Live your life (AfterDeath)

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Se passa em paralelo a "Getting off" e "You insane bastard". Paralelo, não continuando, então não precisa ler as outras duas.

Musiquinha para entrar no clima.

É basicamente diálogo, caso, esteja, querendo +18...

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"Sessenta e sete, sessenta e oito, sessenta e nove"

Se fosse para fazer uma aposta, apostaria que cerca de dois terços dos presentes nem tinha idade legal para estarem bebendo o que estavam bebendo. Não que fosse um fiscal de diversão alheia, mas se alguém resolvesse também batizar os não alcoólicos ia ser ele que ia ter que lidar com a ressaca dos irmãos.

Olhava o arredor desinteressado. Quando ficava sozinho batia um certo arrependimento de ter ido, ainda pior quando foram cada um para um lado.

Geno Queen, um retrato de abandonado. Apenas por aquele dia, achou apropriado trocar o glitch chamativo por um tapa-olho. As roupas tinham ar formal, em branco e cinza claro, com seu fiel cachecol vermelho sobre os ombros. E seu fiel namorado gótico praticamente em seu cangote.

Não necessariamente ruim, apenas lhe bloqueava um pouco de os buscar. Era o único de maior dos três, precisava garantir que não fariam besteira.

"Setenta e três, setenta e quando, setenta e cinco"

-- ... Hey, HEY.
A voz grossa lhe tirou da linha de pensamento. Oh, havia ignorado sem querer o namo?

-- Desculpa, meio ruim escutar com a música alta. O que estava falando?

"Oitenta e dois, oitenta e três, oitenta e quatro"

-- Que, se vai dirigir, tem duas mesas com não alcoólicos que ainda não foram batizados. Ainda.
A última palavra foi murmurada. Tinha mantido o estilo, cada peça era preta e o terno tinha capuz, o tornando um perfeito vulto. Mas dessa vez algo estava diferente.

... Oh, o usual tom de brincadeira, não o notou. Foi só isso, passou despercebido, não foi? O que não passou despercebido, no entanto, foi o cheiro de álcool vindo dele. Hm, aproveitador...

-- Podemos passar lá depois.

"Oitenta e nove, noventa"

-- "Depois" já devem estar totalmente consumidas ou batizadas. O povão não está ignorando as bebidas como você anda me ignorando, Geny.

A última parte o acertou como um soco, o tom de sarcasmo no apelido apenas ajudando. Esteve na pequena busca por tempo o bastante para parecer que o ignorava?

-- Desculpa se pareceu que estava, eu só estava procurando meus irmãos, não notei que já tinha dado tanto tempo.

-- Claro que não notou. -- o tom de sarcasmo ainda existia, misturado num choramingo passivo-agressivo -- Nunca nota. Não é a primeira vez e não tô pedindo para ser a última, só não parecer que sou a vela no meu próprio namoro.

"Noventa e cinco, noventa e seis"

Bêbado é assim mesmo, pensou sem expressar, daqui a pouco esquece.

Mas, parecia que não. Podia não ter visto muita gente que conhecia embriagada, mas era bem óbvio, não se alterou, apenas perdeu filtros.

-- Me ignorando de novo. Sempre no cangote dos irmãos, sempre pensando primeiro nos irmãos. Acho fofo às vezes, mas você basicamente vive a partir deles!

"Noventa e oito, noventa e nove"

-- Não é verdade, está exagerando.
Não teve muito volume, o bastante apenas para que o gótico escutasse, e do mesmo modo, a risada que o último soltou era alta apenas o bastante para ser escutada.

Apesar do incômodo, não o podia julgar por rir da mentira para si próprio.

"Cem!"

Era difícil controlar aquilo, e Reaper sabia muito bem. Não era exatamente sua culpa, nasceu com uma alma fraca, vivia doente, passou praticamente a infância inteira entrando e saindo de hospitais. Mesmo que agora estivesse bem - sob a condição de consumir praticamente o dobro recomendado para alguém do seu tamanho, para compensar a força que não era convertida - uma parte importante não foi proveitosa. Grande parte do aprendizado foi em segunda mão, incluindo em questões interativas; o mais próximo de amigos que teve antes dos 14 eram amigos dos irmãos. Sempre seus irmãos. Sua única maneira de enxergar o mundo, totalmente fora do seu alcance, pelo olhos de uma criança como a si.

Agora estava bem, e mesmo que antes disso já quisesse ser visto como um indivíduo, ainda era difícil para si mesmo engolir isso.

-- Você não é tão mais velho assim, sabia? -- falou o de preto com a leveza arrastada digna de alguém encachaçado -- Vão ficar grandes logo, e vão viver as vidas deles, você devia fazer o mesmo.

Podia nunca admitir em voz alta, mas de certo modo aquela vibe dada era meio contagiante. E, no fundo, tinha que admitir, até podia ter perdido alguns filtros, mas com certeza ainda estava consciente.

Se aproximou e entrelaçou os dedos, contemplando o contraste das cores dos tecidos.

"Cento e oito, cento e nove"

-- De certo modo já comecei, afinal, estou com você, não estou? Mesmo que no começo Error tenha tentado te matar. E quero continuar.

-- Awn, vendo um futuro comigo?
As outras duas mãos foram juntas, e o de cachecol vermelho as beijou. Não ia dar nem selinho, não enquanto estivesse com bafo de álcool.

"Cento e vinte, cento e vinte e um"

-- Não se anime demais, só lhe dou um "tempo bom" quando estiver sóbrio.

~~~
-- ... Por isso tive que pernoitar. Mas e vocês? -- o primogênito questionou enquanto observava com ar suspeito o desconforto do esqueleto colorido enquanto tentava sentar.

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