57. PENDÊNCIAS FRATERNAS.

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– Que merda está acontecendo aqui? – vociferou Greg, sobressaltando os dois.

– G-Greg... – gaguejou Louise.

– Eu disse a você que ele me odiava – murmurou John, entediado. Ele ainda envolvia a garota em seus braços.

Greg apenas sentia que sua cabeça explodiria. Algo explodiria...

– Tire essas mãos de cima dela, seu merdinha! – ordenou, andando em direção aos dois com uma expressão colérica.

– Greg, calma! É culpa minha! – tentou Louise, se colocando no meio dos dois rapazes e olhando fixamente para o irmão. – Eu gosto dele...

Ele paralisou por um instante e olhou para o chão, tentando acalmar-se e respirar apenas pelas narinas.

– Lou... Vá para o seu quarto – disse, entredentes.

– Não, você não pode mandar em mim, Greg! Tente me escutar! – Ela tentou protestar.

– Louise, vá pro seu maldito quarto agora! – disse mais enérgico, olhando para os olhos lacrimosos da irmã. Algo em sua expressão certamente a assustou, pois ela correu para a porta aos prantos.

"Merda!", pensou. Aquela era a última coisa que ele queria que acontecesse em sua vida.

Lou era uma família torta, complicada, mas era alguma família. Era valiosa e ele estava se esforçando tanto por ela... Seu olhar encontrou o de John. Ele não parecia nem ligeiramente abalado por ter destruído o seu dia, possivelmente o seu verão.

Ou ele provavelmente estava se vingando.

– Eu vou quebrar essa porra dessa sua cara! – disse, segurando o colarinho de John ameaçadoramente e o aproximando de seu rosto.

Mas então lembrou-se das provocações de seu pai mais cedo. Ele estava certo, afinal: Greg não conseguia se comportar por uma noite como um rapaz decente de dezenove anos sem encher a cara e entrar em uma briga de socos com o cara da banda.

Não! Esse gostinho ele não poderia dar a ele, apesar da irritante expressão preguiçosa e despreocupada de John, encarando-o de volta, mesmo preso às suas garras ameaçadoras. Preferiu desviar o olhar para conseguir soltá-lo, mas o ódio ainda ardia em cada músculo de seu corpo.

– Você pode me escutar agora? – perguntou John, ajeitando a gola, enquanto Greg apenas tentava respirar fundo e entender o que se passava ali.

– Você pode não acreditar, mas eu não sabia que Louise era sua irmã no dia em que a conheci, na praia – continuou ele. – Quando Tio Fred me convidou para um "jantar de boas vindas à sua irmã", a última pessoa que eu imaginava encontrar nesse posto era ela. Mas, a esse ponto, já estávamos envolvidos. Nós estamos apaixonados...

Greg pulou de volta na direção de John, mas parou-se. Agradeceu o fato de não ter encontrado álcool por ter o autocontrole que estava tendo.

– Apaixonados? – duvidou. – Você quis dizer que ela está apaixonada porque você a seduziu! Lou é apenas uma garotinha. E você também é só um moleque, mas eu conheço bem moleques como você!

– Você fala como se fosse muito exemplar nesse quesito, como se eu não fosse às mesmas festas que você e não o visse caçando – replicou John.

– Eu não sou, mas também não sou hipócrita! – respondeu Greg, com escárnio. – Não fico jogando palavrinhas bonitas ao vento. Você também não estava "apaixonado" por aquela sua puladora de cercas que me seduziu naquele seu show? Isso faz o quê, dois meses? E se você conheceu Louise antes mesmo do jantar em que apresentaram vocês... Isso lhe daria menos de duas semanas para superar aquela "grande paixão" e engatar em outra!

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