4. PECADOS, PECADORES E SUAS REPUTAÇÕES...

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Era um rapaz mais baixo que ele, mas igualmente forte. Tinha a pele cor de oliva e longos cabelos escuros, presos para trás. Seus dentes estavam à mostra em um sorriso cínico.

– Vamos fazer o seguinte: você vai embora agora, deixa as garotas em paz e eu prometo não começar uma briga da qual nós dois sairíamos de narizes quebrados e expulsos pelos seguranças, além de expostos a um escândalo que com certeza sua namoradinha acabaria descobrindo e sumindo junto com seu patrocínio. Que tal? – sugeriu calmamente.

Lance rosnou, encarando o rapaz com ódio. Olhou para Lily, que o encarava nervosa, amparada pelo braço de Hazel, e então voltou o olhar para seu desafiante, assentindo.

O rapaz então deixou-o ir, e virou-se para as garotas.

– Lily, vocês estão bem?

Ela o abraçou.

– Max! Muito obrigada! – agradeceu intensamente o amigo.

Max a abraçou de volta e beijou sua cabeça em um movimento carinhoso, afastando-a para checar se estava bem.

– Você precisa ter cuidado com esse cara, Lily! – disse, preocupado.

– Eu tenho! E-ele já não me perseguia há muitos meses! Eu até achei que tinha superado, eu... – balbuciou, ainda nervosa.

Hazel os observava com olhar de dúvida misturada a preocupação. Então o tal ex era abusivo? Perigoso? Lily era realmente admirável por seguir tentando conciliar uma amizade com aquela tal de Carla.

Max olhou para Hazel curioso, e Lily o acompanhou.

– H-Hazel... desculpe por isso! Eu não te contei sobre... Ah, Max! Essa é Hazel. Eu conheci ela hoje. É nova na cidade e na faculdade, eu estava tentando enturmá-la – apresentou-os.

Max estendeu a mão para ela.

– Prazer em conhecê-la, Hazel – disse, simpático, sorrindo cordialmente enquanto apertava sua mão.

– Prazer, Max. Obrigada por intervir! – disse, com um sorriso de gratidão.

Max sorriu de volta para Hazel e depois voltou a encarar Lily com preocupação.

– Eu não poderia ter feito diferente. Lily, você deveria ir à polícia! Quando você comentou sobre ele, aquela vez, eu não imaginei que era perigoso assim.

Lily estendeu as mãos tentando apaziguar a situação.

– Max, ele nunca tinha feito isso antes. Ele não costuma beber assim e me procurar, eu acho que isso não vai voltar a acontecer – depois virou-se para a amiga: – Eu vou... inteirar a Hazel sobre a minha situação.

Hazel lançou à amiga um olhar compreensivo.

– Você não precisa falar se não se sentir à vontade – tranquilizou.

Mas ela insistiu. Depois de agradecer profusamente Max mais uma vez e pedir para que ele não sumisse de vista, foi com Hazel até o bar que agora estava mais vago e sentou-se.

Explicou a situação: Lily e Lance namoraram no primeiro semestre. Na época ela morava com a mãe, com quem não tinha uma relação muito boa. Seu melhor amigo na vida era o irmão mais velho, que foi militar. Quando voltou para casa do exército, trouxe Lance consigo, que também era tenente.

Eles se apaixonaram muito rápido, e Lily foi morar com ele. Foi uma relação de meses que a desgastou muito, pois ele era abusivo de várias formas que ela não percebia. Ele sutilmente repreendia seu jeito irreverente de vestir, suas amizades, seus hábitos, tudo era motivo de ciúme ou feria o ego dele, apesar de serem também todos os motivos pelos quais ele a considerava interessante.

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