37. ERAM BORBOLETAS...

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– Sabe o que a previsão do tempo está indicando para esse final de semana? Máxima de vinte e oito graus e tempo seco até domingo! – informou Max, feliz.

Ele estava descansando um pouco, sentado ao sofá da sala de Greg naquela tarde de terça, após um pesado carregamento.

– É, esses veranicos no fim de outubro são até mais comuns do que se percebe – observou Greg, sentado à sua mesa enquanto buscava algo na gaveta.

– Isso quer dizer que poderemos fazer muitas coisas legais ao ar livre na fazenda. Acho bom levarmos calção de banho! – animou-se Max.

O amigo estava realmente otimista com aquela expedição montada por Tio Fred, mas Greg estava um pouco ansioso com aquela história.

– Achei que iríamos pagar a nossa estadia com trabalho, não ficar tomando banhos de rio a lazer – disse.

– Ah, Greg... Nós seremos hóspedes. A própria Hazel quando vai em casa nos finais de semana, vai à descanso – argumentou Max.

Greg realmente não sabia o que esperar do final de semana, procurava não pensar sobre isso. Mas o fato de que John não compareceria parecia inflamar um certo otimismo sobre essa viagem dentro do seu subconsciente, o que ele tentava ignorar, assim como já estava mais do que acostumado a ignorar o desconforto estranho em seu estômago quando via, falava ou pensava em Hazel.

Depois de encontrar o cartão com o endereço de e-mail que precisava na gaveta, levantou-se e foi até a porta, pronto para usar o computador do balcão. Ao abri-la deu imediatamente de cara com Hazel, que se dirigia à sua sala. Ele ainda não a havia visto chegar.

Ela estava com seu visual outonal ao qual ele já se acostumara: jeans skinny, botas de montaria e um suéter em gola-v, que mostrava sua pele bonita. Agora, com o tempo mais fresco, ela vinha quase sempre com os cabelos soltos. Ele também a havia visto de duas trancinhas uma vez, no dia em que ela foi fazer yoga na academia. Talvez fosse assim que ela usasse os cabelos aos finais de semana.

Reparar nela durante todas as horas que desfrutava de sua companhia e imaginar como ela estaria durante as que não a tinha por perto já havia se tornado algo desconfortavelmente natural.

– Ah... Bom dia, Greg – ela o saudou. – Preciso de tinta para o carimbo. Digo, se eu for ficar com o livro de registros hoje.

Greg conseguiu-lhe a tinta e, quando Max a viu, decidiu por sanar suas dúvidas quanto ao final de semana:

– Hazel! Eu estava dizendo ao Greg que teremos bastante tempo para relaxar na fazenda, certo? Ou você vai nos colocar pra pegar no batente? – quis saber, brincalhão.

Hazel riu.

– Ei, veja só! Parece que eu vou ser a chefe durante o final de semana, então? – provocou, olhando para Greg.

Ele a lançou um sorrisinho cínico.

– Acho que tecnicamente será a sua mãe, a dona da fazenda. Você será só a segunda no comando. Estamos no mesmo barco, White – observou.

– Torçam pra que mamãe goste de vocês, então! – brincou ela.

Agora Greg pensou no fato de que conheceria a mãe dela, esperava causar boa impressão. Mas por que isso importava?

– Falando sério – continuou Hazel –, as atividades serão só para fins lúdicos mesmo, faz parte da experiência. Turistas gostam disso, talvez porque não precisem fazer o dia inteiro. Mas vamos descansar e relaxar bastante, Max, não se preocupe. Eu vou ser uma chefe tão boazinha quanto o Greg, mas não sei se serei tão boa quanto ele em fingir que não sou – brincou, arrancando uma gargalhada de Max e uma revirada de olhos de Greg.

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