[ UDG ] Sr. CONDE

XLIII - AS CRÔNICAS DE SANGUE COMEÇAM

Em meio ao salão principal duma grande catedral gótica em chamas, um ser alado e que empunha um machado mergulha segurando um lobisomem pelo pescoço, e o arremessa sobre uma grande cruz, transpassando-lhe o corpo no topo do altar da igreja.
A criatura ainda se desfaz em brasas faiscantes, enquanto aquele anjo voa para longe e outro ainda maior, irrompe por um imenso vitral girando um machado, enquanto mergulha e decepa ao meio, o corpo de um lobisomem que salta sobre ele para atacá-lo.
Os bancos e estátuas da igreja agora são arremessados para todos os lados, enquanto as imagens de vários santos são destruídas pelo confronto entre aquelas criaturas.
Às portas da catedral pela qual as chamas já se alastram, uma turba de lobisomens que ainda se transformam em feras corre furiosa em direção à igreja, quando cinco anjos mergulham das torres mais altas e dois dos que estavam lá dentro arrebentam as portas da frente, girando machados e espadas imensos e arremetendo-se na direção dos monstros que se aproximam.
Observados duma torre de vigia, dos muros da cidade ao longe, por ninguém menos que Adarkk Vladislaus, os celestiais renegados sob as ordens do anjo Ardeleel agora batalham contra os a alcatéia de Helsing, ressuscitada pela rainha e feiticeira Ravenna.
- Margot... - Ele grita olhando para uma taverna nos limites da cidade, da qual várias pessoas saem correndo e pulando pelas janelas. - Minha irmã, tu precisas ver isso!

Não muito abaixo dali...
Margot Vladislaus, ( a filha revoltada de Drácula que juntamente com seu gêmeo Adarkk virou-se contra seus irmãos, ao descobrir os experimentos elaborados em todos eles por Victor Frankenstein e discordar deles na questão de que o sangue humano seria maléfico para a espécie dos vampiros a longo prazo evolutivo), acaba de drenar uma pilha do corpos de crianças e adolescentes que ainda estão amontoados aos seus joelhos, enquanto ela se levanta, limpando o sangue de seus lábios e exibindo um sorriso maligno.

Usando sua velocidade surreal, ela corre para fora daquele lugar enquanto os corpos mortos e ensanguentados ao seu redor voam devido ao deslocamento do ar causado pela vampira que, quase imediatamente surge ao lado de seu irmão, agora ainda arrancando algumas lanças e flechas cravadas em suas costas e peitoral.

- Uns malditos sentinelas me alvejaram, mas já cuidei dos insetos. - Adarkk diz enquanto seus ferimentos se regeneram instantaneamente - Veja aquilo irmã! Aqueles anjos com os quais fizemos um acordo de entregar a exata localização do castelo de nosso pai, a fim que levassem todo o exército da província para destruí-lo, e pudéssemos acabar com aquele cientista, estão lutando contra os mesmos lobisomens que os humanos e nossos irmãos mataram há pouco!
- Estranho! - Margot exclama intrigada - os lobisomens parecem ter sido ressurretos de alguma forma.
- Magia sombria, de certo! - Adarkk diz rangendo os dentes. - Nossos irmãos tornaram-se um grande engodo.

- Eu diria que... - Uma voz conhecida, porém há tempos não ouvida, de repente intervém naquela conversa. - Voltaram-se contra sua própria espécie, e por isso... Tornaram-se inimigos em máximo potencial.
- Meus olhos estão me traindo? - Adarkk grita arregalando seus olhos avermelhados e Margot grita enquanto os dois saltam abrindo os braços:
- Mãe Verona! És tu mesmo?
- Sim, meus filhos! - Diz a vampira esguia de longos cabelos negros e beleza sobre-humana, que trajada com um belo vestido vinho e negro de gola alta e extravagante, e com uma gargantilha com rubis pendentes que ornam à perfeição com os brincos de rubi às suas orelhas agora abraça os dois filhos rebeldes de Drácula.