargalhada e Astéria olhou horrorizada para amiga. Nestha, por sua vez, revirou os olhos.
-Aisha e Alynia fizeram uma aposta. Alynia perdeu e tomou dez garrafas de vinho. Já sabe qual foi o resultado.- respondeu Nestha e Alynia resmungou algo como "acho que vou vomitar" ou "Lucien vai me matar".
-É só brincadeirinha, Archeron, relaxa. - disse a humana com um sorriso diabólico. Nestha revirou os olhos novamente.
-Bom, Adrien não estava nem um pouco diferente da mãe alguns minutos atrás.- disse Astéria rindo.
-Deuses, quando esses cinco se juntam não sai uma coisa que preste.- disse Nestha com um suspiro. -Que nem quando juntamos Alynia e Aisha.
-Ei, eu estou bem sóbria aqui.- disse Aisha e Nestha arqueoou uma sobrancelha. -Ok, talvez não tanto assim.
-Vocês são terriveis.- disse Astéria rindo. Ela se perguntava quem era pior: aquelas ali ou os filhos delas. Provavelmente a primeira opção.
-Você sempre soube disso, Tété.- disse Aisha sorrindo, um sorriso completamente embriagado. -Acho que preciso ir logo para casa antes que vomite na calçada. Boa noite pra vocês. - e, dizendo isso, a humana saiu meio cambeleante.
-Vou atrás dela para me certificar que não vai desmaiar no meio do caminho.- disse Nestha, puxando Alynia. -Boa noite, Astéria.
-Boa noite, Nestha.
Astéria não demorou muito para chegar onde queria. Ela deu um suspiro pesado e se agachou para deixar o buquê de rosas brancas, as favoritas de sua mãe, no meio entre a lapide dela e de seu pai. Lágrimas ameaçaram sair de seus olhos, mas Astéria piscou os olhos com força para dissipa-las. Ela repsirou fundo e olhou para o céu estrelado.
-A noite está bonita hoje, mãe. Do jeitinho que você gostava.- ela disse com um sorriso triste. -É como se até mesmo as estrelas sentissem sua falta. Na verdade, tenho certeza que sentem. De vocês dois.
Astéria passou delicadamente a mão pela pedra, a única forma que ainda poderia demonstrar o que sentia. Ela respirou fundo. Sabia que não precisava ser forte o tempo todo e estava tudo bem desabar as vezes. Na verdade, mostrar o que sentia era o maior gesto de força que alguém poderia dar, ela sabia. Poucos tinham coragem de mostrar completamente quem eram, mas não Astéria. Ela não tinha medo e, se encontrasse um coração sombrio pela frente, bem... Ela mostraria que valia a pena mudar por algumas coisas.
A Grã Feérica olhou somente mais uma vez para aquelas duas lápides antes de dar as costas e caminhar de volta para as ruas agitadas daquela noite estrelada na cidade. E o peso em seu coração puro e inocente já era menor quando ela chegou em casa. Porque ela sabia, ah, Astéria sabia que as coisas não ficavam para sempre em um período ruim. E ela tinha fé e tinha bondade dentro de si, e isso era algo que nem mesmo os monstros mais sombrios poderiam tirar dela.
Astéria entrou na sua casa que agora parecia tão vazia sem a risada de seu pai e os gritos de sua mãe. Quase dezenove anos, e ainda assim Astéria jamais se acostumaria com o silêncio deixado por eles.
Com um suspiro cansado, ela se dirigiu até seu quarto. Estava tão exausta que sequer tirou as roupas que vestia antes de deixar que seu corpo caisse naquela cama macia e confortável. A lua pintada no teto, o lembrante constante de tudo aquilo que ela amava e significava. Luz, ela era luz e sempre seria luz, até mesmo nos momentos mais sombrios, ela jamais cederia.
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Boa tarde, meu povo! Como prometido, o primeiro capítulo! Não tenho muito o que explicar, só talvez o fato da Astéria já ser amiga da Aisha, mas vou explicar futuramente
Enfim Espero que tenham gostado! Vejo vocês no próximo capítulo! ~Ana
