Esmeralda Carvalho e Castro vem de uma das famílias mais importantes do Rio de Janeiro, herdeira de uma Construtora, é a quarta filha de cinco irmãs, todas mulheres, com as mais diferentes personalidades e características, mas ainda sim uma família...
Olhei pra minha mãe de frente e então ela percebeu meus olhos inchados de chorar e minha expressão de tristeza que eu com certeza estava ostentando mesmo sem querer. Não precisou eu sequer abrir a boca para dizer que algo estava errado para que ela percebesse. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto assim que a compreensão de que algo me aconteceu passou pelo rosto de Gisela.
- Meu bebê! - ela me acolheu em seus braços e me levou pra dentro de casa.
Minhas irmãs ficaram pra trás, apenas a minha mãe me acompanhou até o meu quarto, ela jogou minha mochila no chão e me ajudou a ir pro banheiro. Ela tirou minha roupa e me deixou apenas em minhas roupas intimas.
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- Você quer que a mamãe lhe dê um banho? - perguntou beijando a minha testa. - Ou dá conta de banhar sozinha?
- Eu posso me banhar sozinha - falei com ela pela primeira vez. - Obrigado mamãe! - disse me abraçando com meus próprios braços. - A senhora é a melhor!
- Sou nada! - ela acariciou o meu rosto com as pontas de seus dedos. - Mas fico feliz que você pense assim, minha bonequinha!
Mamãe me deixou sozinha no banheiro pra tomar meu banho, então tirei minhas roupas intimas e entrei dentro do jato do chuveiro, tudo o que eu queria era deitar embaixo das minhas cobertas e dormir até esquecer o dia de hoje e consequentemente, a dor que estou sentindo dentro do meu peito.
Saí do banheiro e coloquei um pijama de flanela fresquinho, pulei em minha cama e me cobri até a cabeça. Minha mãe entrou em meu quarto poucos minutos depois, junto com Pérola, minha irmã também já estava em seu pijama amarelo do Bob Esponja, então ela pulou ao meu lado em minha cama de casal e se enfiou dentro das minhas cobertas, abraçou-me e disse:
- Vou dormir com você, hoje! - puxou um dos travesseiros. - Afasta pra lá! - fiz o que ela estava pedindo e deixei ela se aconchegar em meus lençóis junto comigo.
- Não precisa... - tentei protestar, mas Pérola parecia obstinada.
- Eu quero dormir hoje com a minha irmã, posso? - ela tinha aquele brilho de desafio em seus intensos olhos azuis.
- Se você insiste... - estava tão cansada que nem insisti mais, só queria fechar meus olhos e dormir.
- Vou mandar a Alda trazer uma sopinha pra você, meu amor! - mamãe disse sentando aos pés da minha cama.
- Não precisa - disse me encolhendo embaixo do meu edredom. - Não estou com fome - fechei meus olhos e senti eles inchados do choro. - Amanhã a gente conversa, mamãe!
- Não precisa - ela disse e senti o lado da cama em que ela estava sentada ficar leve. - Suas irmãs já me falaram tudo o que eu precisava saber! - ela descobriu a minha cabeça e me deu um beijo em minha testa. - Durma bem, meu amor! Amanhã será um novo dia! - ela me embrulhou novamente e então a luz do quarto se apagou e escutei quando ela fechava a porta atrás de si.
