CAPÍTULO XXIV

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Boa leitura!

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No dia seguinte ao que eu e Arthur finalmente fizemos as pazes, eu recebi alta hospitalar. É claro que isso só aconteceu por que meus pais e meu namorado concordaram em ficar de olho se eu estava me alimentando corretamente, bem como assumiram o compromisso de que eu faria terapia com um psicólogo para tratar o meu transtorno alimentar. Eu não entendo o porque o nome é transtorno alimentar se todo o processo se dá no cérebro, uma vez que é ele quem comanda o nosso corpo, a desnutrição apresentada no físico é apenas um sintoma da doença que está na cabeça.

- Vamos, meu anjo! - Arthur disse batendo na porta do banheiro do quarto do hospital. - Seus pais já estão nos esperando na recepção!

- Estou quase pronta! - falei colocando a minha blusa.

Graças a Deus minha mãe tinha trago uma muda de roupas e um tênis para que eu fosse embora com uma roupa limpa, pois a roupa que eu usava na festa não servia nem pra pano de chão. Olhei-me no espelho do banheiro e quase não me reconheci, tinha olheiras profundas abaixo dos meus olhos, meu cabelo estava desgrenhado, uma expressão de abatimento estava estampada na minha face e minha pele estava completamente pálida, parecia que não via o sol a anos.

Respirei fundo e calcei meu converse, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e então saí do banheiro, Arthur estava vestido com roupas normais, a versão que estava na minha frente era a do meu namorado e eu agradeci internamente por isso, detestaria que ele estivesse com suas roupas brancas, ao invés de me sentir como sua namorada, iria me sentir como se fosse a sua paciente.

- Tudo certo, anjo? - perguntou levantando da cadeira que estava sentado e me dando um sorriso enquanto se aproximava de mim. - Você não está com uma carinha muito feliz esta manhã...- ele deu um selinho em meus lábios e então acariciou a minha face, mas não se afastou completamente de mim.

- Eu... - tentei colocar pra fora aquela sensação que me angustiava, não queria que nós nos desentendêssemos novamente por causa de uma confusão feita por mim. - Me promete uma coisa?

- O que você quiser! - sua voz era solene, o que era suficiente para que eu entendesse que ele estava me levando a sério nesse momento.

- Promete que haja o que houver, você nunca vai me tratar como uma paciente... - segurei em seus braços e deslizei minhas mãos até as suas, apertando-as delicadamente. - Promete que eu sempre serei tratada como a sua namorada... Não quero que no futuro essa doença venha a afastar a gente de maneira que você vai ser mais meu médico do que o meu namorado...

- Por que isso, meu amor? - ele perguntou como se estivesse procurando algo em meus olhos, uma resposta real para a sua pergunta.

- Eu tenho medo que se não conseguir vencer essa doença e ficar ainda pior, você deixe de me ver como a sua namorada... - fechei meus olhos e encostei a minha testa em seu peito. - Se isso um dia acontecer, por favor, não evite de terminar comigo... - sentir seus braços me apertando delicadamente em seu peito.

- Se isso te fizer se sentir melhor, eu prometo!

- Não quero que você me prometa por que eu quero - falei com a voz abafada pela sua camisa. - Quero que você me prometa isso com a intenção de fazer isso se precisar!

- Eu te amo muito, é um sentimento tão grande que nada é capaz de medir, então se estou te dizendo que vou fazer essa promessa por que você quer ouvir, não é por que eu tenha a intenção de não cumprir a promessa, mas por que eu nunca vou deixar de te amar, você sempre será meu anjo!

Esmeralda - Série Preciosas - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora