I still love him (TimeDream)

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É isso aê. Lembram que algumas coisas estavam na geladeira desde o Spirit? Pois é... esse é aquele potinho de pudim que fica atrás de alguns potes de arroz e macarrão e quando você acha fica surpreso que ainda presta.
Baseado em animatics reais.
Primeiro p.o.v. primeira pessoa do ano

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Uma das coisas que me diferenciam de outros guardiões, é que eu não lembro de quando eu passei a existir, ou a cumprir meu papel. Nas minhas memórias mais antigas, eu saltava entre as linhas temporais, me assegurando da estabilidade delas.

Omega Timeline era uma coisa engraçada: uma timeline que podia abrigar sobreviventes de uma AU destruída ou outcodes que não possuem um lugar para chamar de seu. He, mais do que apropriado que virasse o mais próximo de um lar que o guardião das timelines, Timeline, poderia ter.
Não que fosse o primeiro, e com certeza não seria o último - se qualquer coisa, lhe dava alívio de poder ter de fato um lugar de descanso sem a preocupação em ele próprio a manter intacta.

Mas eu me lembro, claro como a luz do dia, de quando a mesmice foi rompida por um encontro.
Eu havia encontrado outros outcodes, é essencialmente uma das partes da minha função, mas algo pareceu me atrair para ele.
Ele possuía uma presença calmante, do tipo que te convida para se aproximar e acolhe até que esteja bem. Céus, eu sequer havia notado que precisava de conforto até sentir o que poderia ser?

A casinha que haviam feito para si não era nada extravagante, se pegasse uma trena e saísse medindo seria claro que era um pouco menor do que uma casa de um Sans regular, uma distância inacreditável do castelo de DreamTale.
Bom, não exatamente inacreditável. Se lhe perguntassem, diria que querer algo semelhante só poderia ser fruto de masoquismo ou uma forma de auto punição.
O lugar estava quieto, mas se tornou claro que não estava vazio quando abriu a porta, um aroma agradável que lembrava melão no ambiente.
Um sorriso crescendo no rosto, o ser temporal trancou a porta e foi até o quarto compartilhado.

Não posso mentir, a aproximação inicial foi baseada em um desejo egoísta. Como não poderia, em um ser que literalmente exala positividade a cada passo?
Eu queria mais daquilo, por isso eu me aproximei dele.
Através dele eu realmente entendi outros, entendi sobre a divisão de lados, que até então não me interessava - o que me interessava era manter a estabilidade, uma pessoa de fora.
Eu continuei perto, e com o passar do tempo, aprendi a gostar da pessoa gentil que ele era. Doce Dream, me enlaçando tão facilmente.
Também foi com o tempo que eu percebi, talvez, como um drogado, ganhando resistência à aura.

Abrir a porta do quarto foi como se deixar ser banhado pela essência, deixando seu corpo quente.
Colado com fita crepe na parede, um calendário com um smile na data atual, e sentado de pernas cruzadas, seu pequeno (em tamanho) Dream.

O guardião positivo usava sua coroa e capa, e só, o ecto corpo de curvas graciosas ativo. Estrelas nas órbitas e um sorriso meigo quando o maior entrou.
-- Eu estava te esperando, Timey~

-- Tô vendo, e você está uma maravilha.
A porta foi fechada, e o relógio e o cachecol foram deixados de lado ainda indo na direção da cama, a distância que restou quando subiu fechada sem hesitação com um beijo doce que rapidamente se tornou profundo, às pequenas mãos de Dream acariciando o tronco e braços ainda vestidos de Timeline.

Momento mais fértil do ano inteiro, dia perfeito para tentar ter um bebê, mas não significa que não podem aproveitar o processo.

Eu percebi, debaixo daquele manto de positividade e da máscara que ele punha para quem visse... o quão assustado ele estava.
Eu percebi que a determinação carregava partia da convicção de que precisava estar pronto para quando inevitavelmente algo terrível acontecesse. O quê? Se ele soubesse, não temeria tanto.
Eu senti que... ele ficou dividido.
Dividido entre quem ele queria ser, e quem ele sentia que precisava ser.
Ele ainda era um guardião, afinal, mesmo que o multiverso não merecesse alguém como ele sequer em si.

Tecidos principalmente em tons de água foram saindo e deixados largados ao lado da cama, o contato das bocas só rompido quando necessário para tirar alguma peça. A capa e coroa ficaram, seu douradinho ficava estranhamente adorável naquele adorno. Não o impediu de pôr as mãos por baixo do tecido, fazendo vai e vem próximo e em cima da espinha, às vezes uma mão escapando para apertar com gosto a carne mágica.

Demorou para separarem de vez, rostos ruborizados e ternura nos olhares. Não que o contato visual tenha durado, Dream logo desceu o rosto para beijar e mordiscar no pescoço alheio, em resposta uma das mãos traçando o caminho até a sua entrada. O som que fez mostrava que estava ficando impaciente.

Com isso trazido à tona, devo perguntar: é muito diferente de mim?
Não, de modo algum.
Desde quando, do início?, eu tenho aceitado minha função e empurrado para fora do meu consciente as perguntas desconfortáveis? Quando foi a (última) vez que eu realmente me permiti pensar sobre o que eu queria?

O contato entre as bocas voltou, e quando rompeu Time traçou uma trilha de beijos sobre o tronco do menor, só parando quando chegou à área íntima. Com ou sem cio, preparo é sempre bem vindo. Uma das mãos foi para o membro do guardião positivo, a outra passava com carinho sobre as coxas. O rosto, pôs sobre a entrada, provocando usando beijinhos e a língua. Mesmo sem passar por algo também, os sons que ouviam já faziam tudo valer.

Foi dessa maneira que eu o entendi. Verdadeiramente, o entendi.
E só então, eu pude amá-lo.

Quando o momento chegou, os dois se sentaram, Dream se apoiando nos ombros do parceiro antes deixar entrar.
Um choramingo escapou, e agarrou Time de um jeito que fez alguns arranhões sobre as costas, não por ter sentido dor, mas pelo quão sensível estava.

Moveu o próprio quadril, o guardião temporal segurando sua cintura para ajudar a achar um bom ritmo.

Os sons que Dream soltava... tão adorável. Mais choramingava do que gemia, às vezes seu nome ou apelido escapando. Não que estivesse quieto, a própria garganta o traindo cada vez que a entrada contraia e o apertava, um calor e humidade maravilhosos.

E eu o amei.
O amei, o amei, o amei.

Levou algum tempo, ambos imersos  sensações, cada beijo mais breve pela respiração dificultada e cada investida indo mais fundo e mais forte.
Dream foi o primeiro chegar no seu limite, mordendo o ombro de Time enquanto soltava. Aquilo foi o empurrão para o guardião temporal, que soltou seu sêmen, sem tirar o membro de dentro até o preencher.

Nenhum dos dois sabia se dessa vez daria certo. Ainda não sabiam que dessa vez daria certo. Ainda iam acordar e ver uma minúscula alminha no ventre de Dream, e ainda iam fazer a burrada de esperar até os últimos dias para escolher um nome.

Por enquanto, só iriam deixar seus corpos se acalmarem no calor confortante um do outro, e pensariam no quão sortudos eram de terem um ao outro.

E ainda o amo.
Eu o amo.

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