[ UDG ] Sr. CONDE

XXX - TEMPESTADE IMINENTE

Suspensa em seus fios de teia construída numa enorme caverna próxima do laboratório de seu criador, Victor Frankenstein sob o castelo de Drácula, Arannus, a imensa viúva-negra de armadura está imóvel enquanto sua mente vasculha as mentes e visão de cada aranha espalhada pelo castelo, mas principalmente pela Província de Bran.
Através dos muitos de algumas pequenas aranhas que se esgueiram por uma taverna nos limites da cidade, ela vislumbra Maria e João, os caçadores de monstros enviados secretamente pelo Vaticano para combater todos os monstros naquele lugar sem exceção, mas algo surpreende a aranha imensa.

Um diálogo entre o regente da cidade, um homem ruivo com barba longa e desgrenhada de pele queimada por anos de exposição ao sol, e o casal de irmãos gêmeos e guerreiros, enquanto aproveitam uma farta refeição cercados pelos demais transeuntes, alumiando pela luz de tochas que dão uma coloração alaranjada a tudo naquele ambiente, menciona fazendeiros reclamando de estarem mal conseguindo sustentarem-se por causa dos ataques aos seus animais e algo ainda mais preocupante:

- Um antigo ditado menciona que o Diabo apenas solta o cavalo. - Maria diz arrumando uma grande besta dupla que coloca sobre a mesa rústica de madeira lavrada. - Quem briga e até se mata por causa da confusão que o cavalo solto causa, são as próprias pessoas, senhor regente.
- Estarias dizendo que há algo além de todos esses ataques de vampiros e destes novos ataques organizados de lobisomens além da Província?
- Estamos falando do monstro que transformaram em herói, senhor regente. - João interrompe carregando uma arma de fogo chanfradaa e enorme.
- Mas senhores, - o regente indaga ressabiado. - As santas freiras têm nos abençoado há gerações e Adam, salvou a estimada Anna Valerius na fatídica noite em que Van Helsing, foi fatalmente emboscado naquele maldito castelo e jamais retornou:
- Então, a abominação criada por um cientista insano agora é o protetor da cidade? - Maria pergunta indignada batendo sua mão esquerda na mesa e assustando a todos no local.
- A Trindade do Sangue começou a proteger-nos alguns anos após a morte de Van Helsing e Anna Valerius... - o regente redargue, porém é interrompido por João:
- Ah, a última dos Valerius e o Caçador de Monstros tiveram um caso.
- Bem típico de Gabriel Van Helsing... Envolver-se sexualmente com as mulheres dos lugares para os quais era enviado. - Maria diz carrancuda. - Quebrando os votos de castidade que fez ao alistar-se para a Restauração.
- Mas o que seria Restauração? - o regente indaga, porém e refutado:
- Esta informação não lhe diz respeito, senhor regente. - Maria ordena se levantando e acompanhada de seu irmão carrancudo prossegue:
- Atenhamo-nos ao fato de que o Santo Pontífice em pessoa enviou-nos para destituir vossos falsos heróis, a fim de restaurarmos a ordem e a paz nestas terras.
- Mas... - o regente diz temeroso - Provocaríeis uma guerra!
- Se for necessário... - João diz colocando suas armas às costas e na cintura.
- Temos razões para crer que as santas freiras do Monastério não são o que dizem ou aparentam ser.
- Mas que sandices são estas que dizeis? - o governante da cidade se revolta, quando dois homens altos e fortes, aparentemente os seguranças dele, se aproximam e Maria grita apontando sua besta carregada de flechas com pontas de prata para o homem que agora está parado à esquerda do regente.
- Caminhais com monstros já disfarçados entre vós... - A caçadora diz atirando uma flecha de prata contra o peito daquele segurança.
Todos gritam aterrorizados, quando homem imediatamente agarra a flecha que queima-lhe a mão e seu corpo imediatamente transforma-se num enorme lobisomem gigante, bípede e amarronzado.
- E nós somos os loucos? - Maria conclui enquanto João saca velozmente sua arma e explode a cabeça do monstro.
Sangue e miolos ainda espalham-se por todo o lugar, quando os gêmeos dizem:
- Agora faremos nosso trabalho, senhor regente. Sugerimos que prossiga fazendo o seu!