Anos do jardim ensolarado-2

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Sentir a brisa do vento ao seu redor enquanto lia um livro era a melhor parte do dia para Haise.

Sem fotógrafos, nem cinegrafistas, nem um tio implorando para ele sair de casa. Ele não era incomodado por ninguém, era o seu paraíso.

Ninguém nuca descobriu a localização, ficava em um lugar afastado da casa. Um prédio cuja construção tinha sido parada. Agora só sobrava o esqueleto do local, o que poderia ter sido...

Ele cantarolava baixo andando do lado da parede enquanto passava a mão nela, estava procurando a parte certa. Falta pouco, seis passos...

- Yei. - Ele fala ao encontrar um vinco na parede lisa. Ele o pressionou. 5... 4... 3... 2... 1!

Como mágica uma pequena parte da parede  foi para o lado, fazendo um barulho um pouco alto.

Ele não sabia o por que de terem construído o local, ele  só sabia que tinha milhões de passagens secretas que ele adorava procurar, era... um bom passatempo...

Haise andou entrou na passagem e depois apertou outro vinco que estava do lado de dentro da passagem e viu ela se fechar.

Quando ele tinha certeza que podia continuar indo em frente, Haise pegou seu celular e ligou a lanterna, andando um pouco até alcançar uma bifurcação.

- Para onde eu vou hoje? - Ele se perguntou baixinho. Talvez o espaço no telhado seja bom...

Depois de um pequeno tempo, o mesmo se dirigiu a esquerda, continuou o caminho até parar em um armário grande.

Ele abriu a porta e entrou, fechando-as em seguida e continuando seu caminho. Ele empurrou o fundo falso para o lado e passou para o outro armário atrás desse.

Ele saiu de lá e se espreguiçou, continuando seu caminho logo depois. Se direcionou a uma janela sem vidro um pouco mais a frente e saiu por ela, descendo em uma pequena plataforma que deveria ser usada na obra. Era feita de madeira e estava pendurada por alguns fios e uma roldana pendurada no telhado.

Ele puxa uma corda que estava presa a roldana e começa a mover a plataforma para cima, o levando para um lugar perto do telhado, do qual ele desceu e se alojou ali.

Indo em direção a algumas caixas em que estavam localizados algumas coisas que ele tinha levado para lá, apenas para ter seu espacinho naquela lugar.

Haise esse sentou perto de um grande baú vermelho e pegou um livro qualquer e começou a lê-lo com calma.

Enquanto isso Arima estava no quarto compartilhado dos dois se perguntando qual seria o avanço de hoje.

- Eu já conheço seu corpo, pelo menos o que deu para ver hoje de manhã... então qual será o próximo passo... - Kishou não gostava da ideia de força-lo a fazer com ele. A ideia de embebeda-lo veio a sua cabeça, geralmente as pessoas ficam mais verdadeiras quando bebem, essa era sua fórmula para desvendar clientes mais tímidos... Talvez, apenas talvez, ele seja igual. Mas ele precisaria de um plano muito bem bolado, se não o menor descobriria. Ele não era idiota, mas se surpreendia facilmente... Era um ponto legal de se explorar...

Hoje a noite ele colocaria seu plano em prática.

Com Tsukyiama não estava tão diferente. Ele odiava reuniões sobre novos tipos de modelos e de contrato de mão de obra. Era todo aquele negócio de "Mas esse tem sardas!", "Esses olhos são bonitos mas esse sorriso podia ser maior!", "Deus! É uma baleia na foto!"...

Ele odiava isso, por isso mesmo ele aceitava todos com imperfeições. Uma forma de se colocar contra o sistema, colocar pessoas consideradas horríveis como modelos

Ele se lembrava de seu pequeno Haise toda vez que contratava uma dessas pessoas. Ele sabia das dificuldades de socialização do mesmo, mas adorava ajudá-lo quando ele pedia.

Ajudá-lo a socializar nunca foi uma missão fácil. Não que o menino fosse exigente, mas ele dificilmente brincava com outras crianças, Haise sempre preferiu o conforto dos livros e da natureza ao seu redor.

Ele ainda se lembra da primeira vez que ele fez um amigo... um garoto curioso e exageradamente animado, mas a forma como o seu sobrinho estava sorrindo naquele dia o amoleceu e ele o deixou brincar com o pequeno.

- Ele cresceu tão rápido... - Shuu falou desconexo do mundo ao seu redor, nem percebendo os olhares a sua volta em dúvida do que ele acabou de dizer.

- Senhor Tsukyiama tudo bem? - Um dos homens se direcionou ao mesmo, colocando sua mão nervosamente no ombro do mesmo, que apenas tremeu um pouco com o toque.

- Me desculpem... - Ele fala recordando a compostura e voltando a sentar ereto. - Só... estou preocupado com o meu sobrinho, só isso... Bom, podem recapitular o que foi falado por favor?

Ele recebeu olhares de preocupação e outros de dúvida, mas logo lhe foi dito o que foi conversado e ele pode voltar com tudo na reunião.

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