[ UDG ] Sr. CONDE

XXXIII - RÉQUIEM: A ASCENÇÃO DAS TREVAS

Cavalgando velozmente por uma rua deserta e estreita, um cocheiro guia habilmente um par de belos cavalos negros e fortes sob a luz opaca do sol que mal consegue atravessar as nuvens negras que tomam o céu.

Estranhos rosnados e rugidos ecoam por entre os prédios casas, quando vultos velozes surgem perseguindo a carruagem que leva Maria e João, os caçadores de bruxas e monstros enviados pelo Vaticano juntamente com o regente da província de Bran e ninguém menos que o príncipe Ingeras VI.

Acompanhados de quatro cavalos e seus cavaleiros que pertencem à escolta pessoal do príncipe, eles cavalgam em direção ao Monastério de Bran, adentrando por um dos portões da Província de Bran, quando dois lobos gigantes saltam de becos escuros agarrando os cavalos que escoltam a carruagem pelas jugulares e matando-os.

O último dos soldados que ainda escolta a carruagem é fatalmente atacado por um lobisomem amarronzado imenso que salta de um prédio e com um golpe certeiro arranca-lhe a cabeça enquanto outros dois matam seu cavalo.

A carruagem, por sua vez ainda corre quando um vulto veloz passa à sua frente obrigando o condutor a parar.

- Céus! - o homem grita intrigando os caçadores de monstros que o interrogam sobre o que está acontecendo, segundos antes de algo atingir brutalmente a carruagem e o corpo do cocheiro ser visto caindo pela janela de um lado, e sua cabeça do outro.

- Estão aqui! - Maria grita já engatilhando sua besta dupla cheia de flechas, enquanto João já sai da carruagem com sua arma enorme empunhada. - Saiam todos e fiquem atrás de nós!

- Estão brincando? - Ingeras VI grita apanhando duas armas de fogo à sua cintura. - Certamente também lutarei contra estas bestas.

- Não são apenas lobisomens, alteza! - João diz enquanto acena para que todos fiquem próximos da carruagem agora amassada e com arranhões profundos de garras curvas e afiadas.

- É o alfa deles que nos preocupa! - Maria diz ainda joga alguns pedaços de tecido sobre o que sobrou do corpo do pobre cocheiro, enquanto as íris de seus olhos emitem um leve brilho arroxeado e aquele ambiente é tomado por uivos, rosnados e latidos começam a ecoar ao longe.