– Hazel! Você está bem? Elas te machucaram? – perguntou Greg com urgência enquanto a ajudava a sair da fonte.
Ela ainda estava um pouco desorientada e tremia de frio. Quando saiu da fonte, amparada pela mão do garoto e o encarou nos olhos, ele parecia muito preocupado. Segurou seu rosto com as duas mãos e analisou sua cabeça primeiro, estancando o corte superficial em seu supercílio com o polegar. Depois tentou encontrar machucados pelo resto de seu corpo, o que não demorou a achar, pois o corte de seu joelho ainda sangrava.
Então o semblante de Greg mudou para a raiva e ele olhou na direção em que as garotas fugiram.
– E-eu estou bem, Greg. Obrigada por me resgatar... C-como me achou? – disse ela, ensopada e trêmula.
Greg a olhou de volta e notou que tremia de frio. Em um lapso, a envolveu em seus braços, esfregando suas costas em um abraço acolhedor, tentando aquecê-la.
Ele estava realmente quente e aconchegante, era uma fortaleza segura em que não imaginava que encontraria amparo naquela hora. Hazel suspirou, sentindo o cheiro gostoso de amaciante no moletom dele.
– Quando você deixou o depósito – disse ele, finalmente –, eu reparei que duas garotas surgiram de trás da biblioteca e apontaram para você, então a seguiram. Quando você se virou para dobrar na direção do labirinto, elas tentaram se esconder de sua visão, então vi que tinha algo de errado e as segui.
Então ele esteve quase todo tempo em seu encalço, há poucos metros de resgatá-la?
– Quando alcancei o labirinto – continuou ele –, só tive um vislumbre de alguém entrando nele mas não vi quem. Então vi o bloqueio no caminho lateral e o outro livre, segui meus instintos e entrei no labirinto. Parecia uma armadilha. Quando fui me aproximando do centro pude ouvir sua voz pelas cercas vivas, discutindo com a garota do fã clube. Cheguei a tempo de vê-la socar a menina e quase a tempo de impedir que ela te derrubasse. Mas logo elas me viram e fugiram.
Hazel olhou seu salvador de baixo, encarando seu pescoço enquanto ele a aquecia sem se importar em molhar-se.
Ele era simplesmente uma das suas pessoas favoritas no mundo, agora! E então ela teve a sensação de que já sentia isso há muito tempo, só não percebia.
Era adorável como ele demonstrava apreço por ela em atitudes, sempre se preocupando com seu bem-estar, embora tivesse uma espécie de timidez para dizer com clareza o quanto se importava.
Greg a levou de volta ao depósito, onde disse que guardava um bom kit de primeiros socorros. Também teria algumas toalhas e roupas secas em algum lugar por lá.
Ele a conseguiu um macacão de serviço cor de cinza, estilo zelador, um pouco grande para ela. Ainda assim, um achado ótimo, pois era seco e confortável. Ela o vestiu depois de se secar com uma toalha fofa que tinha no fundo do armário do banheiro dos chuveiros e depois foi encontrá-lo no balcão, onde Greg a esperava com o kit de primeiros socorros.
– Me sinto uma astronauta nesse traje – brincou ela. Estava realmente grande.
Greg deu um sorriso torto, então a olhou de cima a baixo.
– Ah, você sabe... Nada cai mal em v-você – gaguejou ele, um pouco hesitante, desviando o olhar.
Ele estava ficando bem melhor em elogios, afinal. Agora ela podia contar três: aquela vez no supermercado com Matt em que ele disse que ela era uma boa funcionária – quando não estava tentando infartá-lo –; aquela vez em que disse que sua caligrafia era bonita e agora que ele estava, pela primeira vez, elogiando sua aparência.
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Além das Aveleiras
Любовные романыO que uma caipira, criada em uma fazenda de aveleiras no interior, pode esperar de morar sozinha na cidade? O calor de novas e imediatas amizades, muitas provas para estudar na faculdade e um triângulo amoroso com seu chefe e um astro do rock. Bem v...