XIV - ENTRE DILEMAS E DEMÔNIOS

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Um rosto de pele branca e acinzentada e olhos cujas íris transitavam freneticamente entre o carmesim e o alaranjado se olhava em um espelho. É uma figura transtornada e confusa que parece não saber o que fazer, por carregar um fardo terrível e há pouco adquirido.
De repente os olhos do ser estranho voltam ao vermelho cintilante, e quando ele dá as costas ao espelho, é possível ver que o mesmo não o reflete, apesar de ser um homem alto e forte, que veste uma longa capa negra e vermelha por dentro.
- Não pode ser! Eu preciso entender isso! - Drácula diz caminhando sozinho pelo quarto enorme e se despindo, vai até um banheiro cujo cômodo parece não pertencer àquele castelo sombrio.

- Não pode ser! Eu preciso entender isso! - Drácula diz caminhando sozinho pelo quarto enorme e se despindo, vai até um banheiro cujo cômodo parece não pertencer àquele castelo sombrio

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As paredes, muito altas, são brancas e azulejadas e o chão, de mármore negro, parece incrivelmente limpo.
Fechando as grandes portas de madeira daquele cômodo, o conde senta-se um pouco sobre uma grande banheira de mármore branco, algo que definitivamente não existe em lugar algum nesta época.
Ao se sentar totalmente nu sobre a lateral da banheira vazia, o vampiro musculoso, de pele branca e acinzentada fecha os olhos por um instante, e ao reabrí-los, os mesmos estão completamente tomados por algo vermelho e escuro, mas que serve para chamar centenas de pequenas aranhas que logo tomam o cômodo imenso, porém trazendo sais de banho, e água quente em numerosos baldes.
O conde então entra na banheira enquanto os aracnídeos, entre os quais há tarântulas, caranguejeiras e até viúvas negras do tamanho de cães e gatos preparam aquele banho que qualquer humano apreciaria, em circunstâncias menos bizarras, é claro.
- Então; esta é a sensação! - Ele diz tateando a água quente e cheirosa deixando-a escorrer por suas mãos - Céus! Havia me esquecido de como isso era bom.
- Retirem-se! - Ele grita ao ver que os aracnídeos ainda o observam.

O Senhor da Escuridão que por décadas tomara banho com o sangue de suas vítimas, agora simplesmente acordara numa noite de tempestade para tomar banho, porém desta vez como um humano qualquer.
Os aracnídeos já saíam do lugar por diversas passagens secretas nas paredes de azulejo brancas que contrastavam com todo o resto do castelo lúgubre, quando o conde Vladislaus recosta a cabeça, como se lembrasse de algo que o alegrava muito.
- Como os humanos dizem... Só se vive uma vez! - Ele diz, enquanto a pele do seu braço esquerdo, parece ganhar uma estranha coloração levemente bronzeada, e pequenos fios de cabelo surgem lentamente por todo o seu rosto, como se uma barba começasse a crescer do nada.
-Então já que não estou preso ao mundo dos vivos... - Murmura jogando um punhado de água na cabeça com um pequeno pote de madeira, quando seus olhos vermelhos se tornam claros e azuis: - Vou aproveitar cada momento.

Algumas horas se passam, quando... Numerosos andares do castelo abaixo dali; o castelo é tomado por urros de algo que parece ser monstruoso, porém grita de dor.

Aranhas aos milhões; de todos os tamanhos e formas agora corriam por diversas tubulações de ferro e pedra e outras passagens secretas do castelo, e todas parecem correr para o mesmo lugar.
Incansáveis e impossíveis de se contar... Os aracnídeos logo chegam ao laboratório sombrio de Victor Frankenstein, já tomado por aranhas gigantes sob o comando de Arannus, a líder delas.
Enquanto isso; dezenas daquelas parteiras bizarras criadas pelo Dr. Frankenstein e portanto saídas de filmes terror, com seus corpos feitos de carne e metal tentam acalmar uma criatura monstruosa maior que um ser humano com a aparência dum morcego gigante, de pele branca e cabeça semelhante à de uma piranha gigante misturada ao rosto de um quiróptero hematófago cuja barriga enorme e inchada parece estar tomada por coisas que fazem a pele se mover como se estivesse borbulhando.
É Aleera; a terceira esposa de Drácula prestes a dar à luz.
- Detenham-na! - Victor Frankenstein ordenA às aranhas que usam suas teias fortes para imobilizar a vampira que começa a expelir pela enorme vagina, dois grandes sacos aminióticos.
Um deles, que ainda é retirado do corpo por Arannus, quando...
Dentro do corpo de Aleera, duas pequenas mãos rasgam outro saco aminiótico que ainda é retirado do corpo da vampira.
- Com cuidado Arannus! - O doutor diz calmamente quando Aleera grita com sua voz estranha:
- Tira logo! Tira! Os outros estão saindo!
- O que disse senhora? - Arannus grita surpresa, quando Victor interrompe:
- Impossível!
- Quer saber mais que eu, seu filho de Satã? - A vampira grita furiosa, quando algo terrível acontece:

[ UDG ] Sr. CONDEOnde histórias criam vida. Descubra agora