Rewarding the dogs (Creamkillmare)

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E vamos de timeline bad ending de novo. Dessa vez se passa depois de Impossible.

E também notei que isso virou menos escrever o que vocês pedem e mais o que eu quero. Oh well, acontece. E é isso ou deixar o livro mais morto ainda.

CW: Consentimento duvidoso.

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Quando situações ruins emergem, a tendência que a mente de uma pessoa tem é buscar pontos positivos ou neutros para reduzir o sofrimento, o que se por um lado ajudava a manter a sanidade, por outro significava que alguém sofrendo podia ser desestimulado a buscar ajuda. Mas, se buscar ajuda não é uma opção, então é apenas algo bom.

Ser a "rainha" do multiverso era um exemplo um pouco estranho.
Se começasse a realmente pensar, havia se tornado uma propriedade, o seu bem estar ainda dependia única e totalmente da vontade de Nightmare - mas a sua escolha de se entregar sem resistência, tanto na sua rotina geral quanto caso ele quisesse se aprazer consigo, fez com que não fosse visto como uma inconveniência e não fosse maltratado de forma mais direta.
E, depois que engravidou, ganhou mais um privilégio: se fosse algo que não conflitasse com a vontade do irmão/marido, também teria a sua vontade preenchida. Aceitar foi uma boa escolha.

Era uma noite calma, bem melhor depois que se acostumou à constante de negatividade e aprendeu melhor a reprimir sua aura (ao que parecia, enquanto era possível se acostumar à de Nightmare, como um lixeiro se acostuma com cheiro podre, a aura de Dream viciava como uma droga, com direito a crises de abstinência, o que no multiverso atual era... inconveniente). Se sentava na sua cama deveras confortável e lia um dos livros que não teve oportunidade antes.

Um som de batidas na porta atraiu sua atenção, e sem pensar muito marcou o livro com um pedaço de papel e foi a abrir.

Mas quem viu não foi um esqueleto de gosma, mas o guarda particular do esqueleto de gosma.
A capacidade que Cross tinha para alternar entre um bobo quando relaxado e quase um robô quando cumprindo seu dever era ao mesmo tempo algo admirável por conseguir fazer, e apreciável por tornar lê-lo uma tarefa fácil.

-- Boa noite, Cross. O que te traz aqui?

-- Lord Nightmare deseja vê-lo, Dream.

A resposta fez o ex guardião piscar em confusão. Mandar um guarda chamar e escoltar Dream para os aposentos do rei não era exatamente uma novidade (mesmo que Nightmare não admitisse nem que lhe matassem que às vezes só queria dormir com o irmão em seus braços), mas geralmente era algum "Nightmare!Papyrus" genérico, não um guarda particularmente estimado.

Sua confusão pareceu afetar Cross, visto que a expressão firme suavisou, mas também pareceu não querer mostrar demais, pois puxou o cachecol para tapar parte do rosto e lhe deu espaço para passar.

Mesmo se o quisesse, Dream não tinha razões para reclamar da leve mudança. Não era como se temesse o híbrido, até lembrava de vezes em que havia tentado o ajudar, quando ainda acreditava que os Star Sanses poderiam ser "a esperança do multiverso". Que patético.

-- Ele parece estar em um bom humor hoje. -- Cross murmurou rompendo o silêncio -- É uma ocasião rara, com certeza.

Só podia acentir em resposta, visto que se falasse poder ia querer falar sobre ter notado medo e ansiedade vindo do outro.
A porta do quatro de Nightmare se abriu com um barulho dramático, mostrando o quanto maior e mais bem arrumado do castelo era (o de Dream era o segundo mas chegava perto), e imediatamente a frase dita fez sentido.

O ex guardião negativo fitou seus convidados de cima a baixo assim que entraram, e o sorriso que tinha era parecido com o tinha quando tomou o irmão, antes de o desfazer e revirar a órbita:
-- Aparentemente "você não está encrencado" é uma frase difícil de entender. Desse vez deixo passar por causa da ocasião.

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