Allies (NightHate)

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Dessa vez a ressurreição é real.

E é ressurreição dupla: mais um pedacinho daquela timeline em que o mal vence.

É consensual, mas é essencialmente hate-fucking. Trocadilho não intencional.

Aproveite, porque eu escrevi com carinho.

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unTALE era simplesmente mais um digníssimo exemplo da filhadaputagem e sadismo nem tão reprimido de Ink. Era a única explicação que conseguia encontrar.

Um universo em que Gaster fodeu com a própria estrutura da timeline para tentar ressuscitar sua esposa, mas deu tudo errado, e depois de uma estranha rota genocida que terminou com Frisk atravessando a barreira e deixando para trás suas vítimas num ciclo eterno de decaimento e restauração, incapazes de se recuperarem por completo ou morrerem. Que outra razão teria para criar algo assim?

Nightmare não sabia, e não precisava saber. O que sabia era que não existia nem que um fio de positividade naquele lugar, então era bastante atrativo para si.
E não apenas para si.
Por isso havia voltado lá, mesmo sabendo que teria uma crise de abstinência quando voltasse para o castelo.

Seu alvo estava nas ruínas que um dia foram o CORE, coberto de fuligem e funcionando essencialmente pela pressão dos gases sobre os canos.

Talvez, como era comum, o G daquele mundo também vivesse amarrado a seu trabalho, pois havia um quarto lá. Era naquele quarto que se deitava seu alvo.

Como estava, tinha a forma de um esqueleto, mas seu corpo e roupas eram formados em névoa, então tecnicamente era um amorfo. Uma negritude que não projetava sombras, apenas as pupilas vermelhas dilatadas em êxtase entregando que estava vivo.

-- Não é incrível quanto alguém pode passar para um objeto só por sentir perto dele? -- Hate perguntou sem tirar o olhar do teto -- Só nesse quarto eu pego o bastante para viver e ter força, lá fora, nossa, é como minha marca particular de ecstase.

-- Mas isso eu sei melhor do que ninguém. Uma droga. E, se é a droga que temos, por que nos contentar com uma única dose?

Pareceu bastar para tirar o outro homem do estado de transe que parecia estar antes, finalmente virando sua cabeça para o encarar, o brilho no olhar reduzido mas não sumido. Ah, seria pedir demais.

-- Eu já cansei de repetir, não vou me juntar ao seu grupo e virar seu fantoche.

-- Não é como um servo que eu vim te chamar, e sim como um aliado.

Êxtase, e energia. Onda atrás de onda de euforia batendo nos dois seres, fragilizando as paredes que haviam erguido. Quase podiam ouvir os gritos de lamento. "O QUE EU FIZ? O QUE EU FIZ?"

-- Essa guerra já durou por tempo demais. Muita pouca diferença feita, muitos passos menores e facilmente desfeitos, muita ladainha no meio. Dessa vez, vamos ao tudo ou nada, e tentar conseguir de uma única vez a vitória buscada todo esse tempo. Um ano no máximo, e o multiverso estará tão imerso em ódio e dor que cada parte dele será seu ecstase.

-- Bonitas, porém traiçoeiras palavras.

O fumaça se levantou, ficando um pouco mais alto do que Nightmare, numa postura que conhecia muito bem, tentando parecer relaxada porém exercendo imponência.
Seu tom de voz, também havia mudado, para um brincalhão, porém propositalmente raspado. Fronte inofensiva com uma semente de perigo enterrada. Empolgante para dizer o mínimo.

Usar tal postura em alguém como Nightmare era o equivalente em intimidação a lançar moedas em um poço sem fundo, mas não tinha problemas. O poço aceitaria o tributo com prazer. Como o "tibum" das moedas na água, cada palavra que saia parecia ecoar algo dentro de si, mesmo sabendo que não eram as palavras pelas palavras o deixando de tal modo.

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