Nascemos predestinados com a soberba enganação, de que podemos controlar tudo a nossa volta, tendenciados a fazer planos em nossas vidas, porque carregamos a ilusão de que nada pode dar errado nunca. E Clarissa sabia o quanto cada plano seu, sempre fora altamente significante para ela, só que para aquele iceberg de sonhos, as surpresas do destino às vezes tinham o dom de mata-la um pouco por dentro, ora a garota perguntava-se sobre tudo isso, e ironicamente também se não eram somente as amarguras de alguém que simplesmente não aguentava mais receber presentes ruins desabando em sua cabeça com a força de um meteoro. E novamente, pressentia que seu coração estava perdendo tudo de uma vez.
- Jace, Jace, por favor, Jace. – ela mal notara o quão sonoramente altíssimo era o ruído engasgado de sua voz, enquanto gaguejava em busca de ouvir a voz dele.
- Ah, Clary calma. – de mau jeito, o rapaz gemera estendendo seu corpo anestesiado sobre o chão frigido e duro, seus pulmões se enchendo com uma quantidade absurda de ar, toda vez que tentava controlar a dor que lhe rasgava o lado esquerdo do corpo, fazendo com que ele se tornasse incapaz de controlar a situação com toda calma, algo que fizesse organizar os seus pensamentos em busca de uma solução.
Clary jogou-se ao seu lado com a sensação dos músculos dormentes, havia-lhe certa incapacidade de saber se estava tudo bem fisicamente com ela, mas a garota apavorada não conseguia pensar em si mesma naquele doloroso instante. – Ai meu deus Jace. – ela tentou toca-lo, não sabendo o quanto mais, isso poderia o machucar. – Você esta sangrando. – Clary olhara para o fio de escuridão a volta deles, com pavor enlouquecidamente desesperado, ao perceber, seus dedos adquirindo um tom ainda mais escarlate quando ela tocou o tecido da camisa dele.
- Ah mais que porcaria. – ele trincara os dentes após perceber que fora uma péssima ideia pressionar a ferida queimante em brasa em busca de amenizar todo aquele rio vermelho de sangue. Ele gemeu sem fôlego, que o fizesse esquecer-se de toda dor. Queria poder mentir para Clary sobre como se sentia...
- Eu preciso te levar pra um hospital, você não pode sangrar assim, você vai morrer desse jeito, isso não pode acontecer, foi minha culpa. – Clary bradou tropeçando silabicamente nas palavras, como alguém que desaprendera a falar, e não lembrava de se sentir tão desprotegida a mercê do medo, como agora. Seus dedos pegajosos tentaram o ajudar a erguer o corpo do chão, e sendo duplamente mais pesado do que ela e em meio a toda aquela tensão mórbida, tudo se tornou ainda mais complicado de ela administrar.
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Clary andava de um lado para o outro na recepção do hospital, os ponteiros do relógio na parede acima de sua cabeça, aparentavam estarem paralisados, era como se o tempo tivesse descoberto uma forma mais lenta e torturante de contar os segundos e minutos. A menina não tinha a mínima ideia se teria coragem forte para suportar estar lá dentro com Jace, mas desde que eles chegaram ao pronto socorro do local, a ruiva amaldiçoava os médicos e enfermeiros que barraram sua entrada, até onde haviam encaminhado Jace com extrema urgência. Havia ficado com seu coração gelado apenas contemplando os rastros de sangue deixados por ele.
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Paixão, sem querer... 《♡CLACE♡》
Romance・:*✿゚・:*✿゚・:*✿゚゚・:*✿゚*:・ O que o destino pode reservar, quando duas pessoas, que se julgavam tão diferentes, percebem que é inevitável seus mundos se chocarem... Duas almas... Dois corações... Ambos, eram fortaleza por fora, e solidão por dentro. So...