Capítulo 48

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Capítulo 48

Ivan ficou pensativo diante do corpo de Felipe. O moreno observava a poça de sangue formada ao redor da cabeça do cadáver, que penetrava entre os lençóis formando manchas.
O seu coração batia acelerado. A adrenalina estava a mil.
Aos poucos, foi se acalmando. Pensando que deveria fazer algo para se livrar daquela situação.
Um assassinato pesaria muito na sua vida. Perderia a liberdade, o escândalo não seria bom para os seus negócios e o pior para ele era a possibilidade de perder o seu grande amor. Uma investigação policial chegaria ao motivo do crime e assim, na descoberta como autor do atentado contra Victor.
Presumiu que o amor da sua vida não o perdoaria pelo mal que o causou. E correto como o seu Solzinho era, não aceitaria continuar casado com um assassino.
Maldito Felipe! Maldito dia que confessou a Carla sobre o atentado! Ivan o auto odiou por deixar a situação chegar onde chegou.
Contudo, ele pensou que deveria ter feito o que fez. Afinal, ele tinha o direito de se defender. E defender o amor da sua vida. Ivan morto não poderia proteger o Victor das garras malignas de Felipe e Sônia.
Num instante, lembrou -se da mãe. Ela chegaria a qualquer momento e seria uma testemunha do seu crime, o que para Sônia seria um prato cheio. Afinal, a loira desejava se vingar do filho.
Tomou um banho as pressas, vestiu-se e ligou para Walace.
O segurança chegou numa rapidez impressionante. Estava acompanhado do filho mais velho, que era um dos seus melhores aliados.
Contou ao segurança que havia entrado em conflito com Felipe e que o matou para se defender. Ocultou do capanga a tentativa de estupro que sofreu de Felipe, devido a vergonha que costumam assolar em vítimas de crimes e assediados sexualmente.
_ O senhor quer que damos sumiço no presunto? Faço isso de um jeito que ninguém encontrará nem ossos.
_ A gente pode cortar e dar para os cães. _ sugeriu o filho de Walace.
Ivan olhou para o corpo de Felipe. Os seus olhos abertos, mãos caídas sobre a beira da cama e o sua expressão raivosa e debochada o provocou raiva. Culpou Sônia por está nesta maldita situação.
_ Ela há de me pagar por tudo isso.
_ Ela quem, doutor?
_ A Sônia, Walace. A Sônia.
O empresário sorriu de um jeito maligno, arqueado as sobrancelhas, abaixando a cabeça e erguendo o olhar maléfico.
Olhou para o outro lado da mesa de cabeceira. Pediu a Walace que lhe arranjasse um par de luvas, o que não foi difícil para o capanga, que sempre carrega consigo um par para executar os seus serviços extras.
Ivan pegou o outro abájur de ferro. Mirou no corte profundo do corpo e começou a golpear com força até que o objeto se quebrasse e ficasse sujo de sangue.
Walace e o filho olhavam se entender o que estava acontecendo.
_ Tire os sapatos.
_ Você, limpe o chão para tirar as marcas das nossas pegadas._ disse ao filho de Walace. E nós, vamos por o corpo no porta malas do carro que eu trouxe.
E assim foi feito. Como Felipe era alto e forte, eles tiveram dificuldades em descer com o corpo enrolado no lençol.
Ivan pôs o segundo abájur ao lado do carro e levou consigo a verdadeira arma do crime, que mais tarde atirou no mar, depois de lavado.
Ele ligou para a polícia fazendo uma denúncia anônima. Relatando que ouviu uma briga de casal, onde uma mulher gritava e logo em seguida ambos se silenciaram. Como vizinho, avistou uma mulher por algo no porta malas que parecia ser um corpo.
Ivan aguardou Sônia na entrada da casa. Assim que a mulher chegou, sorriu debochadamente.
_ Trouxe o que te pedi?
_ Sim. Mas, o dinheiro está lá dentro com o Felipe. Aqui está a chave do carro. Eu quis te entregar pessoalmente.
Sônia olhou sorrindo com ar de superioridade.
_ Foi um prazer fazer negócios contigo.
_ Você venceu, mãe. Parabéns.
Ivan saiu do local, entrando no carro com Walace.
Sônia quis saber quem estava no carro com Ivan, mas não conseguiu por o vidro  ser de fumê.
Ela entrou na casa com a intenção de ver o dinheiro. Estranhou encontrar as cédulas arrumadas sobre a mesa e a casa silenciosa.
Gritou por Felipe e não obteve resposta.
Vasculhou a casa a procura do amante e nada.
_ Tem alguma merda acontecendo por aqui. Eu vou é meter o pé. Que se foda o Felipe.
A mulher pegou umas sacolas de lixo  e pôs o dinheiro. Levou a primeira para fora.
Ao abrir o porta mala, se surpreendeu com o corpo enrolado num lençol branco sujo de sangue e abájur quebrado ao lado.
No impulso, pôs a mão no objeto e a atirou no chão devido ao nojo.
O seu coração bateu acelerado ao ouvir o barulho da sirene se aproximando da casa.
_Puta que pariu! Isso é armação da bicha desgraçada!
_ A casa caiu! Mãos ao alto!
Os policiais invadiram  sem dificuldades o portão, que Ivan deixou aberto. 
Desesperada, Sônia tentou correr, mas foi detida por um policial, que a mobilizou no chão e algemou.
_ Eu não sei de nada. Cheguei aqui agora. Armaram pra mim. Eu sou inocente.
_ Tem um presunto aqui no porta-malas, Peçanha. _ gritou o outro policial perto do carro.
_ Pra onde a senhora vai todo mundo também é inocente.
_ Eu juro que estou falando a verdade. Eu sou incapaz de matar uma mosca. Piorou um ser humano. Armaram pra mim. O meu filho, Ivan Matarazzo, ele é o verdadeiro assassino.
Sônia foi arrastada aos gritos para a viatura. Debatia-se desesperada, gritando e tentando inultimente se soltar.

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