Nico viajou o mais rápido possível para fora do Acampamento. Ok, ele tinha se admitido gay, depois de longos dias dentro de uma casa de LGBTs que ele encontrou, mas encontrar Percy o fez perder os remos. Ele o odeia de verdade agora, mas por o deixar totalmente uma bagunça.
Essa história é para depois. Vou tentar me concentrar no agora, como por exemplo o fato de que Piper estava falando sobre como ela contatou a assistente do pai (a esposa do Treinador Hedge, um sátiro do acampamento) para dizer a ele que ela estava pretendendo morar em Nova Iorque com dois de seus amigos e que precisava de um apartamento para morar eles três e etc.
Ele até achava uma ideia boa, ia se livrar deles, até que ele percebeu a parte do "dois amigos" o que significava, Nico ia junto, o que tem de mais? Dividir espaço com um moleque piadista e uma filha de Afrodite vegetariana. (Tristemente, sem Mc Donald's)
- Pera, eu tenho que ir junto? - Falei, eles acenaram juntos e eu percebi que estavam prontos para disparar um discurso gigante que eu não estava afim de ouvir, então apenas bufei. - Tá legal...
- EEEE! - Eles gritaram juntos vindo me abraçar, dei um tapa no braço de cada um e me afastei.
- Sem contato.
- Ok, ok cara. - Leo falou rindo enquanto esfregava a área machucada.
Comecei a arrumar as coisas na minha pequena mochila de viagem, não tinha muitas coisas o que era uma vantagem então só soquei tudo dentro da mochila e me direcionei a eles.
Piper estava sorrindo com delicadeza e Leo parecia que tinha acabado de roubar algo, mas ignorei suspirei e os olhei esperando alguma coisa, alguma palavra. Leo falou primeiro.
- Bom, nós vamos ter que sair daqui. Então... pode fazer as honras Fantasminha? - Ele falou, revirei os olhos com o apelido e me direcionei até a porta, falando a palavra "Abra" e esperando a mesma abrir.
Saímos e eles começaram a conversar, me seguindo com calma enquanto os direcionava nos túneis. Se você está se perguntando sobre a minha base e por que no subsolo, bem, me sinto melhor no subsolo, sem falar que esses eram antigos túneis que restaram do Labirinto e que surpreendentemente sobreviveram.
Quando saímos pela escada improvisada, saindo no meio do Central Park, atrás de um prédio de banheiros. Eles me olharam espantados como se se perguntando como diabos fomos parar ali tão rápido mas pareceram pensar duas vezes e deram de ombros.
Os guiei até fora do parque e paramos na frente da entrada do parque, olhei para o céu pressentindo chuva e olhei para Piper, procurando sinalizar para ela que precisávamos do endereço. Ela me olhou por um segundo e pareceu entender, ela pegou um papel guardado no seu bolso e o desdobrou lendo rapidamente (bom, o mais rápido que podia um semideus com dislexia e TDAH) e começou a nos guiar pelas ruas.
Logo chegaram a um prédio grande com janelas de vidro e parede de concreto pintados de branco. Cada apartamento tinha uma varanda decorada com plantas ou coisa parecida embora alguns estivessem vazios.
- Vamos lá? - Piper falou, com dúvida na voz. Não entendi a dúvida, mas dei uma última olhada no prédio e logo estavam lá dentro e Nico não pode deixar de se sentir deslocado.
Lá era muito limpo, muito arrumado, muito organizado, em contraste lá estavam eles três, três adolescentes suados com sujeira no rosto, dois vestindo uma roupa de acampamento laranja neon brilhante e o outro vestido igual um vampiro.
Fomos em direção a um balcão grande, cinza, havia uma mulher de cabelos loiros acinzentados presos em um coque atrás dele. Ela nos olhou com seus olhos castanhos claros, parecia estar analisando o que três adolescentes maltrapilhos estavam fazendo em um prédio de luxo. É, ele também estava se perguntando...
- Com licença? - A moça falou, nos olhando como se fossemos arrumar uma briga ou roubar algo.
- Viemos pegar o apartamento 273. Aqui. - Ela falou, mostrando o papel que ela tinha tirado do bolso. A mulher olhou e leu com delicadeza, franziu a testa como se estivesse pensando em como se livrar de nós, claramente não acreditando que erámos capazes de pagar nem um quarto do preço de qualquer um dos apartamentos.
- Olha aqui, garota. Não estou afim de brincadeiras, por favor vá embora e leve seus amigos contigo. - A moça falou, devolvendo o papel de mal jeito para Piper, que inflou as bochechas num gesto completamente infantil e apertou seus olhos multicoloridos.
- Eu sou Piper, Piper Mc Lean. - Ela falou e a mulher pareceu congelar, como se Piper tivesse dito uma coisa muito importante. - Acredito que meu pai reservou um dos apartamentos para mim e meus amigos.
Ela falou, gesticulando para nós dois, desviei o olhar e soprei minha franja enquanto Leo se divertia tentando construir alguma coisa tirando pregos e outras coisas do seu cinto de ferramentas.
Ela nos analisou e pareceu assentir, digitou algo rapidamente e abriu uma gaveta pegando uma três chaves.
- A menor e a do apartamento, a média e a do portão e a grande e a da porta do bloco. Seu apartamento fica no quinto andar, tenham uma boa tarde. - Ela falou e voltou a encarar o computador, murmurando coisas e anotando em seu caderno.
Nos entreolhamos e demos de ombros, fomos até os elevadores e esperamos um abrir. Quando abriu, revelou um homem de terno e uma mulher com um vestido elegante. Eles estavam rindo até olhar para nós e fazerem uma cara de nojo, como se fossemos baratas, entramos no elevador mesmo assim.
- Rainha da Beleza, olha isso! - Leo falou animadamente enquanto eu apertava o quinto andar. - Eu falei que conseguiria!
Leo segurava um helicóptero de brinquedo e um pequeno controle nas mãos, ele sorria com um olhar vitorioso para Piper que apenas suspirou com um sorriso pequeno.
- Ok, ok. Você pode escolher o quarto. - Ela falou calmamente, ergui uma sobrancelha para ela, que apenas deu de ombros. - Foi a única forma de manter a criança aqui, quieta. Ele estava querendo transformar aqueles seus bonequinhos em Transformers cara.
- Leo Valdez, você estava querendo pegar as MINHAS estatuetas para brincar de robozinho? - Fingi indignação, deixando um pequeno sorriso escapar.
O casal apenas nos olhou esquisito, como se fossemos aberrações de circo fazendo uma apresentação maravilhosa, da qual eles não conseguiam desviar o olhar.
- É claro que não! Que calúnia! Fantasminha você acha mesmo que eu iria fazer isso? - Ele perguntou, fingindo surpresa com um sorriso gigante em seus lábios.
Eu me deixei rir pela primeira vez desde que estive com eles, na verdade, pela primeira vez desde que a guerra acabou. Não me lembro da primeira vez que me senti tão feliz, continuamos brincando assim até o elevador abrir no nosso andar e descermos, deixando o casal elegante para trás.
- Cara, vocês viram a cara deles? - Leo comentou rindo. - Eles pareciam achar que nós erámos malucos que fugiram do hospicio.
- Sim... Ah, a quanto tempo não me sentia leve assim... - Piper comentou. - Ei, nenhum monstro venho nos atacar ainda. Será que é algum milagre?
- Não, eu aprendi algumas coisas sobre como evitar monstros então usei para proteger a gente. - Falei descontraído, eles me olharam confusos. - Qualé, eu sou filho de um dos Três Grandes. Como vocês acham que eu não morri até agora?
- Uau... Temos um veterano Piper! - Leo brincou, fazendo um reverência para ele. - Oh meu veterano como você faz isso?
- É complicado, mas posso te explicar quando chegarmos logo na droga desse quarto Gente sério, quanto mais vamos ter que andar?
- Falto só alguns números... - Piper falou, olhando o pequeno papel e depois as portas. Andamos mais um pouco, quando Piper parou e apontou para uma porta de madeira polida com o número 273 acima de um pequeno círculo de vidro (eu esqueci o nome, relevem). - Aqui, 273.
Peguei a chave que ela me deixou segurar e coloquei na fechadura, respirei fundo e virei, abrindo o a porta e liberando a passagem para entrarmos.
Deixei que entrassem primeiro e depois entrei, fechando a porta e me virando para ver o local.
Uau, era lindo.

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Resquícios
FanfictionEntão, basicamente um monte de capítulos soltos das minhas historias do spirit e do Ao3. E só isso mesmo...