Fragmento

Choque

Oi, amores!
Voltei depois um bom tempo e trouxe um capítulo que vocês tão me pedindo há seculos hahahah
Então vamos logo pra leitura

Aproveitem <3
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Alicia correu para a casa dos Murillo o mais rápido possível - o que era realmente veloz, dada a proximidade das casas. Assim que chegou, esqueceu os bons modos por um momento e encontrou a porta da frente destrancada, entrando sem nem dar tempo de avisar que havia chegado. Encontrou a mulher com a filha no colo, dando leves tapinhas na bochecha da pequena para tentar acordá-la. Raquel estava tão intensamente tentando fazer Paula abrir os olhos que só percebeu a chegada de Sierra quando esta se abaixou e falou alguma coisa. A loira subiu os olhos e, ao mesmo tempo que olhava desesperada, também tinha agradecimento naquelas pupilas. A ruiva estendeu os braços para receber a menina e pediu um pano molhado com água fria e um pouquinho de açúcar.

De pronto, Murillo pegou o que lhe foi pedido e esperou que a médica começasse a agir. Alicia a deitou no chão de barriga para cima e virou a cabeça da menina de lado, colocando as pernas dela levantadas. Pediu ajuda da mãe para abrir a roupa, permitindo uma circulação de ar melhor em direção ao cérebro da criança. Sierra segurou os membros inferiores de Paula esperando ela reagir. Aos poucos, a pequena começou a voltar e, devagar, depois de alguns segundos, a ruiva a depositou no chão. Os olhos foram abrindo devagar e, até ela se habituar sobre onde estava demorou um pouco. Alicia passou o pano molhado em sua testa e circundou o pescoço, fazendo este movimento algumas vezes e lhe dando um sorriso reconfortante, que foi correspondido logo em seguida. Pegou uma pitada do açúcar e colocou embaixo da língua da menina, perguntando depois se ela queria água e ver um balançar de cabeça afirmativo como resposta. Raquel chegou com a caneca da filha e suspirou ao vê-la tomar o líquido de forma calma.

Sierra olhou para a loira, aliviada e ainda sorrindo. A criança virou a cabeça procurando a mãe e a ruiva a alertou de não fazer movimentos bruscos demais. A entregou para os braços da outra, que não conseguiu evitar de deixar uma lágrima escorrer. Ela levou a filha para o quarto e a sentou na cama, pedindo-a para ficar quietinha e não deitar ainda - recomendações médicas. Ficou um tempinho com a menina até ser aparentemente possível deixá-la sozinha para dormir. Observou-a descansar e fez carinho nos cabelos cor de ouro da pequena. Assim que se virou para sair, encontrou Alicia olhando as duas com um sorriso de canto. Raquel sorriu de volta e chamou, com a mão, a ruiva para acompanhá-la. Ao saírem do local, sentaram no sofá e foi onde Raquel se permitiu respirar fundo.

- Isso já aconteceu antes, Raquel? - Alicia começou, sem olhar nos olhos da outra mulher.

- Não que eu me lembre. O que você acha que pode ser?

- Non lo so. Eu precisaria fazer uns exames. Desmaio podem significar muita coisa.

- Quantas vezes será que eu vou ter que te ligar pra você vir salvar a vida da minha filha? - Raquel olhou para Alicia intensamente. A ruiva retribuiu o olhar.

- Quantas vezes forem precisas, Raquel. Eu quero a Paula bem.

- Você só pode ser um anjo, mesmo.

Alicia segurou a mão de Raquel e a apertou, passando um pouco de confiança. Murillo, porém, foi mais além e a abraçou. Ela sabia que a ruiva não gostava tanto assim de contato físico, mas não conseguia agradecer de outra forma a não ser num abraço sincero. Sierra realmente era um anjo que tinha caído do céu e entrado diretamente na vida delas. Um anjo que ela queria que ficasse pra sempre. E ainda bem que Murillo não desistiu dos abraços. Aos poucos, a médica começou a ceder aos braços que a rodeavam. Elas se separaram devagar e os narizes encostaram involuntariamente. Foi algo de dois segundos até elas entenderem o que estava acontecendo. As respirações se encontraram de modo mais pesado e os olhos delas alternavam entre as pupilas e os lábios - que, diga-se de passagem, estavam perigosamente perto.