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O que o destino pode reservar, quando duas pessoas, que se julgavam tão diferentes, percebem que é inevitável seus mundos se chocarem...
Duas almas... Dois corações...
Ambos, eram fortaleza por fora, e solidão por dentro. So...
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Um silêncio estarrecido, tomou conta do ambiente e pareceu congelar as expressões de todos os presentes. Exceto, de duas pessoas, Magnólia Morgenstern, parecia estar aquecidas por chamas raivosas, e Sebastian, o herdeiro primogênito, estava completamente incrédulo, como se não tivesse entendido direito, o que fora pronunciado.
Clary estreitou os olhos, não porque precisasse enxergar algo muito longínquo, apesar de estar sem seus óculos, mas porque desesperadamente, estava forçando sua mente para compreender a situação que se desenhara. Porque o que ocorria ali, nunca foi algo esperado por ela, pensou que a avó tivesse lhe mandado chamar, imaginou sair dali algemada, sendo escoltada pela polícia da cidade, porque a mulher mais velha, inventaria algum golpe de cinismo pra cima dela, pensou que estaria gritando com a avó e com os demais... Mas, aquilo, justo aquilo, quase sua volta por cima, orquestrada pelo destino, não estava mesmo em seus planos.
A ruiva sentiu-se imersa, em um grande choque...
- Jonathan Cristopher... – Clary murmurou baixinho, o último nome pronunciado por Magnus. A pronúncia lhe sendo muito familiar. A mente dela ainda parecendo uma grande névoa indecifrável, e tentar enxergar além, lhe deu certa dor de cabeça. – Jace. – a garota ruiva, não levou mais que dois segundos para assimilar corretamente. O rosto dela torceu automaticamente, para o loiro bem ao seu lado. Poderia arriscar, que ele também estava bastante perplexo... Os olhos congelados, como uma parede de vidro azulada...
- Mais por que... – a pergunta morreu em sua garganta. Porque o avô faria aquilo, porque deixou aquele documento, porque deixou parte de seu patrimônio nas mãos de Jace. Os "porquês", vinham como ondas revoltas, diretas do oceano, atingindo a mente dela. Clary não entendia, era como cogitar, que seu avô sabia que algo muito ruim estivesse prestes a lhe ocorrer, se não era isso, porque aquele documento existira de antemão... O que estava ocorrendo, que ela não percebera antes. O coração de Clary estava apertado, e sua cabeça muito confusa.
- Isso só pode ser uma brincadeira, uma armação de muito mau gosto. – a voz da avó, que espumava ódio naquele momento, trouxe um pouco de senso de realidade para Clary, a fazendo sair daquele transe confuso. Os outros membros do concelho começaram a cochicharem entre si. Clary notou.
- Em absoluto, lhe garanto que esta tudo dentro da lei, e posso provar inclusive, esta foi à vontade do doutor John, antes de sua enfermidade. – Magnus lançou os ombros para frente, mantendo sua pose de advogado, com reputação memorável. Ética indiscutível exalava das palavras confiantes do indonésio. Mostraria a mulher de pose intragável, que ele não era homem de fazer nenhuma tramoia. E teria prazer imenso nisso...
Clary viu desespero cortante, nos olhos muito azuis de Jace, assim que eles trocaram um olhar intenso. Assim como ela, soube imediatamente, que ele não tinha a menor ideia, de como tudo se encaminhou para aquele desfecho...
