Oi, amores, voltei com outro capítulo pra vocês. Eu, particularmente, gostei muito de escrevê-lo e espero que vocês gostem também. Ele é bem importante para entender mais da vida de Raquel.
Enfim,Boa leitura <3
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~Os fios loiros da pequena Raquel Murillo sempre passaram despercebidos em qualquer lugar, o que para ela era um martírio. Seus pais sempre foram muito rígidos em toda e qualquer questão que rodeasse a vida da menina. Ela sempre tinha que estar perfeita e, como primogênita, ser a filha ideal e o exemplo para a irmã mais nova seguir. Ela estudou em um colégio com horário integral: das 7h às 19h. Pelo menos até Mônica nascer. Assim que Raquel fez treze anos, foi mandada para um colégio interno, e só podia voltar para casa duas vezes no mês.
Ela não sabia o que era ter amor de família. Sua mãe insistia em dizer que ela não tinha sido planejada e, veja bem, para uma criança pequena, isso pesa. A única pessoa com quem podia contar era sua avó, Antonieta. Era para lá que ela corria em um dos finais de semana livres. Se pudesse, moraria com a senhora sem nem pestanejar. Mas ainda eram seus pais que mandavam nela. E ela não podia nem contestar muito. Mas Mônica também tinha trazido outro significado para a vida dela, e ela queria assegurar que os pais não fossem maltratar a menina como a maltratavam desde os três anos.
Era difícil para ela ter que tomar conta de si mesma. Era difícil para ela fazer qualquer coisa que não tivesse a ver com a escola. Ela pensava que, se tirasse notas boas, seus pais a deixariam retornar. Assim, ela poderia ficar mais perto das duas únicas pessoas que a amavam de verdade. A semana no internato era longa demais. Ela dividia o tempo entre estudar e contar os dias para o final de semana.
Raquel não possuía amigos. A única amiga ficara na outra escola, e ela tinha certeza que Martina a esqueceria. Isso deixava Murillo ainda mais deprimida e cada vez mais solitária. Ela não conseguia socializar direito, sempre parecia algo decorado, por isso ninguém se aproximava o suficiente para criar algum tipo de relação. Ninguém queria nenhum tipo de relação. Os outros alunos só chegavam perto em alguma prova: todos queriam Raquel de dupla. Mas eles voltavam a ignorá-la assim que o tempo da aula acabava. E novamente ela ficava sozinha com seus fantasmas.
E foram longos três anos naquele lugar. Ela sempre lutando contra si mesma, mas também só tendo a si mesma. Nesse meio tempo, a avó de Raquel faleceu. Foi uma das últimas vezes que ela voltou para casa naquele ano. E das outras vezes ela só retornou por Mônica, que chamava a irmã a todo momento. Ela era a única que valia a pena. Apesar de tudo, Murillo não conseguia odiar os pais. Acreditava piamente na ideia de que eles faziam tudo para o bem dela. De que tudo isso faria com que ela tivesse um futuro bom, uma boa família e, se arrumasse um marido mais liberal, até um trabalho bom.
Na faculdade de letras era quase a mesma coisa que no colégio. Ninguém por perto, apenas os livros. Raquel sempre quis ser popular e relativamente conseguiu isso ao ser a melhor da turma, a que se destacava mais em tudo. Infelizmente, ainda não era do jeito que ela esperava. Assim como no internato, ela só era popular na hora das provas. Uma única vez ela foi convidada para uma festa e tinha muita maldade planejada. Por alguma obra do destino, ela foi embora antes da hora e acabou não sendo ridicularizada.
Foi onde ela conheceu Luigi D'Angelo. Ele era da turma de Arquitetura, dois anos mais velho. Ele não era o melhor, mas era bom. Só que ele era machista, homofóbico e preconceituoso. Porém, era encantado em Raquel. Por mil vezes ele tentou conquistá-la. Por mil vezes ele falhou. Bastou ela dizer uma vez que gostava de mulheres para a primeira parte de seu pesadelo começar. Ele a chantageava, a ameaçava. Sem o consentimento dela, ele foi até a casa dela para contar aos pais. Na época, Murillo estava apaixonada por uma garota da faculdade de psicologia e era recíproco. Elas saíram duas vezes às escondidas. Mas o homem a estava vigiando, a seguindo já há alguns dias. Logo, ele não ficou de boca fechada. Por culpa dele, Raquel apanhou do pai e ganhou a indiferença da mãe. Eles a deserdaram e a colocaram para fora de casa.
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Fragmento
Fanfiction[AU Ralicia] Alicia Sierra é chefe do departamento de neurocirurgiões em um hospital renomado da Itália. Atuando na área há mais de dez anos, os casos já não eram tão surpreendentes. Mas sua vida muda radicalmente quando uma garotinha é admitida no...