Astéria nunca teve muitos problemas para lidar em sua vida; Tinha nascido em Veláris e seus pais sempre haviam sido ótimas pessoas.
Isso foi antes do ataque de Hybern.
Quando seus pais foram assassinados naquele ataque covarde, parte do brilho de As...
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Apesar de nenhum lugar jamais ser capaz de tomar o coração de Astéria como Velaris fazia, Astéria tinha que admitir: aquela Corte tinha seus encantos.
Astéria era incapaz de deixar de admirar aqueles bosques tão cheios de vida e cor. Apesar de saber que aquela Corte um dia havia sido tão podre e estava em seu processo de reconstrução, ainda assim, era bela, ela tinha que dizer.
Os bosques tinham cores tão lindas e vivas que era impossível não se impressionar. E a propriedade de Eris era ainda mais bela, apesar de ter um ar sombrio. Mas não cruel e vazio, como Alynia tinha dito uma vez que parecia.
Aisha havia explicado certa vez para a grã feérica, em uma conversa aleatória, que a Casa da Floresta era construída dentro e em torno das árvores e das rochas. Um complexo vasto e apenas os níveis mais superiores eram visíveis acima do solo.
Abaixo, os túneis desciam alguns níveis para dentro da rocha. Sua extensão determina seu tamanho, sendo necessário metade da manhã para andar de uma ponta a outra da Casa.
Ela viu vários sentinelas contornando a Casa: nas árvores, no chão, sobre os telhados cobertos de musgo e nas pedras da própria Casa. Aquilo era, de fato, uma fortaleza, e ela tinha certeza que ninguém passava por ali sem o Grão Senhor saber. E também ninguém saia sem a permissão dele.
-Vamos, Tété, depois você admira o lugar.- disse Adrien rindo e a puxando na direção daqueles grandes portões que levavam a entrada da Casa da Floresta.
Os sentinelas que estavam ali sequer olharam para eles direito e Adrien e Jesminda também não fizeram questão de o fazer. Astéria se sentiu desconfortável de repente com aquela indiferença, mas supunha que todos ali provavelmente já conheciam bem os gêmeos. Ela não ia se preocupar muito com isso, não quando ela começou a ficar ansiosa e se perguntar se talvez ter ido até ali tivesse sido uma boa ideia.
Bom, já era tarde demais para dar meia volta e fugir para Velaris. Ela estava ali e devolveria o casaco de Eris. Depois disso... Bem, depois disso Jesminda poderia atravessa-la de volta a Corte Noturna, ou até mesmo Astéria poderia faze-lo.
Adrien e Jesminda caminhavam por aqueles corredores como se conhecessem cada canto daquele lugar. Astéria sabia que conheciam; a Corte Outonal era uma das casas que aqueles dois tinham, ela sabia.
Os dois pararam diante de uma porta dupla grande e sequer bateram antes de a empurrarem. Astéria espiou pelo ombro de Jesminda, a curiosidade falando mais alto que sua razão.
Ela podia sentir o cheiro da irritação e o nervosismo que exalava daquela sala de reuniões. O que quer que estivesse acontecendo ali, não era nada bom mesmo.
