Capítulo 37
Gael via com muita tristeza o fracasso do seu negócio. Durante os últimos meses, viu a sua vida entrar em declínio.
Apesar dos problemas financeiros, o que mais o perturbava era o sentimento de culpa. Todos os dias se culpava por ter deixado Victor ir embora sozinho naquela noite.
Em seu quarto, deitado na cama, olhava a foto de Victor lembrando do dia em que o conheceu, do primeiro beijo e da primeira transa. Sentiu-se péssimo por ter brincado com os sentimentos do menino, o usando para provocar Ivan.
Luíza percebeu a tristeza que se instalava no seu irmão. Gael não era o mesmo homem feliz de antes. Quando não estava bêbado, estava triste, silencioso. Até diminuiu as suas saídas e o número de companheiros sexuais.
Ela se compadecia da situação do irmão e tentava fazer de tudo para animá-lo. Convidava-o para sair, enviava vídeos engraçados e organizava algumas reuniões com os amigos em sua casa, contudo, de nada adiantava a melancolia de Gael aumentava ainda mais.
Preocupada, ela entrou no quarto. Deitou ao seu lado e ele apoiou a cabeça no peito dela, enquanto tinha os cabelos acariciados.
_ Você não pode se entregar desse jeito.
_ A culpa foi minha. O Ivan tem razão quando me disse isso. Eu fui um crápula por ter deixado o Victor sozinho naquela noite.
_ A culpa não foi sua porra nenhuma! Você vacilou, mas não foi o responsável pelo que fizeram com o Victor. Você não pode se torturar pela maldade dos outros.
_ Da última vez que conversamos ele não conseguiu me perdoar.
_ O fato estava muito recente. Agora as coisas mudaram. Victor parece está feliz com o Ivan. Ele é uma boa pessoa. Tenho certeza que te perdoaria se você pedisse.
_ Não sei. Ivan me odeia. Tenho que medo tenha feito a cabeça do Victor contra mim.
_ Eu vou mandar uma mensagem pra ele pedindo para marcar um encontro entre vocês.
_ E se o Ivan não gostar e envenená-lo contra mim?
_ Que se foda o Ivan. Eu só me importo com você. Eu tenho certeza que essa conversa com o Victor te fará muito bem.
Durante o jantar, Victor recebeu a mensagem de Luíza e ficou desconfiado. Ficou refletindo no que Gael poderia querer falar com ele. Pensou que está diante de Gael poderia ser desconfortável pelo ciúmes que sente dele com Ivan.
Mas, a curiosidade falou mais alto e marcou o encontro para o dia seguinte na cafeteria.
Com medo de problemas futuros, decidiu contar a Ivan. Foi até a sala de cinema, onde Ivan jogava vídeo game e o beijou.
_ Podemos conversar?
_ Tem que ser agora?_ disse Ivan concentrado no jogo.
_ Seria bom. Dê pausa um pouquinho?
Foi o que Ivan fez.
_ Amor, eu estava pensando em fazer a ceia de natal aqui em casa. Podemos convidar a sua família. A sua mãe quer apresentar o Renato para a família mesmo, será uma boa oportunidade. Faz muito tempo que não tenho um Natal em família. Aliás, nunca tive. O meu pai enchia a casa de gente bajuladora, era uma bebedeira, farra e falsidade.
'Eu gosto da sua família. Do clima amoroso entre vocês. Acho que será incrível.'
Victor acariciou o rosto do noivo.
_ Eu fico feliz em saber que você goste da minha família. Eu sempre tive medo que rolasse preconceito por não sermos da mesma classe social que você.
_ Que bobagem, Solzinho. Você sabe que eu não sou assim.
_ Eu sei. Esse é um dos motivos pelo qual te amo tanto.
Victor pôs as mãos sobre as faces de Ivan e o beijou.
_ Eu vou cuidar para que a nossa noite de natal seja incrível! Quero que você tenha o clima familiar que nunca teve. Vou fazer tudo com muito amor do jeitinho que você merece.
'Ah, amor! Podemos comprar uma árvore de natal daquelas grandonas? Igual a dos filmes?'
_ Claro que sim! Compre a árvore que você quiser.
_ Sobre o que você queria falar comigo?
_ O Gael me mandou mensagem.
_ O que aquele desgraçado quer?
_ Conversar comigo. Eu disse que sim. Vamos nos encontrar amanhã na cafeteria.
Ivan ficou sério.
_ Por que está me dizendo se já tomou a sua decisão?
_ Porque você é o meu companheiro e não quero fazer nada escondido de ti. Não precisa ficar bravo. O encontro será na cafeteria, que é a sua empresa. E além do mais o Walace estará por perto.
_ E eu estarei por perto.
_ Eu não acredito que você não confia em mim, Ivan!
_ Não é isso. Vou marcar uma reunião com a Luíza para ela assinar os documentos para receber a cafeteria. Eu vou dar a ela.
_ Sério, amor?! Que notícia maravilhosa! Ela deve está nas nuvens.
_ Ela ainda não sabe. Será uma surpresa.
_ Eu amo quando você é assim generoso. Você é maravilhoso, amor!
Ivan caiu no chão com impacto do abraço que recebeu de Victor, que deitado sobre no chão o beijou.
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Verdades secretas
RomanceEm meio a hipocrisia, preconceito, ódio e rancor, Ivan encontra o grande amor da sua vida. Alguém capaz de despertar o melhor de si e o torná-lo bom, que fará a felicidade reinar sobre os seus dias. No entanto, um segredo obscuro e cruel poderá por...