Fantasmas

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Oi, meus amores.
Eu sei que eu prometi não demorar, mas não deu :(
Bom, esse capítulo tá bem grande e vai elucidar bastante coisa sobre ralicia e o passado da nossa ruivinha.

Sem mais delongas, espero que gostem
Boa leitura <3
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Alicia estava saindo do trabalho com o coração quase na boca. A última vez que se sentira assim foi quando beijou Raquel. Situações que ela não estava acostumada a deixavam em um estado muito alterado, com a ansiedade quase no pico. O bar de sempre não estava cheio, como de costume, e não demorou nem um pouco para que Andrea, seu amigo de longa data, a visse entrando e desse uma piscadinha, sinalizando que a mesa no final do corredor estava livre. Sierra não havia dado sequer 10 passos e os conhecidos começaram a chegar perto, enchendo-a de bebidas e mimos, como uma boa frequentadora assídua do La Piazza. 

- Alicia, tesoro. Quanto tempo!

- Ciao, Emma! Faz muito tempo mesmo. 

- O que te traz aqui hoje? O que vai beber?

- Sartori é o motivo. Quero um bloody mary pra começar.

- A conversa vai ser animada, então.

A médica apenas assentiu e soltou um sorriso de lado. Nem queria imaginar o quão animado aquele encontro seria. Ela se dirigiu à mesa que quase continha seu nome e esperou. Sabia que teria que esperar mesmo, já que Bea era uma exímia atrasada. Foram quase vinte minutos saindo e voltando para o mesmo lugar. Não que ela não estivesse aproveitado o tempo sozinha para observar as pessoas a fim de tirar outra de seus pensamentos. Quando a amiga chegou, Alicia quase voou em seu pescoço. Deveria realmente ter errado muito na vida para não saber lidar com esperas e ter em sua vida pessoas que não são pontuais. 

- Bea, cazzo, estava quase desistindo!

- Mentirosa. 

- Cosa dice?

- Você não vai embora porque eu tenho informações que são úteis pra você, senão você nem teria me chamado, pra início de conversa. 

- Parece que a filhinha de papai aprendeu a dar o troco, não é mesmo? - Alicia sorriu genuinamente. 

- Muitos anos convivendo ao seu lado, mia cara. 

Emma chegou perto, levando mais um bloody mary para Alicia e um shot de tequila para Beatrice, que aceitou sorrindo. A simpatia dela era algo estonteante. Estonteante mesmo: Sierra ficava enjoada. Começaram a conversar em um tom agradável e tudo o que a médica queria saber, Sartori falava sem muita preocupação. Não era difícil tirar informações dela, mas mesmo assim, a ruiva tentava não invadir demais a privacidade de Murillo. Ela só perguntava o essencial e necessário para conseguir mais que um beijo. Ela precisava entender como render Raquel, como ganhá-la. A mulher era mais teimosa do que parecia e, por mais que Alicia gostasse disso, ela também ficava inquieta para saber como acabar com o sortilégio de uma vez. 

A conversa durou mais que o esperado, porém mesmo assim foi muito útil para Sierra. Bea contou o que sabia - e o que podia - sobre Raquel. Porém, não acreditou que a ruiva estivesse interessada em Murillo. Já fazia pelo menos dois anos que Bea não via a amiga mostrar qualquer sentimento diferente como viu naquela noite. Até a voz de Alicia mudava quando ela falava sobre a loira. Era algo curioso até para Sartori, que conhecia a médica muito bem. Elas eram amigas há tempo o suficiente para que notassem as diferenças em seus semblantes. Seria estranho Raquel saber disso? Sim. Mas não era algo que elas poderiam esconder por muito tempo. 

Após tudo bem explicado, elas decidiram continuar por mais algum tempo no bar. Elas acordariam cedo no dia seguinte, mas aquilo também não importava. A noite é uma criança, certo? E além do mais, elas não teriam tantas outras oportunidades como esta, portanto, teriam de aproveitar. Ficaram na pista de dança, já com muito álcool na cabeça, por mais duas horas. Quando se deram conta, já passava das três, mas era como se os anos tivessem voltado e elas tivessem 18 novamente. Infelizmente, era uma utopia, pois os corpos pediam descanso. Na porta do bar, que tinha virado uma balada após a meia-noite, Bea puxou Alicia para um abraço apertado. 

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