63. O FUTURO.

45 6 13
                                    

Cthulhu mordeu rápido demais o punhado de morangos que Hazel o ofertava pela portinha de seu lugar no estábulo, respingando em vermelho na madeira a centímetros de seu vestido de festa novo, azul claro.

– Calma, garotão! – alertou ela. – Se você sujar o vestido de Milo, ele mata nós dois.

– Hazel! Achei você – exclamou Lily, chegando da entrada do estábulo. – Sua mãe está igual louca atrás de você! E Max está achando que Greg precisa de ajuda com Milo, também. Está dando muitas ordens para ele de novo!

Hazel apenas riu enquanto limpava as mãos no guardanapo onde trouxera os morangos.

– Ele se deixa mandar porque quer – caçoou. – E eu só estava querendo passar mais um tempo com meu queridinho. Ele sente minha falta... – disse, afagando a crina de seu melhor amigo.

Lily sorriu carinhosamente para a amiga, andando na sua direção.

– Você pode até dormir aqui com ele se quiser, mas só depois de toda a programação da cerimônia, ok? – disse, colocando o braço sobre o ombro dela e andando juntas até a saída – Esse é um dos dias mais importantes da vida do seu irmão!

– Lily, sabe o que eu adoro em você? – começou Hazel. – Você é uma mocinha sonhadora dos anos 50 no corpo de uma e-girl.

– Vai à merda, Hazel! – disparou a amiga, rindo junto com ela.

Lily realmente se destacava naquele ambiente, agora que voltaram para o gramado da frente da casa. Todos vestiam suas roupas formais em tons pastel. Mesmo que não houvesse tanta "formalidade" no estilo pastoril da decoração ou dos calçados dos convidados, todos estavam um pouco sóbrios demais perto do novo cabelo verde neon da amiga – que estranhamente caía muito bem com seu vestido rosa bebê.

– Você está aí! – disse sua mãe quando a viu. – O que está fazendo com meu guardana...? Ah, esqueça! Hazel, eu estou preocupada com a tal da banda que você nos conseguiu. Eles não chegaram ainda!

O relógio externo pendente – que hoje estava ornamentado com flores – marcava dez para as seis da tarde.

– Eles estão no horário, ainda, mãe – disse, tranquilizando-a.

– Por que eles têm que chegar tão em cima da hora? – Dona Meredith quis saber.

– Alguns membros só chegam na cidade hoje – lembrou Hazel.

As únicas pessoas ali que de fato sabiam qual era a banda – e que ela vinha de nenhum lugar menos que Los Angeles! – eram Hazel, Lily e Greg. Max, bem... Max era um fofoqueiro. Melhor não arriscar.

Faltavam apenas quarenta minutos para a cerimônia e tudo já estava praticamente pronto. A decoração de Milo ficou incrível, mais do que o usual: era como um upgrade na decoração da "festa dos elfos" que tiveram em outubro, misturado com o "chá da rainha" que tiveram em novembro, só que muito mais planejado e ornamentado: centenas de flores brancas e cor-de-rosa eram a base de toda a decoração.

E flores brancas à noite sempre tinham o melhor aroma do mundo, ainda mais naquele lindo cair da tarde de início de primavera na fazenda.

– Você vai ficar aí parada olhando tudo enquanto eu trabalho como um escravo? – surgiu a voz de Greg, de repente.

Ele estava com as mãos carregadas de bandejas de canapés, andando em direção a uma das mesas em que Hazel encostou-se um pouco. Só faltava mesmo abastecer a comida, agora.

– Milo está sendo horrível com você... – comentou ela, fazendo um beicinho enquanto ele largava as bandejas na mesa. – Vai estar tão cansado mais tarde que nem vai conseguir dançar comigo – continuou, aproximando-se dele para ajustar sua gravata.

Além das AveleirasOnde histórias criam vida. Descubra agora