CAPÍTULO XX

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Boa leitura!

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Acelerei meu carro rapidamente pelas vias, de um jeito que eu nunca tinha feito, sempre fui prudente, mas não estava muito me ligando pra isso. Marcelo que estava sentado no banco do carona estava visivelmente amedrontado, pois ele sabe o quão calma eu sou para dirigir, bem diferente de como estou hoje.

- Vai devagar Esmeralda! - ele disse se segurando no puxador da porta.

- Eu não te convidei pra entrar em meu carro! - fui grosseira com ele, minha dor era tão grande que eu não me importava nem um pouco como que ele pensasse.

- Olha... - ele olhou pra mim e então percebeu que tinha lágrimas escorrendo dos meus olhos. - Esmeralda...

- Cala a boca, porra! - rugi não querendo a pena de ninguém, menos ainda a dele.

Finalmente ele calou sua boca e eu dirigi sem parar por mais de meia-hora, tanto que eu nem lembrava mais do Marcelo dentro do meu carro, eu só conseguia chorar de raiva e decepção, Arthur tinha chegado devagarzinho em meu coração, foi comendo pelas beiradas e agora eu vejo que a dor e o sofrimento que o Marcelo me causou não é nada perto do que o Arthur está me fazendo sentir.

É como se arrancasse meu coração do peito e o recolocasse no lugar só para em seguida o arrancar novamente. Além da dor ainda tinha uma parte de raiva vibrando pelo meu corpo, não podia suportar que ele tivesse sacrificado minha vida acadêmica e se comportasse como se nada disso tivesse importância, ele dizia que gostava de mim... E eu burra além de acreditar nele ainda me apaixonei por ele...

A quem eu estou querendo enganar... Eu o amo!

O amo como nunca amei ninguém, tudo o que eu senti pelo Marcelo é uma piada perto do que eu sinto por Arthur, preferia ter continuado sofrendo por esse idiota que está ao meu lado, pelo menos era algo que eu conseguia suportar, mas esse furacão de dor que me corta por dentro nesse momento é insuportável, nunca pensei que um amor desses existisse, muito menos que esse sentimento de abandono e solidão tão forte cairia em minha vida, e fui eu mesma quem procurei quando fui atrás dele e pedi pra ele me ajudar a esquecer o Marcelo.

Dirigi por mais ou menos uns trinta minutos até que parei perto de um parque, sinceramente não me pergunte qual, pois eu não tinha a mínima ideia de pra onde tinha me trago. Desci do carro e bati a porta com força, comecei caminhando ao redor e então a medida que a dor apertava em meu peito eu começava a me mover com mais velocidade, corri até que minhas pernas se fatigarão e começaram a falhar, quando caí de joelhos perto de uma clareira.

Ouvi passos apressados atrás de mim e só então me lembrei que Marcelo estava comigo em meu carro. Logo ele estava comigo, se agachando ao meu lado, senti sua mão sobre o meu ombro e então levantei minha cabeça em sua direção, ele me olhava preocupadamente, como se não me reconhecesse.

- Eu... - ele estava ofegante também, pois tinha corrido atrás de mim. - Você não pode estar assim por aquele cara...

Fiquei calada e então ele pareceu perceber que eu realmente estava transtornada.

- Desculpa... - ele disse sentando-se no chão.

- Pelo.. quê? - perguntei com um fiapo de voz.

- Por não ter cuidado de você como deveria - ele disse como se aquilo tivesse entalado em sua garganta. - Se eu não tivesse te magoado tanto você não teria tido necessidade em se consolar com aquele professor tarado...

- O Quê...? - não entendia uma palavra do que esse maluco estava dizendo. - Você está achando quê...

- Esmeralda, eu percebi como estava magoando você, só não podia imaginar que você fosse se envolver com um cara mais velho pra chamar a minha atenção... - então ele me olhou atentamente. - E agora... Olha como você está... Ele apenas te machucou ainda mais...

Esmeralda - Série Preciosas - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora