58. UM ENCONTRO À LUZ DA LUA.

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– Isso é maravilhoso, Lily! – comemorou Hazel, com a amiga ao telefone.

Naquele fim de tarde de domingo, preguiçosamente jogada ao sofá da sala com um cobertor e Edgar enroscados em suas pernas, ela conversava com Lily sobre as ótimas novidades que a amiga tinha para contar: parece que Carla apelou para o pai sobre a gravação incriminadora que foi feita na festa de Halloween, e o velho ficou furioso!

Ele prometeu trancar a matrícula de Carla em Vallert, conseguir uma transferência para ela em uma universidade de outro estado e mandá-la juntamente com Lance para longe. Tudo isso como uma espécie de barganha para que Lily e quem quer que tenha essa gravação além dela mantenham o sigilo.

– Ele me ofereceu mais coisas – contou Lily. – Mas não importa. Não quero me enrolar mais ainda nessa história, não quero extorquir ninguém. Só quero minha segurança e deixei isso bem claro para ele.

– Você fez muito bem, Lily – elogiou Hazel. – Confesso que fiquei um pouco assustada com as ameaças da Carla por conta de ter alegações de uma polícia corrupta em Bewitt. Nada mais parecia seguro. Mas o fato de termos uma segurança contra quem quer que seja e que você está apenas se defendendo, sem atacar, me deixa mais aliviada.

Hazel ouviu Max concordar com ela ao fundo e lhe mandar um "olá". Os dois tagarelavam divertidos ao telefone e já não se entendia muito bem o que cada um dizia, quando ela ouviu alguém bater à sua porta. Então ela avisou que teria de desligar e foi atender, provavelmente era Jim mais uma vez tentando convencê-la a "perdoar John". 

Ou a mãe dele, se desculpando pela inconveniência do filho.

Ao abrir a porta, Hazel viu, pela primeira vez ali dentro de seu prédio, ninguém menos que Greg Mitchell.

Era quase surreal vê-lo ali, como se fosse os seus próprios pensamentos e sonhos acordada se materializando. Ela costumava pensar com tanta frequência sobre ele quando estava em casa, e ele sempre pareceu tão distante e fora de alcance nessas horas...

No entanto ele estava ali, encostado no arco de sua porta, com um olhar ansioso. Cada vez que ela o via, ele parecia mais lindo. Hoje vestia um suéter cor de vinho que contrastava lindamente com a pele de seu pescoço esguio.

– Ei... A que devo a honra da sua ilustre presença nos meus humildes aposentos, Sr. Mitchell? – brincou ela, arrancando um sorrisinho torto dele.

– Desculpe aparecer assim, sem avisar – disse ele. – E ainda mais em cima da hora...

– Em cima da hora para quê? – quis saber ela, confusa.

– Err... – ele hesitou. – A-as coisas foram bem com Louise, se quiser saber...

– Ah, sim! – lembrou ela, juntando as mãos em comemoração. – Eu fiquei curiosa sobre isso. Vocês se acertaram?

– Sim, nós conversamos bastante. Na verdade, ela veio a Bewitt com o grupo circense do qual ela faz parte, os Perseu... Perseu...

– Perseu's Chariots? – Hazel interrompeu, animada. – Milo os viu em uma viagem que fez com o grupo de artes da escola para Nova Orleans uma vez. Ele fala até hoje sobre o quão lindo foi!

– Por que eu não estou surpreso pelos "dois irmãos White vanguardistas" conhecê-los? – disse Greg, fazendo uma careta engraçada. – Na verdade, Lou é uma das principais trapezistas e o espetáculo é em uma hora, ali nos arredores do centro histórico. E ela me deu d-dois ingressos – Ele tirou-os do bolso, e parecia nervoso.

Hazel encostou-se na porta e inclinou a cabeça.

– Dois? Você está me chamando para um encontro, Mitchell? – perguntou, presunçosa. 

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