Após seus pais serem assassinados, Millie resolveu seguir o caminho que sempre quis como detetive e hoje é uma das melhores de toda Los Angeles, sempre destemida e sem papás na língua ela deixa seu trabalho como prioridade em sua vida, sem tempo par...
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MILLIE
A chuva caía lá fora, o silêncio dominava a sala e minhas mãos apertavam firme o papel pequenino. Lembranças do passado me atormentavam e eu conseguia escutar as vozes de quando os policiais me encontraram ao lado do corpo dos meus pais. Fechei os olhos sentindo as lágrimas descerem pela minha bochecha.
A sala de arquivos estava vazia, apenas eu, todos já haviam ido embora e era quase quatro da manhã quando saímos de frente do hotel.
Pelo bem de todos, David decidiu que iríamos abandonar o acampamento alegando que Sadie poderia ter se machucado feio e não tínhamos como seguir. Eu não iria desistir, tinha quase noventa e nove por cento de certeza que Brenner era o culpado pelo assassinato dos meus pais, eu faria ele pagar muito caro por ter tirado as pessoas que eu mais amava de mim.
Sequei minhas lágrimas com a palma da mão e me levantei para ir embora, precisava apenas da minha cama e dormir até tarde. Peguei minha bolsa e caminhei para fora da sala de arquivos, a delegacia estava praticamente vazia sem contar com David que estava a horas trancado dentro da sua sala, até se passou pela minha cabeça em ir dar uma olhada nele mas eu sabia que ele precisava de um tempo a sós com seus pensamentos.
Dei um breve aceno para os guardas que estavam de plantão e fui para a garagem em direção ao meu carro, procurei as chaves pela minha bolsa e abri o carro, entrando no mesmo. Ao sair do estacionamento, tive que procurar meus óculos de sol por causa da iluminação radiante da manhã ensolarada de Los Angeles, não demorei muito para chegar em casa.
[...]
Escuro.
Embrulho no estômago.
Tontura.
Abri a porta do quarto e corri para o banheiro, sentindo a ânsia de vômito chegar muito perto, me agachei em frente a privada e despejei toda a minha refeição de horas atrás, as lágrimas brotavam dos meus olhos e eu sabia que daqui a pouco nem conseguiria mais chorar.
Puxei a descarga e fui escovar meus dentes, com certeza o vômito era referente a alguma coisa estragada que eu comi, não tinha outra explicação. O toque do meu celular despertou minha atenção, só então notei que fazia minutos que eu encarava meu rosto no reflexo do espelho, cuspi a pasta e lavei minha boca, exuguei na toalha de rosto e voltei para o quarto onde sem nem olhar, atendi o celular.
-- Alô?
-- Millie? Oi! É o Jacob!
-- Jacob? Está muito cedo para me ligar, não? - perguntei -
